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desenvolvimento

- Publicada em 16 de Abril de 2019 às 22:48

Rio Grande do Sul tem estagnação no IDH-M

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (Radar IDH-M) brasileiro ficou praticamente estável de 2016 para 2017, passando de 0,776 para 0,778, em uma escala de 0 a 1. Das três dimensões que abrangem o levantamento - renda, educação e longevidade - o pior resultado foi o de renda per capita, que caiu de R$ 842,04 para R$ 834,31 de 2016 para 2017, o que representa uma queda de 0,92%. No Rio Grande do Sul, o índice ficou estagnado de um ano para o outro - 0,792 - o quinto melhor do País.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (Radar IDH-M) brasileiro ficou praticamente estável de 2016 para 2017, passando de 0,776 para 0,778, em uma escala de 0 a 1. Das três dimensões que abrangem o levantamento - renda, educação e longevidade - o pior resultado foi o de renda per capita, que caiu de R$ 842,04 para R$ 834,31 de 2016 para 2017, o que representa uma queda de 0,92%. No Rio Grande do Sul, o índice ficou estagnado de um ano para o outro - 0,792 - o quinto melhor do País.
Os valores do Radar IDH-M foram calculados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) tendo por base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). O estudo indica o grau de desenvolvimento do Brasil a partir do nível de educação, renda e expectativa de vida. De acordo com os pesquisadores, chamou a atenção a resiliência do país em meio a um contexto de crises econômica e internacional.
"A gente observa que há uma resistência das políticas sociais no Brasil porque os indicadores não tiveram piora sensível. Esperávamos resultados piores, considerando as dificuldades que o Brasil passou no contexto econômico e internacional. Essa resistência demonstrada gera uma expectativa de melhora (em um cenário futuro)", disse a representante do Pnud no Brasil, Maristela Baioni.
Na avaliação do diretor de Estudos e Políticas Regionais Urbanas e Ambientais do Ipea, Aristides Monteiro Neto, os dados mostram "resiliência de indicadores" a despeito da crise econômica. "Os indicadores de educação e saúde são os que mais resistem, inclusive à queda monetária. Isso é resultado de políticas sociais que certamente demandam continuidade no momento a seguir", disse ao apontar melhoras inclusive em regiões de menor desenvolvimento.
O Distrito Federal possui o melhor indicador em 2017 - 0,850 - ainda que tenha tido uma retração em relação ao ano anterior (0,854). O estado com o menor índice é Alagoas - 0,683.
Em relação ao número nacional, a leve queda observada no valor da renda per capita de 2016 para 2017, de 0,92% (de 0,748 para 0,747), foi contrabalanceada pelas outras duas dimensões. A esperança de vida passou de 75,72 anos para 75,99 anos. Com isso, o indicador de longevidade subiu de 0,845 para 0,850. Já a dimensão relativa à educação avançou de 0,739 para 0,742.

Números mostram desigualdade entre negros e brancos

Os dados relativos à desigualdade entre a população branca e a população negra apresentados pelo estudo não chegam a surpreender, mas reforçam o abismo social que existe no Brasil. Nacionalmente, o IDH-M entre os brancos é de 0,816, enquanto o dos negros é de 0,734. No Rio Grande do Sul, a diferença é de 0,810 para 0,725.
Analisando os três itens que compõem o índice, no Rio Grande do Sul, a maior desigualdade reside na Educação, onde a diferença de brancos para negros é de 0,107 - 0,754 e 0647, respectivamente. No quesito longevidade, brancos e negros estão separados por 0,049 (0,879 e 0,830). Em relação à renda, o índice da população branca gaúcha é de 0,802, enquanto a dos negros é de 0,711 (diferença de 0,091).

Mulheres se destacam na educação, mas perdem na renda

Outra confirmação que os dados apresentados pelo Ipea trazem diz respeito à desigualdade salarial entre homens e mulheres no País. As mulheres possuem índices superiores quando se trata de educação e longevidade. Entretanto, quando analisada a renda, a diferença é gritante.
As mulheres gaúchas, por exemplo, possuem taxas superiores na Educação (0,754 a 0,703) e na Longevidade (0,939 a 0,827). Quando se olha para o quesito Renda, porém, a balança se inverte. O índice feminino é 0,699, enquanto o masculino é de 0,859. Na análise global, que inclui as três variáveis, o IDH-M das mulheres no Estado é de 0,791 e o dos homens é de 0,793.

Para Ipea, crise fiscal nos estados pode comprometer políticas públicas

A manutenção de políticas públicas ajudou a evitar a queda de indicadores de bem-estar social no Brasil durante a recessão, mas a crise fiscal nos estados e municípios pode comprometer a trajetória de avanço nas áreas sociais. A avaliação é de pesquisadores do Ipea.
"Temos recados da política pública brasileira. Os dados mostram uma resiliência de indicadores a despeito da crise econômica. Em particular os indicadores de educação e de saúde são os que mais resistem. Isso tem a nos dizer (sobre os resultados) de uma trajetória que vem da Constituição de 1988, que certamente demandam continuidade", destacou Aristides Monteiro Neto, diretor de estudos e políticas regionais urbanas e ambientais do Ipea.
Tradicionalmente, estatísticas como a do IDHM servem para orientar o direcionamento de políticas públicas. O IDHM mostra, por exemplo que desigualdades regionais crônicas ainda persistem. Em 2017, só São Paulo, Santa Catarina e o Distrito Federal tinham índice considerado "muito alto", acima de 0,800 (o indicador vai de 0 a 1).
Para Marco Aurélio Costa, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial, a situação financeira dos estados preocupa porque cabe aos entes fazer a maior parte dos investimentos nessas áreas. "A luz amarela está acesa. A gente tem que estar atento para o que está acontecendo com as políticas sociais no Brasil em todos os níveis" afirma o técnico.
A expectativa dos pesquisadores se volta agora para a realização do Censo 2020. Isso porque os últimos dados do IDHM são baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que é amostral e menos abrangente que o Censo. Na semana passada, o IBGE anunciou cortes no questionário da pesquisa para reduzir em 25% os custos com o levantamento. O instituto disse, no entanto, que a qualidade das informações será preservada.