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Economia

- Publicada em 01 de Abril de 2019 às 22:22

Focus prevê alta do PIB abaixo de 2% em 2019

As expectativas para a expansão da economia em 2019 se deterioraram nas últimas semanas e, pela primeira vez em dois anos, as projeções estão abaixo dos 2%. De acordo com os mais de 100 economistas consultados pelo Banco Central (BC) para a elaboração do Boletim Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai crescer 1,98% este ano. A projeção foi divulgada ontem. Esta é a quinta semana consecutiva que o percentual é revisado para baixo.
As expectativas para a expansão da economia em 2019 se deterioraram nas últimas semanas e, pela primeira vez em dois anos, as projeções estão abaixo dos 2%. De acordo com os mais de 100 economistas consultados pelo Banco Central (BC) para a elaboração do Boletim Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai crescer 1,98% este ano. A projeção foi divulgada ontem. Esta é a quinta semana consecutiva que o percentual é revisado para baixo.
Na semana passada, o economista-chefe da Corretora de Investimentos Necton, André Perfeito, reduziu sua projeção para o PIB deste ano de 1,8% para 1,1%. O desemprego, que cresceu no começo do ano, voltando a atingir mais de 13 milhões de brasileiros, deve inibir o consumo das famílias, que é o principal componente da atividade, pelo lado da demanda, correspondendo a 64% do resultado geral do PIB.
A queda nas projeções para o PIB refletem uma maior desconfiança de empresários e consumidores com relação a uma retomada mais consistente da economia. Tanto o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) quanto o Índice de Confiança Empresarial (ICE), ambos medidos pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cairam em março ao menor valor desde outubro de 2018, quando as expectativas estavam deterioradas pelo cenário eleitoral indefinido.
"Tanto os agentes de mercado quanto os econômicos estão vendo que o principal ponto de inflexão da economia, que é a reforma da Previdência, está patinando. Daí você entra num ciclo vicioso em que ambos os pessimismos se retroalimentam. O mercado olha para essa perspectiva de a reforma demorar mais para sair ou sair mais fraca e revisa as previsões para baixo e os agentes econômicos diante desse desânimo do mercado perdem a confiança na retomada da economia e retraem investimentos", avalia o economista-chefe do Banco ABC, Luis Otávio Leal.
Segundo Leal, dificilmente a economia expandirá mais que 2% porque o resultado do primeiro trimestre, que é o grande balizador do PIB do ano deve vir muito fraco, perto de 0. É sobre o resultado do primeiro trimestre que se dão as variações das outras três taxas que formam o resultado do ano. Se o resultado do primeiro trimestre (que será divulgado no fim de maio) vier entre 0 e 0,3%, nós revisaremos a nossa projeção, que está em 2%, para algo mais próximo de 1,5%.
Leal não acredita, no entanto, que a economia fraca abra espaço para um novo corte de juros. "Não é a taxa de juros que está impedindo a economia de crescer e nem é ela que está mexendo com as expectativas e confiança. Então, não é meio ponto (percentual) para cima ou para baixo que vai fazer diferença. O Banco Central tem que olhar a relação custo benefício disso." De acordo com o economista do Banco ABC, caso a reforma deteriorar ainda mais ativos como o câmbio, isso poderia pressionar a inflação para cima e o BC teria de começar a ampliar os juros. "Eu concordo plenamente com as declarações que o Ilan (Goldfajn) fez antes de deixar a presidência do Banco Central (no fim de fevereiro): primeiro, precisamos consolidar o nível que temos hoje, que é de uma Selic de 6,5%, a menor taxa da história."
Para o economista da Consultoria MB Associados Sergio Vale, as projeções estão caindo porque o mercado está se adequando à forma de condução do governo pelo presidente Jair Bolsonaro. "Ninguém esperava uma deterioração política tão rápida. O mercado acreditava que 2019 seria um ano de transição e consolidação desse cenário reformista. Mas isso pode se prolongar pelos quatro anos desse governo. Havia a ilusão que outro Bolsonaro nasceria com a presidência, mas ele está sendo o que foi nos últimos 30 anos como deputado: estatizante e conservador nas decisões econômicas e morais", afirmou.
Ambos acreditam que a reforma vai passar, mas que a economia de R$ 1 trilhão prevista para ser feita com as mudanças deve ficar menor. "As notícias dos últimos dias mostram que empresários estão se organizando para pressionar pela reforma, governadores também e até parlamentares da oposição têm considerações em relação ao texto que está no Congresso, mas não o rechaçam integralmente", destaca Leal. Para o economia, a possibilidade de a reforma não ser aprovada nesse ano é baixíssima.
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