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Agronegócios

- Publicada em 26 de Março de 2019 às 22:16

Expoagro tem desafio de estimular jovens

Wermuth e Lemos destoam do seu grupo e querem ficar no Interior

Wermuth e Lemos destoam do seu grupo e querem ficar no Interior


Fotos de MARCO QUINTANA/JC
Aberta ontem, em Rio Pardo, a Expoagro Afubra tem como foco principal duas gerações. Uma é econômica; a outra, humana. A geração de renda extra ao produtor é um dos objetivos do evento que prioriza estimular a diversificação das atividades rurais além do tabaco, a principal cultura da região. A segunda proposta é a manutenção no campo de uma nova geração de produtores rurais. No evento, que termina nesta quinta-feira, se pode encontrar as duas ações andando juntas.
Aberta ontem, em Rio Pardo, a Expoagro Afubra tem como foco principal duas gerações. Uma é econômica; a outra, humana. A geração de renda extra ao produtor é um dos objetivos do evento que prioriza estimular a diversificação das atividades rurais além do tabaco, a principal cultura da região. A segunda proposta é a manutenção no campo de uma nova geração de produtores rurais. No evento, que termina nesta quinta-feira, se pode encontrar as duas ações andando juntas.
Realizado durante a tarde de ontem, o encontro de Cooperativas Escolares, promovido pelo Sicredi, mostra que o duplo desafio é possível. O encontro reuniu dezenas de crianças e adolescentes que integram um grupo de 112 cooperativas criadas por estudantes, dentro de escolas, a maior parte delas rurais. A ideia é estimular o associativismo, as ideias de gestão e o empreendedorismo.
Integrantes da Cooperativa Escolar Semeando Sonhos, Francisco Lemos, 15 anos, e Everton Wermuth, 14 anos, destoam da maioria dos 49 integrantes do grupo. Dos alunos que formam a cooperativa, criada dentro da Escola Municipal Maurício Cardoso, no interior de Herveiras, não mais de 20 pretendem seguir no meio rural, diz a presidente da cooperativa, Raiane da Silveira, 15 anos. Ela mesma, conta, pretende estudar Odontologia e morar na cidade. Lemos e Wermuth, não. "O que temos na propriedade é só fumo. Eu quero trabalhar com gado e criação de cavalo. Quero pensar em expansão", diz Lemos.
Na casa de Lemos, os cinco moradores ajudam no plantio e na colheita do tabaco, inclusive ele. Para ampliar a renda da propriedade e diversificar as atividades, o adolescente quer ingressar em uma escola agrícola em 2020 e aprender novas técnicas. Wermuth também pretende seguir quase o mesmo caminho. "Em casa, já temos duas vaquinhas, e quero continuar trabalhando com gado. Talvez junto com outra atividade na cidade, mas quero seguir produzindo alimentos", diz Wermuth.
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Henrique aposta na agroindústria familiar como fonte de renda

Expondo no recém-inaugurado Pavilhão da Agricultura Familiar, o jovem Douglas Henrique, 20 anos, também diz que sair do campo não está nos planos. No pavilhão, vendia cucas, bolos e biscoitos feitos na propriedade do sogro, em Candelária. Henrique participa tanto do trabalho na agroindústria familiar - alternativa de renda e valorização da produção agrícola - quanto da lida com gado de leite. A namorada, porém, quer deixar a zona rural e, hoje, estuda Nutrição. "Com o que ela estuda, ajuda na produção da agroindústria. Ela quer ir para a cidade, mas eu vou ficar na zona rural trabalhando com meu sogro", garante o jovem.
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Pastre e Letícia buscam conhecimento na área de sementes

Gabriel Pastre, 21 anos, e a namorada, Letícia Scarparo, 20 anos, viajaram cinco horas desde Marau, no Norte do Estado, para visitar a feira em busca de novidades, especialmente na área de sementes e agroquímicos. Pastre também não pensa - e nunca pensou - em deixar o campo. Apesar de ter um acesso que ele diz ser fácil a uma faculdade, garante que não pretende fazer um curso universitário. Ao ser questionado sobre se é um exceção em seu grupo de amigos por querer ficar no campo, responde que sim. Poucos da idade dele ainda estão na lida rural. A maior parte, conta, está na cidade fazendo cursos técnicos ou faculdade. "O difícil é formar um time de futebol para jogar. Tem que andar quilômetros até juntar."

Pronaf poderá ter verba e usos ampliados

Em um palanque sem as celebridades políticas que costumam aparecer na abertura de grandes eventos do agronegócio, como Expodireto e Expointer, o secretário da Agricultura Familiar do Ministério da Agricultura, Fernando Schwanke, se sobressaiu. Ex-prefeito de Rio Pardo, ele estava em casa na abertura da Expoagro Afubra, onde o governador Eduardo Leite foi ausência sentida, mas representada pelo vice-governador, Ranolfo Vieira.
Schwanke afirmou que já negocia, para o próximo Plano Safra, a ampliação de recursos do Pronaf de R$ 30 bilhões para R$ 35 bilhões. Além disso, afirma que tentará expandir possibilidades de uso dos recursos para investimento em habitação rural e aquisição de terras. A decisão, porém, vai além da aprovação dos pedidos no próprio ministério. "Primeiro tratamos desses temas dentro da própria pasta e, em breve, vamos tratar disso também com a Fazenda."

Censo Agropecuário e realidade rural se encontram no parque

Leites e Vargas foram à feira em busca de um trator mais moderno

Leites e Vargas foram à feira em busca de um trator mais moderno


/MARCO QUINTANA/JC
Jonathan Leites, 17 anos, e Irajá Vargas, 21 anos, são visitantes frequentes da Expoagro. Moradores de Amaral Ferrador, a dupla mirava, principalmente, tratores. Leites está orçando com a família a compra de um modelo mais moderno. "Temos um só e é aberto. Precisamos de um novo, com cabine, que pretendemos comprar para a próxima safra de soja, com recursos do Mais Alimentos", afirma Leites, que tem apenas o Ensino Fundamental e sem planos de voltar a estudar em breve.
Ele é um raro produtor jovem no Estado, onde, de acordo com dados prévios do novo Censo Agropecuário do IBGE, apenas 1,2% tem menos de 25 anos. Percentual que, mesmo ainda ínfimo, era um pouco maior em 2006: 1,9%. Mas o município onde vive Leites se destaca pelo número de agricultores com menos idade. Amaral Ferrador é um dos 20 municípios com maior presença de jovens agricultores no Rio Grande do Sul, de acordo com os dados do IBGE. O município conta com 8,9% de agricultores com menos de 30 anos. O líder é Ibarama, com 12,7%.
Apesar de ser um alento no quesito idade, Leites também simboliza um indicador menos desejável do campo. Entre os produtores de áreas entre 50 e 100 hectares, como é o caso de Leites, 69% não chegaram ao Ensino Médio. "Talvez um dia volte a estudar, mas prefiro me informar em feiras sobre novidades. Compramos, aqui, uma semente de soja mais resistente à ferrugem, e a safra deste ano teve menos problema com isso", diz o jovem produtor.