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Empreendedorismo

- Publicada em 26 de Março de 2019 às 22:15

Fundo Centenário é lançado em Porto Alegre

Docentes e autoridades prestigiaram o lançamento do projeto

Docentes e autoridades prestigiaram o lançamento do projeto


/MARIANA CARLESSO/JC
O lançamento do Fundo Centenário, na noite de segunda-feira, lotou o Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). No evento, quatro painelistas abordaram suas experiências pessoais com o empreendedorismo e discutiram o potencial de Porto Alegre: o fundador e CEO do Agibank, Marciano Testa; o fundador do Terra, Marcelo Lacerda; o consultor global em ecossistemas de inovação, Josep Pique; e o idealizador da Startup Labi Exames, Marcelo Barboza.
O lançamento do Fundo Centenário, na noite de segunda-feira, lotou o Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). No evento, quatro painelistas abordaram suas experiências pessoais com o empreendedorismo e discutiram o potencial de Porto Alegre: o fundador e CEO do Agibank, Marciano Testa; o fundador do Terra, Marcelo Lacerda; o consultor global em ecossistemas de inovação, Josep Pique; e o idealizador da Startup Labi Exames, Marcelo Barboza.
A vice-diretora da Escola de Engenharia da instituição, Carla ten Caten, acredita que o Fundo Centenário fez história. "Fomos agraciados com esse presente. Tenho certeza que, com esse exemplo, estamos formando não somente engenheiros, mas também cidadãos preocupados com o nosso futuro", elogiou.
O diretor da Escola de Engenharia, Luiz Carlos Pinto, declarou que o mérito institucional foi entender o que estava acontecendo, apoiar e sair na frente. "Existem coisas que a gente pensa, por que não acontecem no nosso País?", questionou, em menção ao fato do modelo de endowment (criação de patrimônio perpétuo) ser presente no exterior.
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, saudou a iniciativa. "É um fundo que, mesmo inspirado nos Estados Unidos, será aplicado em uma universidade estatal pública. Acho que será uma gigantesca experiência", discursou.
O empresário Jorge Gerdau ressaltou que o modelo de endowment dá certo no mundo todo e se disse feliz em colaborar. "Quando os jovens vieram me visitar, imediatamente decidi participar", contou.
O primeiro painelista a falar foi Testa, que recordou sua origem humilde no interior do Estado e destacou que o ambiente para inovação e empreendedorismo está em transformação. "Na época em que eu fundei a startup não era glamouroso como agora."
Já Barboza, que estudou na década de 1990 na universidade de Harvard, onde o modelo de fundo é utilizado, lembrou do seu ciclo profissional. "Comecei minha carreira como empreendedor, fui executivo e estou encerrando como empreendedor", disse. A Labi exames, sua startup, oferece exames a baixos custos, com a possibilidade de agendamento e compra pelo celular.
O hoje sócio da Magnopus, que desenvolveu a tecnologia de efeitos visuais do filme de live-action do Rei Leão (a ser lançado ainda este ano), Marcelo Lacerda, aproveitou para dar uma dica para quem está começando: "o negócio deve ser multifacetado e multidomínio". Esse é o quarto projeto do empresário.

Iniciativa busca viabilizar melhorias de infraestrutura e projetos nascidos na universidade

O Fundo Centenário, modelo de investimento feito a partir de doações, tem a promessa de viabilizar melhorias de infraestrutura e projetos de inovação nascidos na universidade. A modalidade, conhecida como "endowment", ou "fundo patrimonial", ainda é pouco utilizado no Brasil. A ideia de trazê-la para o Rio Grande do Sul surgiu da vivência dos próprios fundadores do projeto no exterior. Grandes universidades dos Estados Unidos e da Inglaterra, como Harvard e Yale, utilizam o modelo como forma de investimento.
Cinco alunos e ex-alunos da Engenharia da federal focaram em buscar maneiras de fortalecer a extensão, a inovação, os projetos de ensino e a pesquisa produzida na escola, e tiraram do papel o plano que replicaria a experiência na Ufrgs. Funciona assim: doações de pessoas físicas e jurídicas são investidas em aplicações financeiras de baixo risco. Somente os rendimentos reais deste saldo são sacados e aplicados em projetos da escola. Parte desse "lucro" também é reinvestida para engrossar o saldo inicial. Os investimentos, portanto, são de longo prazo.
"Nosso objeto social é diretamente associado à Ufrgs, mas somos uma associação sem fins lucrativos e portanto os nossos recursos não são vinculados à universidade", explica Vitório Canozzi, engenheiro de produção formado pela Ufrgs e um dos fundadores do fundo. Canozzi cita a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) como uma grande inspiração para o modelo. A universidade paulista foi a primeira escola pública do País a criar um fundo nos mesmo moldes, há oito anos.
Um conselho de sete membros formado por representantes dos doadores e da universidade vai deliberar sobre como o dinheiro será aplicado e sobre o destino dos recursos em projetos. Além disso, uma auditoria externa ficará responsável por reforçar a fiscalização do fundo. Os projetos serão selecionados por meio de editais que serão lançados periodicamente. Canozzi espera que o fundo seja inspiração para outras iniciativas do tipo.