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Conjuntura

- Publicada em 21 de Março de 2019 às 01:00

Prisões não afetam reforma, afirma Maia

Presidente da Câmara minimizou críticas à aposentadoria de militares

Presidente da Câmara minimizou críticas à aposentadoria de militares


/Marcelo Camargo/ABR/JC
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta quinta-feira que as prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco pela Operação Lava Jato afetem a tramitação da reforma da Previdência. Temor de que o sentimento de antipolítica possa contaminar o ambiente de votação no plenário e dificultar a votação fez a bolsa cair e encerrar em .
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta quinta-feira que as prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco pela Operação Lava Jato afetem a tramitação da reforma da Previdência. Temor de que o sentimento de antipolítica possa contaminar o ambiente de votação no plenário e dificultar a votação fez a bolsa cair e encerrar em .
Maia também minimizou as críticas feitas por parlamentares do partido do próprio presidente, o PSL, à proposta de reforma de aposentadoria dos militares, que incluiu uma reestruturação das carreiras das Forças Armadas. "Acredito que o presidente vai conseguir organizar sua base", afirmou.
Lideranças do Congresso afirmaram que apenas o PSL pode ser considerado base do governo. O líder da bancada de 54 deputados, Delegado Waldir (GO), porém, falou contra a articulação do Planalto pela aprovação da proposta de emenda constitucional. Para a aprovação da PEC, são necessários 308 votos favoráveis, em dois turnos.
Maia coloca panos quentes na discussão entre os Poderes depois de ironizar a interferência do Executivo no Congresso na noite de quarta-feira. "Eu acho engraçado. Quando dizem que o Parlamento quer indicar alguém no governo é toma lá da cá. Quando eles querem indicar relator aqui e interferir no processo legislativo não é toma la da cá?", afirmou, demonstrando irritação ao chegar ao Congresso. Nesta quinta, Maia falou com Bolsonaro ao telefone, da residência oficial.
Parlamentares de partidos que defendem a aprovação de uma reforma veem com apreensão os movimentos de integrantes do governo Bolsonaro de se indispor com Maia, já que o presidente da Casa é considerado o principal fiador da proposta no Congresso.

'Nós é que temos que resolver nossa Previdência', declara Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a reforma da Previdência no Brasil e disse que o governo se inspira no modelo de aposentadorias do Chile, onde ele desembarcou nesta quinta-feira para uma agenda de três dias. "Nós é que estamos com a bola na mão lá no Brasil, nós é que temos que resolver nossa Previdência. Pelo que sei, aqui no Chile está totalmente controlada a situação, nós é que temos problemas", declarou o presidente.
Bolsonaro afirmou acreditar na "capacidade e no patriotismo" do ministro da Economia, Paulo Guedes, para solucionar o problema da Previdência. O presidente brasileiro lembrou que Guedes morou no Chile durante o governo de Augusto Pinochet e está levando "em parte" o formato do sistema para o Brasil.
Ao falar sobre a proposta que altera o sistema de aposentadoria dos militares, Jair Bolsonaro voltou a justificar a inclusão da reestruturação de carreiras das Forças Armadas. De acordo com ele, a reforma dos militares é "muito mais profunda" do que a emenda que altera a aposentadoria do sistema geral e dos servidores públicos civis porque os integrantes das Forças tiveram benefícios retirados em 2001 e vêm acumulando perdas em comparação a outras categorias.

Mal-estar com reforma de militares adia escolha de relator

Ministro Paulo Guedes é aguardado na CCJ na próxima terça-feira

Ministro Paulo Guedes é aguardado na CCJ na próxima terça-feira


/FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL/JC
O mal-estar causado no Congresso pela proposta de reforma das regras de aposentadoria dos militares, que incluiu uma reestruturação de carreira, adiou a escolha do relator da Previdência.
Inicialmente, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Felipe Francischini (PSL-PR), anunciaria o relator da proposta de emenda constitucional nesta quinta-feira em reunião do colegiado. No entanto, pela manhã, após reclamações dos parlamentares, o encontro foi cancelado.
Parlamentares defendem que o relator da PEC na CCJ seja anunciado somente depois que o ministro Paulo Guedes (Economia) vá à comissão explicar a proposta e o projeto de lei que altera a Previdência dos militares e a reestruturação das carreiras das Forças Armadas.
Em acordo com interlocutores do governo, Guedes deve comparecer à CCJ na terça-feira.
A decisão de adiar é um recado da insatisfação do Legislativo com a articulação política do Planalto e com a proposta de reestruturação de carreiras militares, que acaba reduzindo significativamente o impacto da mudança nas regras de aposentadoria das Forças Armadas.
O novo cronograma pode empurrar para frente a votação da proposta, uma vez que estava previsto que o relator apresentasse seu parecer na quarta-feira. No entanto, governistas dizem que ainda é possível votar a proposta até a primeira semana de abril.
A oposição tenta atrasar esse cronograma e prepara um plano para atrapalhar a votação no colegiado, responsável apenas pela análise da admissibilidade da PEC.
A reestruturação gerou críticas até no partido de Bolsonaro, em que parlamentares avaliam que ela gera privilégios para a categoria em detrimento de outras.
Em projeto de lei apresentado nesta quarta-feira, o governo propõe endurecer regras para que os militares entrem na reserva e aumentar a tributação para essas carreiras. Isso reduz as despesas públicas em R$ 97,3 bilhões em dez anos.
Por outro lado, Bolsonaro fez concessões, até mesmo com aumento salarial para a base da hierarquia militar. As contrapartidas representam gasto de R$ 86,85 bilhões na década.

Secretário admite que proposta pode ser alterada no Congresso

O secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, admitiu que o Congresso Nacional pode fazer alterações tanto na reforma da Previdência geral quanto na proposta de revisão das aposentadorias dos militares. "Comissões especiais serão estabelecidas e o Congresso fará sua parte por meio de aperfeiçoamentos e emendas nos projetos ?, disse. "Confio muito no espírito público do Congresso. Teremos em pauta um projeto no qual vamos voltar a crescer, distribuir riquezas e gerar emprego."
Na proposta de reforma dos militares, entregue aos deputados na quarta-feira, são previstos reajustes e criação de novas gratificações para as Forças Armadas. Sobre este possível privilégio para os militares, Marinho destacou que as mudanças propostas no texto são necessárias porque a categoria está sempre à disposição do Brasil.
"Os militares precisam ficar à disposição do governo todo o período, até o falecimento. Nossa preocupação foi que houvesse impacto positivo para os cofres do governo, e isso será alcançado. Teremos uma receita à favor do Tesouro Nacional, com essa reestruturação do sistema de proteção dos militares, na ordem de R$ 10,5 bilhões em 10 anos?", defendeu.
O fato de os militares que forem para a reserva continuarem com direito à paridade (mesmo reajuste salarial dos ativos) e integralidade (último salário do posto) também foi defendido por Marinho, em analogia com um seguro residencial. "Um ditado diz que o preço da paz é a eterna vigilância. Temos uma ferramenta, que são as Forças Armadas, que esperamos não usar nunca. É como um processo de seguro. Você contrata um seguro para sua casa e torce para que ela não seja incendiada. Mas é importante ter um seguro", disse.