O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, defendeu, após reuniões com parlamentares, que alterações à reforma da Previdência sejam compensadas com outras medidas para que seja mantida a projeção de corte de gastos públicos. Ao enviar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma, o governo apresentou uma estimativa de economia de aproximadamente R$ 1 trilhão em 10 anos.
"As modificações que porventura gerem algum impacto fiscal precisam ser feitas à luz da transparência. Nós sabemos que o Congresso vai tratar o tema desta forma", afirmou Marinho.
Questionado se as mudanças têm que ser compensadas no próprio texto da reforma, o secretário respondeu que essa "é a expectativa" do governo.
"Todos nós temos a consciência, tanto os parlamentares como o governo, da fragilidade da situação econômica não só do governo federal mas também dos governos estaduais e municipais", afirmou.
Marinho se reuniu ontem com a bancadas ruralista, do PSD e deputados do PSDB e do PR. Mesmo antes da apresentação do secretário, o PR anunciou que é contrário a mudanças nas aposentadorias dos professores.
O PSD também demonstrou resistência a novas regras do benefício pago a idosos em condição de miséria e da aposentadoria rural.
"O Parlamento tem a prerrogativa, dentro do regime democrático que nós vivemos, de fazer os aperfeiçoamentos, as sugestões e eventuais modificações", declarou Marinho.
Apesar de o texto da PEC já ter sido apresentado, os articuladores do presidente Jair Bolsonaro ainda não começaram a mapear os votos a favor da reforma.
"Não faz sentido nesse momento, na minha perspectiva, começar um levantamento de votos se o texto ainda não foi maturado, se não foi construído um novo substitutivo que vá levar em consideração todas as ansiedades e todos os movimentos que vão ser feitos", afirmou o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).