A busca por novas alternativas de renda e a necessidade de medidas governamentais que defendam a cadeia orizícola marcaram a Abertura Oficial da Colheita do Arroz na sexta-feira, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão. O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, destacou que o Rio Grande do Sul tem a segunda maior produtividade do mundo em áreas de mais de um milhão de hectares de arroz e, ao mesmo tempo, os piores preços e competitividade, assim como a menor renda. "O brasileiro se alimenta de forma muito barata, especialmente de arroz, na comparação com outros países, e quem está pagando isso é o produtor. E só se tem preço quando ocorre quebra de produção", ressaltou.
O evento deste ano teve o objetivo de dar ao produtor a opção de que se, no próximo ano, verificar que não terá preço ou abundância de produção, poderá plantar uma outra cultura, afirmou Dornelles. "Diversificar não é somente sustentabilidade, é também mexer com o mercado que hoje está muito confortável porque sabe que o gaúcho entrega 8 milhões de toneladas de arroz, embora, infelizmente esse ano não seja o caso em função de quebra de safra aliada a uma redução de área, e todo esse contexto levou a um grande endividamento que superou a R$ 2,5 bilhões", ressaltou.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse que o principal pedido da categoria - a redução do ICMS de 12% para 7% - já está sendo analisado por uma equipe técnica do governo, com integrantes das secretarias da Agricultura e da Fazenda. "Estamos vendo se é possível e o que seria possível fazer. Não descartamos essa redução, mas isso merece uma análise técnica, com muita responsabilidade", explicou Leite.