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Economia

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Articulação para reforma preocupa parlamentares

Formação da base aliada entre deputados e senadores ainda é uma incógnita para o governo federal

Formação da base aliada entre deputados e senadores ainda é uma incógnita para o governo federal


/PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência deverá ser encaminhada hoje pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional. No entanto, a falta de articulação do governo para obter os votos necessários para aprovar a matéria tem incomodado parlamentares. Enquanto a reforma da Previdência tramitar na Câmara, interlocutores do presidente ainda precisarão formar a base aliada na Casa, que ainda é uma incógnita.
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência deverá ser encaminhada hoje pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional. No entanto, a falta de articulação do governo para obter os votos necessários para aprovar a matéria tem incomodado parlamentares. Enquanto a reforma da Previdência tramitar na Câmara, interlocutores do presidente ainda precisarão formar a base aliada na Casa, que ainda é uma incógnita.
Para aprovar uma PEC, são necessário 308 votos de deputados. O PSL, partido de Bolsonaro, tem a maior bancada na Câmara, com 54 deputados, mas o Palácio do Planalto precisará do apoio do chamado "centrão", partidos como DEM, PP, PR e Podemos.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou ontem que a base de apoio do governo à reforma da Previdência possui atualmente 250 parlamentares. "A gente sabe que a oposição tem em torno de 150 votos. Então sobram 363 para serem garimpados. Acredito que temos 250. Então entre 60, 70 votos terão que ser buscados", avaliou o vice.
Pouco antes, o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL), não soube fazer uma estimativa de quantos parlamentares apoiam a reforma atualmente, mas disse que o número pode chegar a 372 deputados. "A gente estima que a base pode chegar a 372 em função de haver oito partidos que se declaram de oposição", considerou.
Ontem, o governo abandonou a ideia de realizar uma explicação da reforma da Previdência para os líderes partidários antes de enviar a proposta ao Congresso. Apesar de assessores da articulação política do Palácio do Planalto terem defendido e articulado a reunião prévia, o plano foi descartado pelo presidente, que preferiu realizá-la depois.
A decisão não agradou líderes de partidos que tendem a se alinhar à reforma. Eles foram convidados para um café da manhã com o presidente amanhã - um dia depois da entrega da PEC.
Mesmo o DEM, partido com o maior número de ministérios, não garante a participação no encontro com Bolsonaro. A sigla, considerada estratégica pela equipe presidencial para aprovar o texto, tem uma bancada de 27 deputados federais. "Vamos avaliar. Era mais prudente conversar antes de encaminhar o texto para saber o que pode passar ou não (em votação no Congresso)", disse o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA).
Segunda maior bancada partidária na Casa, o PP, que reúne 37 deputados, pode nem ter representante no café da manhã na residência oficial do presidente. O líder da sigla, Arthur Lira (AL), disse que não irá ao encontro, pois já tinha uma viagem marcada. "Se houver encontro, pode ser que a gente indique um vice-líder. Mas acho que a reunião não tem sentido. Um dia depois de entregar a PEC, vai ser somente para tirar foto", afirmou.
Responsáveis pela interlocução com as bancadas, líderes de partidos que podem se alinhar ao governo dizem que, sem uma apresentação prévia da reforma da Previdência, os deputados criarão uma opinião pessoal sobre diversos pontos da proposta. Por isso, será mais difícil convencer os parlamentares sobre a necessidade de aprovação do texto e evitar rejeição de pontos do projeto.
"Pelo menos a experiência que eu tive em Goiás é que o Executivo sempre chama o Parlamento para conversar antes de apresentar qualquer coisa", afirmou o líder do Podemos, José Nelto (GO). A sigla tem 11 deputados. Segundo ele, o governo "já começou mal" e que falta articulação política, reclamação recorrente.
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