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Economia

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2019 às 22:25

Economia produzida pelo horário de verão é irrisória

Com as altas temperaturas, uso do ar-condicionado aumentou

Com as altas temperaturas, uso do ar-condicionado aumentou


/MAURO SCHAEFER/ARQUIVO/JC
Jefferson Klein
À meia-noite deste sábado termina o horário de verão, e os relógios deverão ser atrasados em uma hora nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Apesar da iniciativa ser tomada há anos baseada no argumento da economia de energia, cada vez mais o seu reflexo para o setor elétrico é pequeno, o que leva à discussão da manutenção ou não dessa ação.

À meia-noite deste sábado termina o horário de verão, e os relógios deverão ser atrasados em uma hora nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Apesar da iniciativa ser tomada há anos baseada no argumento da economia de energia, cada vez mais o seu reflexo para o setor elétrico é pequeno, o que leva à discussão da manutenção ou não dessa ação.

No ano passado, a Secretaria de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia realizou estudos, em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que foram encaminhados à Casa Civil da presidência da República sobre a economia do horário de verão do ponto de vista do setor elétrico. As conclusões foram que "a aplicação da hora de verão, nos dias de hoje, não agrega benefícios para os consumidores de energia elétrica, nem tampouco em relação à demanda máxima, muito em função da mudança evolutiva dos hábitos de consumo e também da atual configuração sistêmica do setor elétrico brasileiro", ou seja, os resultados foram próximos à neutralidade para o segmento.

Serão realizadas novas análises técnicas e, quando concluídas, serão encaminhadas à presidência da República, a quem cabe a decisão de manter ou não o horário brasileiro de verão. O Ministério de Minas e Energia ainda não divulgou a perspectiva sobre a economia obtida neste horário de verão e não há previsão para que isso ocorra. No Rio Grande do Sul, de acordo com a assessoria de imprensa do Grupo CEEE, a estatal vai aguardar dados oficiais do ONS para divulgar qualquer informação sobre o assunto. No entanto, a RGE, concessionária responsável por distribuir 65% da energia elétrica consumida no Estado e atender 2,86 milhões de clientes, revelou seus números.

Conforme levantamento da empresa, a redução no consumo de energia elétrica durante os 105 dias de vigor do horário especial gerou uma economia de 4.584 MWh na área de concessão da distribuidora, suficiente para abastecer 2 mil residências por um ano. A RGE estima uma redução da ordem de 0,14% no consumo de energia elétrica durante o horário de 2018/2019, nos 381 municípios abrangidos pela companhia. O volume de energia seria suficiente para atender a uma cidade do porte de Caxias do Sul por um dia, Passo Fundo e São Leopoldo por dois dias cada, ou Montenegro por quatro dias.

O diretor da Siclo Consultoria em Energia, Paulo Milano, confirma que as vantagens com o horário de verão vêm diminuindo com o passar dos anos. O analista reitera que esse fenômeno é devido à mudança de hábitos de consumo do brasileiro, deslocando o pico da demanda mais para a metade da tarde do que no início da noite. O consultor argumenta que o aumento do uso dos condicionadores de ar é um dos principais fatores que propiciaram esse cenário. "Eu, particularmente, gosto do horário de verão, mas é muito provável que ele seja extinto no ano que vem", prevê o diretor da Siclo.

Segundo Milano, a manutenção ou não do horário de verão virou muito mais uma discussão de hábitos do que do setor elétrico. Apesar de ser um partidário da medida, o analista lembra que várias pessoas não gostam da iniciativa, que também implica algumas confusões como, por exemplo, mudanças nas agendas de voos. Para o consultor, a decisão sobre acabar ou não com o horário de verão deve ser tomada pelo governo, sem ser submetida a uma consulta popular, pois essa ação acarretaria elevados custos.

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