A economia criativa (negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor econômico) vem se fortalecendo nos últimos anos em Porto Alegre. Para detalhar o que está sendo feito na área e por quem, assim como quais são as ações e caminhos que precisam ser tomados para o setor crescer ainda mais, o Instituto Soleil de Pesquisa (Inspe) faz um novo mapeamento da economia criativa no município.
A gerente de projetos do Inspe, Ananda Beltran Borges, comenta que o primeiro levantamento foi realizado em 2016, a pedido do Gabinete de Inovação e Tecnologia (Inovapoa), da prefeitura. O diretor do Inspe, Cleiton Chiarel, conta que aquele trabalho acabou sendo "engavetado", não tendo continuidade. No ano passado, o Inspe aproximou-se do coletivo de economia criativa Porto Alegre Inquieta para retomar o projeto.
A segunda pesquisa foi iniciada em dezembro e deve terminar neste mês. Entre as áreas da economia criativa abrangidas pelo estudo estão: cinema, audiovisual, gastronomia, arquitetura, turismo, artesanato, moda, fotografia, produção fonográfica, design, comunicação digital, jogos digitais, desenvolvimento de softwares e artes. Além do Inspe e do Porto Alegre Inquieta, a ação conta com o apoio financeiro de Banrisul e Sebrae.
Nesse trabalho mais recente, os profissionais do Inspe vão contatar novamente as iniciativas entrevistadas na pesquisa anterior e entender como foi o desenvolvimento do empreendimento em questão nos últimos dois anos, o que deu certo e o que deu errado durante esse período. O instituto vai aumentar o nível de confiança da amostragem, realizando novas entrevistas, passando de 712 para 1.024. No questionário é traçado um perfil com base em informações como gênero, idade, instrução, se possui formação na área que atua, se fez cursos de gestão, quantas horas dedica ao trabalho por semana, tempo de experiência etc.
Os pesquisadores preferem não adiantar os apontamentos desse segundo levantamento antes da sua finalização. A pesquisa feita em 2016 indicava que o motivo mais citado pelos entrevistados (22%) sobre a inspiração para ser empreendedor em Porto Alegre era trabalhar com liberdade. O principal problema, conforme 20% das respostas, era a crise econômica e a retração do mercado. A maioria dos questionados (42%) também comentou que exercia a economia criativa por uma questão de oportunidade, 37% por fazer o que gostava, 20% por necessidade e 1% não sabia ou não quis responder.