Durante assembleia, os funcionários rejeitaram, por unanimidade, todas as 21 propostas. A montadora colocou na mesa questões como o regramento do trabalho intermitente, o não pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) em 2019 e diminuição em 2020, a terceirização das atividades-fim, redução no piso salarias, jornadas especiais de trabalho e questões previdenciárias.
"Daqui a pouco, teremos gente ganhando menos do que um salário-mínimo e sem qualquer garantia de que terá algum dinheiro no fim do mês para pagar suas contas, para comprar material escolar para o filho e para comprar um remédio. Não vamos admitir que o funcionário viva de 'biscate' e trabalhando quando der", discursou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari.
A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) embarcou no meio da manhã de hoje para São Paulo, onde participará de uma reunião com a direção da empresa e integrantes dos demais sindicatos das outras unidades. Na quarta-feira (30), outra reunião entre o prefeito de Gravataí Marco Alba e o governador gaúcho Eduardo Leite, também em São Paulo, vai debater o futuro do complexo automotivo.
A montadora do Rio Grande do Sul tem a maior capacidade de produção da marca no País é responsável pela fabricação do modelo Onix, atualmente o mais vendido do país. Foram 389,5 mil veículos comercializados em 2018, o que representa aproximadamente 15% da fatia de mercado. A montadora é líder nacional em vendas há pelo menos três anos. A presença da GM, em Gravataí, significa a geração de mais de seis mil empregos diretos e indiretos. Para o município representa, em retorno de ICMS, algo próximo de R$ 70 milhões.
Além disso, a planta gaúcha é uma das unidades mais eficientes no mundo. Este ano estreará uma nova plataforma de veículos, com investimento de R$ 1,5 bilhão.
Veja a lista de pedidos da GM:
1 - Formalização de Acordo Coletivo de longo prazo (2 anos renováveis por mais 2). O atual, assinado em 2018, vence no fim de 2019.
2 - Negociação de valor fixo e substituição de aumento salarial para empregados horista e congelamento ou redução da meritocracia para mensalistas.
3 - Negociação do PPR com revisão das regras de aplicação, prevalência da proporcionalidade transição para aplicação de equivalência salarial e inclusão de produtividade.
4 - PPR zero em 2019, de 50% em 2020 e integral em 2021.
5 - Suspensão das contribuição da GMB à Previdência por 12 meses.
6 - Alteração do plano médico.
7 - Implementação de trabalho intermitente por acordo coletivo e individual.
8 - Terceirização de atividades meio e fim.
9 - Jornada de trabalho de 44 horas semanais para novas contratações.
10 - Piso salarial de R$ 1.300,00. (O atual está em torno de R$ 1.570,00).
11 - Redução do período de complementação do auxílio previdenciário para 60 dias para um evento no ano.
12 - Renovação de acordos de flexibilidade.
13 - Rescisão no curso de afastamento para empregados com tempo para aposentadoria.
14 - Desconsideração de horas extraordinárias.
15 - Trabalho em regime de tempo parcial.
16 - Jornada especial de trabalho (12/36 horas).
17 - Ajuste na cláusula de férias com parcelamento previsto em lei.
18 - Regramento do contrato de trabalho intermitente.
19 - Implicabilidade de isonomia salarial acima dos 48 meses para grade nova.
20 - Cláusula regrando a adoção de termo de quitação anual de obrigações trabalhistas.
21 - Congelamento da política de progressão salarial horista por 12 meses.