Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria Automotiva

- Publicada em 22 de Janeiro de 2019 às 22:41

GM quer negociar investimentos no Brasil

Novos aportes dependerão do resultado de negociações com governo, sindicatos e cadeia produtiva

Novos aportes dependerão do resultado de negociações com governo, sindicatos e cadeia produtiva


CLAITON DORNELLES/JC/CLAITON DORNELLES/JC
Executivos da General Motors (GM) no Brasil disseram a sindicalistas, em reunião realizada ontem, que a empresa pretende negociar com o governo, fornecedores e os próprios sindicatos para realizar novos investimentos no Brasil, informou, em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde fica uma das fábricas da montadora. À imprensa, a GM disse que não vai comentar.
Executivos da General Motors (GM) no Brasil disseram a sindicalistas, em reunião realizada ontem, que a empresa pretende negociar com o governo, fornecedores e os próprios sindicatos para realizar novos investimentos no Brasil, informou, em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde fica uma das fábricas da montadora. À imprensa, a GM disse que não vai comentar.
Esgotado o plano de investimentos de R$ 13 bilhões até 2020, um novo ciclo de aportes da GM em fábricas brasileiras como as de São José dos Campos (interior de SP) e São Caetano do Sul (Grande SP) vai depender de renegociações com governos, sindicatos e o restante da cadeia, afirmaram os prefeitos das duas cidades após reunião com a diretoria da montadora.
Na sexta-feira passada, o presidente da GM para o Mercosul, Carlos Zarlenga, distribuiu aos funcionários comunicado alertando para "o momento muito crítico" que vive a empresa. Ele informou que a empresa teve prejuízo significativo no Brasil nos últimos três anos, resultado que "não pode se repetir". O comunicado reproduziu matéria publicada pelo jornal Detroit News, sobre recente declaração da presidente mundial da GM, Mary Barra, em que ela deu sinais de que a empresa considera sair da América do Sul. "Não vamos continuar investindo para perder dinheiro", disse.
Da reunião de ontem participaram, além de Zarlenga, dirigentes dos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos e São Caetano e os prefeitos das duas cidades. O sindicato de São José dos Campos se posicionou contra qualquer plano que envolva demissões e flexibilização de direitos e afirmou na reunião que está aberto a negociações para garantir empregos, salários e direitos.
Uma das reivindicações defendidas pelo sindicato foi a garantia de estabilidade no emprego para todos na fábrica. Hoje, segundo o sindicato, a GM de São José dos Campos emprega cerca de 4,8 mil pessoas.
A primeira rodada de negociação com os metalúrgicos de São José dos Campos começou às 15h. Antes de qualquer acordo, qualquer proposta será discutida com trabalhadores da fábrica e votada em assembleia. A primeira assembleia acontece hoje.
"Somos contra a reestruturação e não aceitaremos que os trabalhadores paguem esta conta com seus empregos. A General Motors é líder de mercado e não há qualquer motivo que justifique o fechamento de fábricas, como vem sendo anunciado", afirma o vice-presidente do sindicato, Renato Almeida.

São Paulo estuda socorro com antecipação de créditos

O governo de São Paulo estuda socorrer a GM com antecipação de créditos de sobre os quais a empresa tem direito, disse à reportagem o secretário de Fazenda e Planejamento do estado, Henrique Meirelles. Segundo Meirelles, o governo estuda antecipar créditos de ICMS sobre os quais a GM tem direito para que a empresa possa abatê-los imediatamente de impostos devidos. "É uma questão, em tese, viável, do ponto de vista de manutenção de emprego, renda e arrecadação futura de imposto", afirma.
O entrave, explica, é que qualquer tipo de renúncia de receita precisa, segundo a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), de uma contrapartida: a criação de receita compensatória. "Estamos estudando. De fato, esse é o desafio: como criar receita compensatória sem necessariamente transferir custos para outros setores da economia."
A equipe econômica do estado deve se reunir em 31 de janeiro para discutir a situação. Até lá, diz Meirelles, o objetivo é trabalhar no que pode ser feito do ponto de vista fiscal. As empresas fabricantes de veículos e autopeças acumulam um saldo de crédito de imposto ICMS devido à diferença de alíquota entre estados ou ainda nas operações de exportações.