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Economia

- Publicada em 13 de Janeiro de 2019 às 01:00

Produtores de feijão apostam na safrinha para aumentar rendimento com a cultura

Cultivo da leguminosa está se concentrando em janeiro e fevereiro

Cultivo da leguminosa está se concentrando em janeiro e fevereiro


FECOAGRO/FECOAGRO/DIVULGAÇÃO/JC
Eduardo Lesina
O feijão, característico no prato do brasileiro, vem sofrendo alterações no seu cultivo. Historicamente, a primeira safra, com plantio entre os meses de agosto e outubro, era o grande foco dos produtores no Estado. No entanto, a competitividade econômica com outros grãos, os avanços tecnológicos, condições climáticas e a rotatividade do solo estão transformando a produção da tradicional leguminosa.
O feijão, característico no prato do brasileiro, vem sofrendo alterações no seu cultivo. Historicamente, a primeira safra, com plantio entre os meses de agosto e outubro, era o grande foco dos produtores no Estado. No entanto, a competitividade econômica com outros grãos, os avanços tecnológicos, condições climáticas e a rotatividade do solo estão transformando a produção da tradicional leguminosa.
O Brasil, junto com China, Índia, México e Estados Unidos totalizam 63% da produção mundial de feijão, segundo os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Em solo brasileiro, as regiões Sul e Sudeste, tradicionalmente lideram a produção interna. O Rio Grande do Sul, que já foi referência no cultivo da planta, hoje perde espaço para outras regiões produtoras, nacionalmente com Paraná e Santa Catarina e internacionalmente com China e Argentina.
Esse cenário fez com que o produtor de feijão modificasse seu modelo de cultivo. "Quem planta está migrando para a safrinha", analisa o presidente da Associação dos Produtores de Feijão (Aprofeijão), Tarcísio Ceretta. A "safrinha", de semeadura principalmente em janeiro e fevereiro, recebeu maior atenção dos produtores devido a logística de rotação do solo e da entrada de novas colheitadeiras no mercado. "A migração está acontecendo devido à viabilidade econômica, porque plantio no pós-milho e as temperaturas maiores do verão auxiliam no desenvolvimento da planta", explica Ceretta. Segundo Ceretta, durante a safrinha, os maiores lavoureiros plantam até 500 hectares em uma propriedade e, na safra, esse número não chega a 50 hectares, devido a produção de outras culturas como trigo e milho.
Com a chegada de um maquinário mais aperfeiçoado, a safrinha se tornou mais atrativa pelas dimensões mais elevadas do feijão, que facilita na utilização das novas colheitadeiras: "Na safra, devido ao frio e a umidade, a planta não consegue se desenvolver, o que faz a colheitadeira não conseguir ser tão efetiva". Valner Kuhn, técnico da Emater-RS, explica que nos últimos dois anos, as colheitadeiras foram otimizadas para o feijão, o que cobriu a dificuldade de mão de obra familiar.
Na primeira estimativa da Emater-RS, a área plantada nesta safra teve variação de 4,16%. Enquanto na temporada 2017/2018 a área plantada atingiu 39.783 hectares, na safra atual a área apontada pela instituição chegou a 41.449 hectares. Embora a área plantada tenha demonstrado crescimento, a produção teve queda de 6,23%: em 2017/2018, o Rio Grande do Sul produziu 64.360 toneladas de feijão, em contrapartida, a produção atual teve registro de 60.352 toneladas. A cidade com maior extensão territorial de plantio foi Caxias do Sul, marcando 11.659 hectares. O preço da saca tem média de R$ 130,00, que varia em cada região produtora no Estado.
O feijão gaúcho, além de enfrentar as condições desfavoráveis do clima, como o excesso de chuvas que causou alagamento em muitas lavouras no final do ano passado, tem uma forte competição econômica com a produção paranaense. Devido ao fato de o Estado não ser autossuficiente no consumo de feijão, os gaúchos necessitam da importação para alimentar o mercado interno. Outra questão de dificulta a logística do produtor está na cobrança do ICMS. Enquanto no Paraná, a taxa cobrada representa 1%, no Rio Grande do Sul esse número chega a 7%, no feijão em saca, e 3% no produto industrializado. "Indiretamente, quem paga essa conta é o produtor gaúcho, para dar competitividade ao feijão daqui", aponta Ceretta.
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