Após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) levantar dúvidas sobre a fusão entre Embraer e Boeing, o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, afirmou ontem que o governo não pensa em interromper o negócio entre as duas empresas.
Na sexta-feira, Bolsonaro disse estar preocupado com a possibilidade de a nova empresa a ser formada pelas duas fabricantes deixar de ter participação brasileira no futuro. Para ser fechado, precisa de aval do governo.
No acordo firmado entre as duas companhias, a Embraer pode se desfazer totalmente dos 20% que deterá da chamada NewCo, a nova companhia que produzirá a atual linha de jatos regionais da Embraer e desenvolverá novos modelos. "Hoje mesmo foi colocada a necessidade de se estudar se essa é a fórmula ideal ou se nós podemos pleitear outro tipo de solução", afirmou o ministro sobre esse ponto específico do contrato.
Segundo ele, há uma preocupação com eventuais perdas para o País na área de desenvolvimento tecnológico. "Isso envolve um patrimônio físico, um patrimônio aeronáutico. Dentro desse patrimônio aeronáutico, existe uma preocupação muito grande com o patrimônio tecnológico, que foi conseguido a duras penas ao longo de muitos anos e que nós não pretendemos perder. Mas isso pode ser equacionado", disse. "Não está se pensando em interromper essa negociação não", afirmou.