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mercado imobiliário

- Publicada em 07 de Janeiro de 2019 às 22:32

Quinto Andar, a Uber da locação, chega a Porto Alegre

Plataforma faz a intermediação entre candidatos a inquilino e donos de imóveis

Plataforma faz a intermediação entre candidatos a inquilino e donos de imóveis


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O Quinto Andar - aplicativo que está sendo chamado de "Uber da locação" e faz toda a intermediação entre candidatos a inquilinos e donos de imóveis - chega a Porto Alegre. A proposta é facilitar a locação residencial, eliminando a burocracia para o fechamento de contratos. A startup concorre diretamente com um setor tradicional, que tem como principais operadores as imobiliárias.
O Quinto Andar - aplicativo que está sendo chamado de "Uber da locação" e faz toda a intermediação entre candidatos a inquilinos e donos de imóveis - chega a Porto Alegre. A proposta é facilitar a locação residencial, eliminando a burocracia para o fechamento de contratos. A startup concorre diretamente com um setor tradicional, que tem como principais operadores as imobiliárias.
O cofundador e CEO da Quinto Andar, Gabriel Braga, confirmou, ontem, em visita ao Jornal do Comércio, que o app começou a operar na Capital. A empresa, que surgiu em 2013 e já desponta com a promessa de ser a próxima unicórnio brasileira - empresas nascentes que rapidamente escalam crescimento e alcançam faturamento de US$ 1 bilhão -, comemora o primeiro contrato fechado na cidade, um negócio que vingou ainda no período de testes da plataforma na última semana de 2018. 
Porto Alegre é a quarta capital onde o app desembarca. O potencial de oferta de imóveis para locar e o perfil de população pesaram na escolha pela capital gaúcha. A Quinto Andar começou como teste em Campinas e estreou comercialmente em São Paulo, depois foi ao Rio de Janeiro e a Belo Horizonte. Hoje, está em 15 cidades, incluindo Brasília e Goiânia. Outras cidades da Região Sul estão no radar.
A empresa teve aporte de R$ 320 milhões até agora. A última rodada foi de R$ 250 milhões, liderado pelo fundo General Atlantis. Segundo Braga, o montante vai acelerar o crescimento da empresa, garantindo uma expansão mais agressiva em outras regiões.
Como funciona: há três personagens envolvidos na operação - o proprietário do imóvel, o candidato a inquilino e o corretor. Para o dono, a Quinto Andar assessora na produção de imagens que possam ser eficientes em mostrar as condições do imóvel e cobra comissão mensal de 5% a 8% sobre a locação. 
Os proprietários podem anunciar de maneira exclusiva ou não, ou seja, somente no site ou também em imobiliárias. Se for exclusivo, a mensalidade é mais barata. A modalidade já representa 40% dos anúncios da plataforma, diz um dos fundadores. Eventuais problemas com o imóvel, após a locação, também têm apoio para resolução da startup. Mesmo com eventuais atrasos do inquilino, a plataforma garante ao proprietário o pagamento em dia do aluguel. 
Os corretores de imóveis - todos licenciados e os mesmos que hoje já atuam com imobiliárias - são acionados de acordo com a busca das pessoas por locação. Eles fazem o relacionamento - são responsáveis por mostrar o imóvel e apoiar no que for preciso. Como o motorista da Uber ou outro app de transporte, o corretor tem de conduzir o interessado na locação para a melhor alternativa e pode fazer de oito a 10 visitas por dia. Quanto mais fizer, maior a chance de efetivar contrato e ganhar. Se o profissional conseguir indicar imóveis para aluguel também ganha comissão sobre cada inscrição.
O que a Quinto Andar tem de diferente de uma imobiliária? Estar em plataforma digital não é diferença. O que a startup oferece é uma solução para o que é a dor de cabeça ou uma barreira a ser vencida por 10 entre 10 potenciais inquilinos. Não é exigido fiador ou carta fiança - um seguro caso haja problema de pagamento, que exige valor adiantado de aluguel. O que a pessoa precisa ter é um cadastro que seja aprovado e renda três vezes o valor do aluguel.
Segundo Braga, a própria plataforma possui um fundo que cobre a inadimplência. "Garantimos que se o inquilino não pagar, nós cobrimos." O trunfo, diz o cofundador, é que a análise de crédito é bem cuidadosa. Para evitar que ocorram muitos casos de atraso ou débitos de mais tempo, a empresa garante que age rápido, contatando o locatário para verificar o que ocorreu.

Ferramenta permite ao proprietário acompanhar da visita ao imóvel até a aprovação do negócio

Para abrir mercado, a Quinto Andar tem usado como atrativo que o dono do imóvel não fica com o bem muito tempo sem alugar. É uma espécie de liquidez do bem, dizem os empreendedores. Caso o valor da locação esteja fora do mercado, o próprio dono poderá ajustar para acelerar o negócio, atualizando o valor no app. Ele acompanha todo o fluxo, desde visitas e como está a análise e a aprovação. "Já alugamos um imóvel em uma hora e 30 minutos - entre a oferta e alguém que queria o imóvel", garante o CEO da empresa, Gabriel Braga.
O corretor é uma das figuras mais importantes no negócio. O profissional se cadastra e passa a ter rotas de visita, de acordo com o agendamento dos usuários. A startup não divulga números de locações, nem base de imóveis em suas carteiras. Em outubro de 2018, foram 86 mil visitas a imóveis, número 300% maior do que o registrado no mesmo mês de 2017, segundo os gestores.
"Com a Quinto Andar, o corretor trabalha de maneira muito mais produtiva, porque ele atende, em geral, 10 vezes mais clientes por semana ou mês, sem perder tempo ajudando o inquilino na busca pelo imóvel ideal", assinala Braga.
Mesmo que não seja corretor, qualquer pessoa pode ganhar com o app. Pelo canal Indica Aí, disponível no site e aplicativo, é possível sugerir um imóvel para locação em qualquer local da cidade. Só a indicação vale de R$ 100,00 a R$ 300,00, variando conforme o imóvel. Caso ocorra a locação, quem cadastrou a unidade ganha 10% do primeiro aluguel. O recurso não elimina a figura do corretor, que segue sendo o elo entre a plataforma e o inquilino, e que pode, inclusive, somar ganhos indicando novos imóveis para a plataforma, esclarece o cofundador.
Mesmo com a pretensão de querer reinventar o mercado imobiliário, Braga espera que a empresa não seja vista como "vilã" pela concorrência tradicional, lembrando da reação dos taxistas aos aplicativos de transporte. Por isso, o CEO adianta que está em estudo uma parceria da plataforma com as imobiliárias, na qual elas "entram com o relacionamento com o proprietário e a reputação que já possuem no mercado, e nós entramos com todo o restante do processo, dividindo ganho a ganho".