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Economia

- Publicada em 28 de Dezembro de 2018 às 00:08

Estrangeiros miram mercado de combustíveis no Rio Grande do Sul

Exemplo de operação recente foi a compra de 50% da caxiense Rodoil pela holandesa Vitol

Exemplo de operação recente foi a compra de 50% da caxiense Rodoil pela holandesa Vitol


JÚLIO SOARES/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
A entrada de empresas internacionais no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis está cada vez mais acentuada. No Estado, um exemplo desse cenário que ocorreu recentemente foi o da holandesa Vitol, que assumiu 50% da caxiense Rodoil.
A entrada de empresas internacionais no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis está cada vez mais acentuada. No Estado, um exemplo desse cenário que ocorreu recentemente foi o da holandesa Vitol, que assumiu 50% da caxiense Rodoil.
Porém, o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, lembra que esse fenômeno de compra de distribuidoras menores não se restringe ao território gaúcho.
Em 2018, o grupo de mineração suíço Glencore adquiriu a Alesat Distribuidora de Combustíveis (detentora da rede Ale, uma companhia fruto da união da mineira Ale Combustíveis com a Satélite Distribuidora de Petróleo, do Rio Grande do Norte). Anteriormente, o Grupo Ultra (dono da Ipiranga) já havia tentado fazer esse negócio, mas foi impedido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A PetroChina foi outra empresa estrangeira que se aventurou no País e assumiu 30% da TT Work, holding do grupo brasileiro Total, com sede em Pernambuco, que também atua com distribuição de combustíveis.
Dal'Aqua considera saudável a entrada de grupos internacionais no mercado nacional, porque, normalmente, essas companhias são bem estruturadas. "Não são aventureiros, que abrem uma empresa para fechar logo ali, tumultuando o mercado", enfatiza. Nesse sentido, o presidente do Sulpetro argumenta que a Vitol viabilizou a robustez necessária para a Rodoil comprar a Megapetro (outra distribuidora regional).
Um dos resultados dessa negociação, que ainda depende da aprovação do Cade, será o aumento do número de postos Rodoil em cerca de 30%, totalizando mais de 400 estabelecimentos com bandeira própria no Sul do Brasil.
Fontes do mercado especulam que a próxima "bola da vez" no Estado a despertar o interesse de investidores será o grupo Charrua. A companhia possui mais de 250 postos e está presente em 188 cidades no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A empresa opera com base de armazenamento em Esteio, Lajeado, Rio Grande e Coronel Barros.
"A área de distribuição de combustíveis no Brasil ainda é muito atrativa", frisa Dal'Aqua. O dirigente faz a ressalva que o Cade pode oferecer alguns obstáculos quanto à concentração de mercado, contudo ainda há muito espaço para a aquisição de empresas regionais, de menor porte. O dirigente acrescenta que também há uma enorme incógnita sobre a possível venda da BR Distribuidora (braço de distribuição de combustíveis da Petrobras), que pode ser alienada de maneira fatiada.
O diretor da consultoria ES-Petro, Edson Silva, reforça que a entrada de estrangeiros no setor de distribuição de combustíveis já é uma realidade, e a tendência é aumentar. O consultor vê muito futuro no mercado regional.
Um diferencial desse segmento, que permite que as empresas menores conquistem seus espaços à sombra das gigantes (Petrobras, Ipiranga e Raízen - essa última resultante da união entre Shell e Cosan), é um canal de comunicação mais ágil com seus clientes locais.
No entanto, o diretor da ES-Petro adverte que o risco que essas empresas correm é crescer demais e perder esse contato mais próximo. Silva adianta que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está estudando um conjunto de modificações para o mercado de abastecimento e uma das sugestões é a distribuidora poder importar diretamente combustíveis.
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