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Economia

- Publicada em 19 de Dezembro de 2018 às 11:44

Ciclone extratropical depositou lama na Praia do Cassino, diz nota técnica da Furg

Placas foram colocadas na beira da praia para denunciar fenômeno

Placas foram colocadas na beira da praia para denunciar fenômeno


SOS Cassino/Divulgação/JC
Bruna Oliveira
Atualizada às 19h30min de 19/12/2019
Atualizada às 19h30min de 19/12/2019
O Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SIMCosta/Furg) emitiu nota técnica nesta quarta-feira (19) sobre as possíveis causas do aparecimento de lama na Praia do Cassino no começo de dezembro. A suspeita era de que o fato tivesse relação com as obras de dragagem do Porto do Rio Grande, iniciadas no final de outubro. De acordo com o documento, a deposição da lama foi causada pela ação de um ciclone extratropical, responsável por alterar o regime de ventos e sedimentos do estuário da Lagoa dos Patos.
A origem precisa da lama, no entanto, e a eventual influência dos trabalhos de dragagem na ocorrência, seguem sendo investigadas. A nota diz ainda que as análises até o momento "não indicam trasporte de sedimentos do atual sítio de despejo ou mesmo contribuição do mesmo para a ocorrência de lama na região". O sítio de despejo foi licenciado pelo Ibama e é anterior ao início do Programa de Monitoramento.
De acordo o vice-reitor da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Danilo Giroldo, a nota técnica "reforça os indícios de que a ocorrência de lama não tem a ver com transporte do sítio de despejo". Além disso, imagens de satélite anexadas ao laudo mostram que já havia uma mancha próximo ao local onde ocorreu o aparecimento de lama antes de se iniciarem as obras de dragagem, explica Giroldo.
Entre 2 e 8 de dezembro, um ciclone extratropical promoveu ventos oriundos do Sul com velocidade de até 13,5 metros por segundo ao longo da costa gaúcha. O relatório explica que os ventos nesta intensidade provocam um transporte de massa e volume de águas oceânicas para a costa.
Diante das incertezas quanto à origem do surgimento da lama, a continuidade do trabalho de dragagem vive um impasse. Nesta quarta-feira (19), uma audiência na Justiça Federal apresentou as razões de cada envolvido. A nota técnica da Furg vai subsidiar a ação civil pública. Até o começo da noite, o juiz Adérito Martins Nogueira Júnior, da 1ª Vara da Justiça Federal de Rio Grande, ainda não havia emitido posição em relação ao pedido de liminar judicial para suspender a dragagem. 
A obra foi novamente suspensa na segunda-feira (17), após pedido do Ibama à Secretaria Nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Na semana passada, os trabalhos já haviam sido interrompidos após recomendação do Ministério Público Federal, mas, horas depois, a Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg) acatou a recomendação Secretaria Nacional de Portos e retomou a dragagem, na quinta-feira (13). Diante disso, o MPF ingressou com a ação pedindo pela paralisação da obra.
A ocorrência de lama está mobilizado a população local. Grupos como SOS Cassino denunciam e cobram medidas do poder público sobre a responsabilidade ambiental neste caso através de página na internet. Em protesto no último domingo (16), os ativistas fixaram cruzes na lama em "enterro simbólico" da Praia do Cassino.
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