Big Data apoia CIEE-RS na busca por novas vagas

Cerca de 70 mil estagiários e 18 mil aprendizes passam pela base do CIEE-RS anualmente. Agora, graças à ciência de dados, esses jovens conseguirão ter um encaminhamento muito mais efetivo às suas primeiras experiências profissionais, e a instituição conseguirá melhorar a sua eficiência neste processo.

Uma ferramenta criada pela XL7 Data Science, instalada no Tecnopuc Startups, está ajudando o CIEE-RS a fazer uma radiografia precisa do mercado em que atua, apontando os municípios, as regiões e os segmentos da economia onde estão as principais oportunidades. É possível saber, por exemplo, que, em Ijuí, no comércio, existe um determinado número de cotas nas empresas para serem preenchidas, o que seria um mercado a ser explorado pelo time operacional da instituição.

"A grande inovação desta ferramenta é o uso pesado de dados públicos. Fizemos uma composição de base de dados heterogêneos, e essa alquimia, junto com Inteligência Artificial (IA), estatística e geração de indicadores, tornou possível a realização de recomendações estratégicas para eles", explica o diretor de negócios da startup, Carlos Dottori, cofundador da XL7 ao lado de Felipe Paim e Eduardo da Silveira.

Mensalmente, os dados do CIEE-RS são processados, usando Big Data, e combinados com milhões de registros do mercado de trabalho que rodam uma série de algoritmos. O uso de IA é para compreender padrões e chegar a esses indicadores e de classificação da carteira de clientes do CIEE-RS. "Se você definir que deseja atingir determinada reunião, o sistema faz as recomendações para apoiar as ações", reforça Dottori. Para realizar este trabalho, a startup reúne economistas, estatísticos, comunicação e tecnologia. "Essa riqueza dos perfis nos permite entender e compreender bem as bases de dados e o mercado como um todo", diz.

O gestor de operações do CIEE-RS, Lucas Baldisserotto, relembra que tudo começou com conversas da área operacional e de tecnologia da instituição para adotar alguma ferramenta que gerasse uma visão mais estratégica de como se comporta o mercado atendido pelo CIEE-RS, que é justamente o de estágio e aprendizes - a legislação determina que empresas de médio e grande portes contratem jovens de 14 a 24 anos para capacitação profissional, cumprindo cotas que variam de 5% a 15% do número de funcionários efetivos qualificados. "Queríamos identificar onde estavam as vagas possíveis de serem captadas, os ramos de atividades e as regiões do Estado", conta.

O resultado prático disso, comenta Baldisserotto, é que ficou mais produtivo para as equipe encontrarem novas oportunidades. "Antes, a gente precisava de oito a 10 visitas para captar um cliente, tempo que hoje caiu para de quatro a cinco dias", destaca. Segundo ele, o cenário econômico até não está positivo, mas existem cidades e segmentos que estão bem. Na medida em que possui uma ferramenta para indicar quais são eles, fica mais fácil gerar novos negócios", acrescenta.