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Infraestrutura

- Publicada em 09 de Dezembro de 2018 às 21:36

Geração de energia em postos deve avançar

Posto Metropolitano, em Canoas, é um dos locais que está utilizando o GNV para suavizar a conta de luz

Posto Metropolitano, em Canoas, é um dos locais que está utilizando o GNV para suavizar a conta de luz


/CLAITON DORNELLES /JC
Poder utilizar um insumo tanto como produto a ser vendido como para consumo próprio pode ser um diferencial competitivo para algumas empresas. Essa situação começa a ser cada vez mais percebida pela Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e pelos postos de combustíveis. Alguns revendedores estão aproveitando o gás natural que recebem da distribuidora para comercializar como Gás Natural Veicular (GNV) e também para gerar energia elétrica e suavizar a conta de luz.
Poder utilizar um insumo tanto como produto a ser vendido como para consumo próprio pode ser um diferencial competitivo para algumas empresas. Essa situação começa a ser cada vez mais percebida pela Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e pelos postos de combustíveis. Alguns revendedores estão aproveitando o gás natural que recebem da distribuidora para comercializar como Gás Natural Veicular (GNV) e também para gerar energia elétrica e suavizar a conta de luz.
Hoje, conforme a Sulgás, são oito postos gaúchos que têm condições de gerar energia a partir do gás. O coordenador de marketing da concessionária, Guilherme Garcez Cabral, ressalta que esse recurso é utilizado por essas companhias, principalmente durante o horário de ponta de consumo, das 18h às 21h, quando a eletricidade é mais cara.
"É um produto muito interessante para o posto, porque, além de representar uma economia, implica segurança operacional (a estrutura pode funcionar mesmo se houver algum problema com o fornecimento por parte da distribuidora de energia local)", argumenta Cabral.
O sócio-proprietário da rede de postos Metropolitano Pierre Prunes informa que a unidade na avenida Guilherme Schell, em Canoas, já possui gerador alimentado a gás natural, e os outros dois estabelecimentos do grupo nesse município também, futuramente, contarão com essa alternativa. O empresário estima em cerca de 13% a economia com o gasto em energia, com o uso do gás, durante o horário de ponta. Na semana passada, o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro) e a Sulgás promoveram um curso sobre o gás natural veicular. Um dos tópicos abordados foi a segurança no abastecimento.
Cabral ressalta que os acidentes que ocorreram durante o abastecimento de carros foram relacionados a kits de GNV instalados inadequadamente. Se o frentista seguir o procedimento indicado, os incidentes serão evitados, frisa. Entre os cuidados que precisam ser tomados, Cabral cita a solicitação para que o motorista saia do carro e a verificação do selo de certificação do Inmetro no cilindro em que será inserido o GNV.
O coordenador de marketing adianta que a Sulgás está estudando uma forma de financiar os kits de gás natural, em parceria com alguma instituição financeira, a partir do próximo ano. Cabral observa que alguns aplicativos de transporte já adotaram ações semelhantes. Outra meta da estatal é lançar, em 2019, um aplicativo para que as pessoas consigam identificar os postos que comercializam GNV, saber o preço cobrado em cada estabelecimento, avaliar os instaladores dos kits, entre outras informações.
O gás natural veicular ainda é considerado um combustível competitivo, mesmo após ter sido reajustado em 8,95% no mês passado. O presidente do Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua, afirma que, como o GNV ainda apresenta vantagens econômicas em relação à gasolina, o consumo do gás não caiu. "O pessoal não vai deixar de abastecer, só que reduz a conversão (instalação de kits para o uso de GNV)", aponta o dirigente.

Sulpetro manifesta preocupação com ICMS

Nova legislação está causando muitas dúvidas, afirma Dal'Aqua

Nova legislação está causando muitas dúvidas, afirma Dal'Aqua


/CLAITON DORNELLES/JC
Se o consumo do GNV não é algo que preocupa atualmente o Sulpetro, o mesmo não pode ser dito em relação ao tema tributário. Uma nova legislação, que começa a vigorar a partir do próximo ano, prevê um sistema de compensação em cima do preço de pauta (valor que é tomado de referência para a incidência do ICMS sobre os combustíveis). O presidente do sindicato, João Carlos Dal'Aqua, diz que essa situação está acarretando muitas dúvidas.
"Quem vender acima do preço de pauta vai pagar ICMS a mais, quem vender abaixo terá direito a um crédito", detalha o dirigente. No entanto, o presidente do Sulpetro adianta que haverá muita dificuldade para usufruir desses créditos de ICMS.
Sobre a intenção do governo de Eduardo Leite de manter as alíquotas majoradas da gasolina por mais dois anos (a gestão Sartori elevou o ICMS do combustível de 25% para 30%, medida aprovada pela Assembleia Legislativa em 2015 e com término previsto para dezembro de 2018), Dal'Aqua diz que vê a questão com muita preocupação. "Não está claro se, no final desses dois anos, o imposto vai baixar integralmente ou se será um percentual insignificante", enfatiza. O presidente reforça que o Sulpetro sempre é contrário a tributos altos. "Entendemos a situação do Estado, mas temos que encontrar outras formas", defende.