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Economia

- Publicada em 09 de Dezembro de 2018 às 21:40

Rio Grande é obstáculo a porto em Torres


Arte/JC sobre imagem Google Earth
Jefferson Klein
Uma ideia que surgiu há mais de 100 anos volta a ser debatida: a construção de um terminal portuário em Torres. Apesar de a iniciativa contar com entusiastas, como o senador eleito Luis Carlos Heinze (PP), uma dificuldade que o empreendimento precisará superar é a concorrência com o porto do Rio Grande. Além disso, enfrentará a disputa de complexos catarinenses, como São Francisco do Sul, Navegantes, Imbituba, Itapoá e Itajaí.
Uma ideia que surgiu há mais de 100 anos volta a ser debatida: a construção de um terminal portuário em Torres. Apesar de a iniciativa contar com entusiastas, como o senador eleito Luis Carlos Heinze (PP), uma dificuldade que o empreendimento precisará superar é a concorrência com o porto do Rio Grande. Além disso, enfrentará a disputa de complexos catarinenses, como São Francisco do Sul, Navegantes, Imbituba, Itapoá e Itajaí.
Heinze comenta que a proposta foi apresentada a ele pelo ex-deputado federal pelo PP e ex-prefeito de Passo Fundo, Fernando Machado Carrion. O senador eleito acrescenta que essa questão foi discutida com lideranças da cidade de Torres como prefeito, vereadores, representantes do comércio, turismo e rede hoteleira. Carrion, que também é engenheiro civil, diz que a sugestão já foi apresentada, inclusive, para o vice-presidente da República eleito, general Antônio Mourão.
Segundo Carrion, a posição final do porto será determinada pelo projeto de engenharia, que ainda precisa ser feito. Mas deverá ficar a cerca de 20 quilômetros ao Sul do farol de Torres, entre Rondinha e Arroio do Sal, onde há águas muito profundas. Carrion estima em cerca de R$ 10 milhões o montante necessário para realizar um projeto técnico sobre a iniciativa. Os recursos seriam aportados pelos eventuais investidores interessados no empreendimento.
Em princípio, será necessário construir molhes (extensões de pedra que protegem o acesso ao terminal de ondas e correntezas), como foi feito no porto do Rio Grande, entretanto, menores do que os do município da Metade Sul. Se viabilizada, a estrutura de Torres movimentará cargas em geral e conteinerizada, assim como produtos como maçãs, frangos, grãos, entre outros. Carrion recorda que o primeiro anteprojeto que previu um porto em Torres foi contratado pelo imperador Dom Pedro II, no século XIX. Heinze complementa que o local a ser instalado o terminal não deve atrapalhar o turismo ou o meio ambiente.
O senador eleito ressalta que um porto naquela região também serviria para atrair navios-cruzeiro. A intenção, reforça o senador eleito, é conceder o porto para a iniciativa privada, que seria a responsável pelos investimentos. Heinze pretende divulgar a proposta no meio empresarial. Recentemente, o assunto foi apresentado por Carrion em uma reunião com empresários de Caxias do Sul. "A construção de um porto em Torres pode ser muita positiva para a nossa região e para todo o Estado", defende o prefeito de Torres, Carlos Alberto Matos de Souza (PP). O prefeito ressalta que o Litoral Norte gaúcho busca alternativas para reduzir a sazonalidade e o terminal apresenta-se como uma excelente estratégia para o desenvolvimento econômico e turístico. O coordenador da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, diz que desconhece os detalhes do projeto de Torres, mas ressalta que qualquer ação nesse sentido precisa ter estudos atualizados. Além disso, o dirigente destaca a importância de não descuidar do porto rio-grandino. "Temos que elencar prioridades, temos o porto do Rio Grande com extremas dificuldades", salienta. Uma questão que tem que ser mais bem trabalhada no complexo da Metade Sul, de acordo com Manteli, é agilizar a realização de dragagens. O integrante da ABTP elogia a trajetória de Carrion, que foi um batalhador, enquanto deputado, para a consolidação da lei dos portos, de 1993, porém reitera que o porto do Rio Grande é prioritário.
Já um empresário que há muitos anos trabalha no setor logístico e portuário no Estado, mas que prefere não ter seu nome publicado, considera o projeto de um porto em Torres como "um sonho de uma noite de verão". Ele crê que seria impossível encontrar empreendedores dispostos a desembolsar os recursos necessários para ir adiante com a iniciativa, já que a perspectiva é que cada vez mais Rio Grande se torne um porto concentrador de cargas.
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