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As tradicionais comemorações de final de ano nas empresas - que, em novembro e dezembro, movimentam os negócios de diversos bares, centro de eventos, restaurantes, pubs, espaço de convenções de hotéis, clubes, chácaras e outros locais - estão mais enxutas quando o assunto é orçamento. Para se adequar a uma demanda de pechinchas e pedidos de descontos, o mercado está tendo que reduzir preços, ou negociar de forma customizada com cada um dos clientes.
"A nossa forma de organizar os eventos de final de ano ficou diferente, conforme a quantidade de pessoas, vamos agregando produtos e serviços, e, assim, o valor vai mudando", resume a gerente do restaurante La Piedra, Márcia Klumb. O espaço é um dos que sobreviveram a uma série de portas fechadas da gastronomia na Zona Sul de Porto Alegre durante 2018.
Márcia comenta que, além de locar a área para confraternização de empresas, o restaurante realiza ceias para o público em geral nas noites de Natal e Réveillon. "A procura está boa e até cresceu frente ao ano passado, quando muita gente deixou a procura para a última hora", mensura a gerente. "Acho que é reflexo da crise, que leva as pessoas as se planejarem com mais antecedência." Durante o ano, a demanda por festas de empresas foi baixa, pondera a gerente. "O pessoal está sem dinheiro e está tendo dificuldade de fechar os eventos."
Para facilitar a adesão das corporações no final do ano, a saída foi retirar alguns serviços, como de garçom e limpeza, para baratear o orçamento.
Para as ceias de Natal e Réveillon, o La Piedra espera receber muitos turistas, afirma a gerente. "Estamos divulgando com antecedência, e tem bastante gente de fora entrando em contato."
Márcia garante que também a procura de empresas solicitando orçamento está boa. "Umas 15 já entraram em contato e fechamos com cerca de nove." O preço depende do prato escolhido, se inclui bebidas e sobremesa - e os valores são cobrados por número de pessoas. "Acaba que fazemos um orçamento personalizado para cada evento", explica a gerente do restaurante.
Clientes buscam negociar as melhores ofertas
Grêmio Náutico União tem tabela especial, com descontos para associados
IVAN MATTOS/ESPECIAL/JC
Contando com um centro de eventos destinado ao mercado corporativo, o Grêmio Náutico União tem tabela especial, com descontos para associados. No caso de não sócios, muitas vezes, o preço está sendo negociado, de acordo com a necessidade do cliente.
"Sequer mexemos na tabela, mantendo os valores do ano passado, mas tem muito consumidor precisando negociar", explica a gerente de eventos do clube, Claudia Fattori. Ela comenta que o mercado se retraiu em 2017, e a demanda reprimida ocorreu em 2018. "Mas os clientes vieram com essa proposição de negociar, estamos atendendo caso a caso - empresas que realizam mais de um evento ganham desconto, está acontecendo atendimento mais customizado."
O clube oferece nove espaços para as festas de confraternização de final de ano, com capacidade a partir de 60 lugares até 2 mil pessoas, em suas quatro sedes. No dia 31, também haverá evento para associados e público geral. A já tradicional comemoração inclui ceia, festa e queima de fogos, e ocorre na sede do Alto Petrópolis. Os ingressos estão sendo vendidos separadamente (festa e jantar), com valores a partir de R$ 260,00 (associados).
Fazenda vê aumento da procura durante o ano
Gramado central e pirâmides para eventos no Quinta da Estância crédito divulgação Quinta da Estância
/QUINTA DA ESTÂNCIA/DIVULGAÇÃO/JC
Um dos lugares no Estado que não tem reclamado da crise é o Quinta da Estância, localizado na zona rural de Viamão. Segundo o diretor de relacionamento do empreendimento, Rafael Goelzer, para este final de ano estão agendados "centenas de eventos" (nove por dia, em média). "Trabalhamos muito com eventos comemorativos de final de ano, de confraternização entre funcionários."
A fazenda teve resultados positivos mesmo durante a crise, comenta o executivo. "O mercado de eventos ao ar livre, em geral, regrediu 8% em média, enquanto nosso negócio cresceu 20% durante o ano." No Quinta da Estância, a demanda aumenta em novembro e dezembro, quando comparada com o restante do ano. "Recebemos muitos eventos corporativos e familiares, com números distintos de pessoas, desde 12 até 4 mil participantes", afirma Goelzer.
Além de oferecer solução completa de alimentação e bebidas para os clientes das festas, o espaço também tem atividades, como piscinas, futebol na lama, banho de açude, viveiro interativo, passeios de trator e atividades para crianças. "Muitas empresas incluem os familiares de funcionários nas festas", explica Goelzer.
Como organizar as festas com economia
- Antecipar e ter cronograma do que se quer com um mês de antecedência é o ideal para evitar correria de última hora e garantir que se vai encontrar os melhores preços e serviços.
- O número de participantes é o primeiro item a ser considerado, já que irá impactar diretamente no orçamento do evento. Uma saída para contabilizar sem erro é enviar convites para os colaboradores da empresa e pedir a eles que se cadastrem.
- A escolha do espaço deve ser preferencialmente inovadora, despertando o interesse e a curiosidade dos convidados, o que irá interferir na adesão ao evento. Lembre de verificar as avaliações do local na internet, para ver se está adequado ao perfil da festa e se o custo-benefício vai de encontro ao desejado. Ideal também é visitar o local antes de contratar para conhecer a infraestrutura.
- A contratação do buffet de comidas e compra das bebidas é um ponto que costuma pesar no orçamento de uma festa de fim de ano empresarial. Se a verba for reduzida, pode-se optar por mesa de frios, snacks e sanduíches. Mas, caso seja possível caprichar, apostar em comidas típicas é uma boa forma de sair do lugar comum. Muitas vezes, o empreendimento eleito para a festa pode oferecer refeição - nesse caso, é bom verificar se há soluções completas ou se é necessário contratar fornecedor externo.
- Verificar se atividades que o local oferece estão adequadas aos participantes da empresa (que pode ter funcionários seniores ou pessoas com alguma deficiência física).
- Pensar na questão do acesso e se há estacionamento (pago ou não).
- Convidar ou não familiares depende de fatores como o orçamento e a cultura de sua empresa. De forma geral, a festa de fim de ano é um evento para funcionários. Entretanto, em algumas empresas, o convite é estendido para seus familiares.
- As atrações são outro diferencial dentro de sua festa de fim de ano, que - de forma ideal - deve contar, pelo menos, com um DJ. Para reduzir custos, pode-se aproveitar os talentos internos (em casos nos quais algum funcionário se disponibilize) ou eleger um local que já ofereça atrativos (como atividades de integração), além de um espaço para os comes e bebes.