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Economia

- Publicada em 20 de Novembro de 2018 às 16:49

Economistas reagem à declaração de Bolsonaro sobre 'quem ferrou o Brasil'

Silva (esquerda), Tolfo (centro) e Horn criticaram a declaração do presidente eleito sobre a categoria

Silva (esquerda), Tolfo (centro) e Horn criticaram a declaração do presidente eleito sobre a categoria


COFECON/CORECON-RS/DIVULGAÇÃO/JC
Após o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmar que "quem ferrou o Brasil foram os economistas", representantes da categoria reagiram com crítica à declaração do futuro presidente. A afimação foi dada à reportagem do jornal Folha de S. Paulo nessa segunda-feira (19). Bolsonaro ainda disse que sua equipe econômica, que será liderada pelo economista Paulo Guedes, "não terá direito de errar". 
Após o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmar que "quem ferrou o Brasil foram os economistas", representantes da categoria reagiram com crítica à declaração do futuro presidente. A afimação foi dada à reportagem do jornal Folha de S. Paulo nessa segunda-feira (19). Bolsonaro ainda disse que sua equipe econômica, que será liderada pelo economista Paulo Guedes, "não terá direito de errar". 
O Conselho Federal de Economia (Cofecon) repudiou "veementemente" a declaração e considerou a postura do presidente eleito como "lamentável". Em nota assinada pelo presidente do órgão, Wellington Leonardo da Silva, o conselho afirma que a situação do País não se deve à falta de capacidade teórica, e sim a escolhas por determinada política econômica.
"Mesmo não estranhando que o autor tenha proferido a frase, tendo em vista que ele mesmo já afirmou não ter conhecimento da Ciência Econômica, devo, por dever de ofício, informar que os insucessos das políticas econômicas que os banqueiros, rentistas e conservadores tentam implantar no País devem ser creditados ao modelo econômico equivocado, escolhido por eles em benefício próprio, e seguido pela maioria dos governantes, que em algumas ocasiões entregaram a gestão até a ex-gerentes de bancos", diz o documento.
A crítica é endossada também pelo economista e diretor da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Carlos Horn, que chamou de "simplificação grosseira que não ajuda a resolver problemas". "O Brasil não está ferrado, nem quebrado. Atravessa uma crise econômica séria, mas reúne condições de superá-la, com inteligência e perseverança. A frase sobre os economistas não veicula a verdade, nem é bem formulada", afirmou Horn. 
O presidente do Conselho Regional de Economia do Estado (Corecon-RS), Rogério Tolfo, também discordou da afirmação do presidente eleito. "Ele pode não concordar com a atuação de alguns economistas, mas não pode generalizar", opinou Tolfo, que viu até incoerência entre discurso e prática de Bolsonaro.
"Mesmo emitindo a opinião, ele dá autonomia ao Paulo Guedes para tomar decisões e ainda levar vários economistas para o governo", contrapõe o presidente do Corecon-RS, que achou ainda "intempestiva" a declaração. Tolfo destacou a importância dos profissionais para definir e avaliar políticas públicas e aposta que o presidente eleito "vai tomar este caminho". 
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