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Serviços

- Publicada em 09 de Novembro de 2018 às 18:29

Quase 90% da hotelaria gaúcha faz reservas por plataformas digitais

Farol Hotel, em Torres, eleva a ocupação fora da alta temporada com demanda das plataformas

Farol Hotel, em Torres, eleva a ocupação fora da alta temporada com demanda das plataformas


FAROL HOTEL/DIVULGAÇÃO/JC
Se a tecnologia tem se tornado um elemento fundamental para o setor de serviços, não é diferente para o ramo da hotelaria. Uma sondagem inédita feita entre setembro e outubro deste ano mostra que quase nove em cada dez hotéis e pousadas no Rio Grande do Sul já utilizam plataformas externas, como mecanismos de busca ou de agências de viagem, para a realização de reservas.
Se a tecnologia tem se tornado um elemento fundamental para o setor de serviços, não é diferente para o ramo da hotelaria. Uma sondagem inédita feita entre setembro e outubro deste ano mostra que quase nove em cada dez hotéis e pousadas no Rio Grande do Sul já utilizam plataformas externas, como mecanismos de busca ou de agências de viagem, para a realização de reservas.
De acordo com o levantamento, realizado pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) e antecipado ao Jornal do Comércio, 87,8% dos empreendimentos utilizam essas plataformas para realizar a venda de diárias. O número chega a ser maior que a oferta para realização de reservas no balcão (86%) ou no site próprio do estabelecimento (84,2%) e fica atrás apenas do acesso por telefone (98,2%).
De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal da Hotelaria no Rio Grande do Sul (Sindihotel), Manuel Suárez, a comercialização de vagas através de portais eletrônicos já chega a 25% do total das vendas do segmento. “E uma alavanca importantíssima, inclusive de divulgação, para todos, sejam pequenos, médios ou grandes hotéis”, afirma o dirigente.
Na prática, a diferença é percebida pelos hoteleiros. Conforme Antonio Carlos Pozzi, proprietário do Farol Hotel, de Torres, no litoral norte gaúcho, o contato com as operadoras é permanente. “Fora de temporada, o que traz movimento são esses sites de reserva, que estão sempre em contato conosco”, relata Pozzi, que também valoriza a divulgação do estabelecimento pelas plataformas na internet. “O sites fazem propaganda no Brasil e no mundo”, valoriza o empresário do setor.
A parceria com as plataformas de reserva é considerada estratégica também por estabelecimentos e redes já consolidadas. É o caso da Blue Tree, que administra o tradicional hotel Millenium, em Porto Alegre. A presidente da companhia, Chieko Aoki, diz que o grupo utiliza vários canais de reserva. “São muitos portais, com preço e taxa de comissão diferentes. Trabalhamos com eles (sites) conforme nossa capacidade”, conta a executiva.
O único empecilho na parceria com essas plataformas, segundo o presidente do Sindihotel, é o comissionamento. “As operadoras cobram quase o dobro de do que agências de viagem, e a diferença sai do faturamento”, explica o dirigente. “Por isso, é importante ter uma alternativa bem ampla de agências”, considera Suárez.
A Fecomércio-RS ouviu 385 hotéis e pousadas entre 26 de setembro e 23 de outubro. Destes, 75% funcionam há mais de cinco anos e 78% têm até 50 quartos, considerados, portanto, de pequeno porte. Mesmo assim, 93,2% informaram que fazem uso de redes sociais para atrair clientes.
O presidente da federação, Luiz Carlos Bohn, destaca que a sondagem mostrou que 28,8% dos hoteleiros admitem que a falta de estratégia e planejamento é um dos empecilhos para a expansão das vendas. “A pesquisa apontou que o segmento treina os funcionários, tem caixa separado do negócio em relação a questões pessoais dos donos e tem estratégia, mas mesmo assim reconhece que precisa melhorar e está preocupado com a preparação para atender bem o cliente”, elogia Bohn. 

Treinamento de funcionários é preocupação do setor

Preocupação com qualificação vai das grandes redes até as pequenas hospedagens

Preocupação com qualificação vai das grandes redes até as pequenas hospedagens


MATEUS BRUXEL/ARQUIVO/JC
De acordo com a sondagem da Fecomércio-RS, 91,4% dos hotéis e pousadas gaúchos treinam os funcionários. A preocupação vai desde as grandes redes até a maioria das pequenas hospedagens. Ao todo, apenas 1,6% delas não fornecem uma capacitação especifica aos empregados. Em 7%, o treinamento dependerá da função a ser exercida.
“Nosso pessoal é treinado pela própria equipe do hotel, que ensina a atender e a exercer as funções. A depender do perfil da pessoa, em uma semana já pega o jeito”, afirma Antonio Pozzi, dono do Farol Hotel. No caso da rede Blue Tree, a própria presidente da rede participa da preparação dos empregados. “Eu mesma dou (o treinamento). E gosto, porque é nossa obrigação passar as melhores práticas para zelar pelo conforto do hóspede”, diz Cheiko Aoki.
Para os empreendimentos que priorizam treinamento externo, o Sindihotel oferece há dois anos treinamento intensivo de uma semana na própria sede dos hotéis, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A qualificação aborda desde a recepção até a preparação dos quartos e a manutenção dos espaços. “O resultado é excelente e faz parte da melhora na ocupação dos hotéis, que sentimos neste ano”, avalia Manuel Suaréz, presidente do sindicato.
Outro dado que chama atenção na pesquisa é a boa expectativa do setor para os próximos meses. Entre os hoteleiros ouvidos, 75% esperam que as vendas aumentem nos próximos seis meses e 73% esperam que economia brasileira melhorem após as eleições.

Confira os principais dados do levantamento

Tempo de funcionamento:
  • Menos de um ano – 2,1%
  • De um a três anos – 12,2%
  • De três a cinco anos – 9,6%
  • De cinco a dez anos – 14,8%
  • Mais de dez anos – 61,3%
Força de trabalho:
  • De uma a dez pessoas – 67,8%
  • De dez a 20 pessoas – 18,4%
  • De 20 a 40 pessoas – 7,5%
  • De 40 a 70 pessoas – 3,6%
  • Mais de 70 pessoas – 2,6%
Número de leitos:
  • Dez ou menos – 17,4%
  • De 11 a 25 – 35,1%
  • De 26 a 50 – 25,5%
  • De 51 a 100 – 15,6%
  • Mais de 100 - 6,5%
Avaliam como empecilhos para expansão das vendas:
  • Crise vivida pelo país – 87,3%
  • Carga tributária – 73%
  • Custo para manter estrutura - 71,9%
  • Baixa demanda - 59,5%
  • Concorrência - 43,6%
  • Legislação a que está submetido – 38,4%
  • Dificuldades para ampliar espaço – 36,6%
  • Falta de crédito (capital de giro) – 29,9%
  • Falta de estratégia e planejamento – 28,8%
  • Outro – 5,5%
Desempenho das vendas nos últimos seis meses:
  • Ruim – 13,8%
  • Regular – 32,7%
  • Bom – 30,6%
  • Muito bom – 18,2%
  • Excelente – 4,7%
Treinamento de colaboradores:
  • Todos os contratados são treinados – 91,4%
  • Treinamento depende da função – 7%
  • Não há treinamento – 1,6%
Meios utilizados para efetuar reservas:
  • Central de reservas (telefone) - 98,2%
  • Plataformas de reservas – 87,8%
  • Balcão – 86%
  • Site próprio – 84,2%
Expectativa sobre vendas nos próximos seis meses:
  • Piorem muito – 0,3%
  • Piorem um pouco – 3,6%
  • Mantenham-se estáveis – 20%
  • Melhorem um pouco – 24,7%
  • Melhore muito – 51,4%
Expectativa sobre desempenho da economia em 2018:
  • Piore muito – 2,9%
  • Piore um pouco – 4,4%
  • Mantenha-se estável – 20,3%
  • Melhore um pouco – 29,4%
  • Melhore muito – 43,1%
FONTE: Fecomércio-RS