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Relações Internacionais

- Publicada em 07 de Novembro de 2018 às 12:54

Mídia global amplia foco nas mudanças da China

Executivos de mídia, jornalistas e estudiosos de 39 países discutem papel da imprensa econômica no contexto do comércio mundial

Executivos de mídia, jornalistas e estudiosos de 39 países discutem papel da imprensa econômica no contexto do comércio mundial


GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
A feira internacional de exportações promovida pela China até este sábado (10) em Xangai não é feita apenas de negócios entre países e grandes empresas que planejam vender ou ampliar exportações para o gigante asiático. O megaevento também é palco de debates, com painéis que envolvem temas como o futuro da agricultura, indústria e novas tecnologias, cidades inteligentes e comunicação.
A feira internacional de exportações promovida pela China até este sábado (10) em Xangai não é feita apenas de negócios entre países e grandes empresas que planejam vender ou ampliar exportações para o gigante asiático. O megaevento também é palco de debates, com painéis que envolvem temas como o futuro da agricultura, indústria e novas tecnologias, cidades inteligentes e comunicação.
Um desses fóruns internacionais reuniu 600 executivos de mídia, jornalistas e estudiosos de 39 países para discutir o papel da imprensa econômica no atual contexto do comércio mundial. O interesse pela China é crescente nesse setor da mídia, que dedica cada vez mais espaço para acompanhar o gigante asiático.
Houve certo consenso, entre os painelistas, de que a globalização econômica é um processo irreversível e alguma concordância com a tese defendida pelo presidente chinês, Xi Jinping, na abertura da China International Import Expo, em Xangai, de que é preciso defender o livre comércio e relações bilaterais benéficas entre os países.
Apesar dos elogios generalizados ao processo de abertura chinesa e ao robusto crescimento econômico do país asiático, o debate também foi palco de pedidos de mais informações e transparência ao governo chinês, o que, segundo os jornalistas, traria benefícios à própria China, que atrairia, desta forma, mais investidores.
Neste aspecto, a fala mais interessante foi do editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait. Ele afirmou que o território chinês é o lugar mais interessante do planeta, no atual momento, para quem quer contar a história das transformações da economia mundial e da globalização.
Entretanto, utilizou uma metáfora para defender que o governo chinês passe mais informações e tenha uma comunicação mais transparente. Citou uma pintura em um quadro, com poucas cores, em que só se vê a silhueta do objeto retratado. Ao ser colorido, o quadro se torna perceptível, com mais detalhes.
“A cada informação que recebemos, podemos colorir mais o quadro que pintamos, publicar informações mais claras. Tenham mais confiança, comuniquem com transparência, falem dos erros”, pediu Micklethwait, enquanto era ouvido por uma plateia que contava com cerca de 50 integrantes do governo chinês que ocupam os mais altos postos no setor de comunicação, incluindo ministro e executivos de veículos de imprensa.
O editor da Bloomberg destacou que a medida beneficiaria a própria China, que poderia ser apresentada de uma forma “mais normal” para o mundo, o que daria mais confiança e poderia ajudar a atrair ainda mais investimentos externos. A tese do foi defendida, em maior ou menor grau, por outros jornalistas russos, australianos e dos Estados Unidos.
O editor-chefe da revista Fortune, Clifton Leaf, foi na mesma linha, apresentando números que mostram o avanço global de companhias chinesas entre as mais importantes do mundo. Mas observou que o negócio de sua revista, desde o início da publicação, é contar histórias para que o público possa entender a economia de uma forma palpável, através das pessoas.
Nesse aspecto, observou que as boas reportagens não estão apenas em notícias de grandes empreendimentos ou políticas econômicas do gigante asiático. “Contar a história, a vida de gente comum, que vive ou vivia na pobreza, também é uma informação que ajuda a entender as mudanças que estão ocorrendo.”
> Confira boletim direto da Expo Shanghai: 

Chineses investem pesado em novas mídias

Uma das primeiras coisas que chama a atenção de quem caminha pelas ruas de Xangai é o fato de que os chineses caminham com o celular na mão e, não raro, fixam a tela em vez de olhar a calçada ou quem vem caminhando em direção oposta.
A onipresença dos smartphones nos mais diversos ambientes e a navegação constante na internet é relativamente recente na China, repercutindo nos negócios de comunicação do país.
 
Pesados investimentos em novas mídias foram apresentados aos jornalistas e executivos que participaram do International Business Media & Think Tank Forum, dentro da Expo em Xangai, nesta semana.
O Jornal do Comércio esteve entre os veículos de 39 países convidados para o evento e visitou as operações de jornais, portais e redes de televisão, casos do Shanghai Media Group e do escritório da agência de notícias Xinhua.