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indústria

- Publicada em 30 de Outubro de 2018 às 01:00

Ociosidade aumenta, e produção e emprego caem

Apenas 43,6% dos consultados pretendem investir nos próximos meses

Apenas 43,6% dos consultados pretendem investir nos próximos meses


/CLAITON DORNELLES /JC
Dois importantes indicadores da Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul caíram na comparação com agosto. A produção ficou em 46,4 pontos em setembro, abaixo da linha divisória dos 50, uma forte redução em relação ao mês anterior, quando alcançou 56,6 pontos. O emprego, por sua vez, passou de 50,9 para 49,1 pontos. "A ociosidade das indústrias aumentou. A Utilização da Capacidade Instalada caiu para 68% em setembro, dois pontos percentuais abaixo de agosto", alerta o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, ao lembrar que a queda em alguns indicadores é comum em setembro por causa da sazonalidade, especialmente em função de dois feriados no mês.
Dois importantes indicadores da Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul caíram na comparação com agosto. A produção ficou em 46,4 pontos em setembro, abaixo da linha divisória dos 50, uma forte redução em relação ao mês anterior, quando alcançou 56,6 pontos. O emprego, por sua vez, passou de 50,9 para 49,1 pontos. "A ociosidade das indústrias aumentou. A Utilização da Capacidade Instalada caiu para 68% em setembro, dois pontos percentuais abaixo de agosto", alerta o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, ao lembrar que a queda em alguns indicadores é comum em setembro por causa da sazonalidade, especialmente em função de dois feriados no mês.
Já o índice de Utilização da Capacidade Instalada em relação ao nível usual ficou em 41,7 pontos em setembro, mostrando que a UCI, na visão dos empresários, esteve mais distante do usual no mês do que em agosto (46,9 pontos). Assim como a UCI, também os estoques de produtos finais se distanciaram do nível desejado pelas empresas. O índice que mede os estoques em relação ao planejado subiu de 51, em agosto, para 52 pontos, em setembro, o que expressa acúmulo indesejado.
Divulgados trimestralmente, os indicadores de condições financeiras ficaram abaixo dos 50 pontos, apontando a insatisfação dos empresários com a margem de lucro operacional (40,4 pontos) e com a situação financeira (46,3). No trimestre anterior, foram de 39,3 e 47,5 pontos, respectivamente. Outros entraves para a indústria do Rio Grande do Sul no período se encontraram no aumento nos preços das matérias-primas, com 72,4 pontos; e na dificuldade de acesso ao crédito, 39,2. Acima dos 50 pontos, no primeiro caso, o valor representa aumento, enquanto que, abaixo, no segundo, acesso difícil.
A Sondagem questionou também os empresários sobre as principais dificuldades encontradas no terceiro trimestre. A carga tributária continuou sendo o maior problema, aumentando sua importância em relação ao trimestre anterior: passou de 36,6% para 43,7% das respostas. A demanda interna insuficiente também ganhou relevância ao passar de 30,3% para 34,2%.
As expectativas dos empresários gaúchos em outubro, em relação a setembro, revelaram um menor otimismo para os próximos seis meses. A demanda futura caiu de 57,3 pontos para 55,2. O mesmo comportamento foi observado pelos indicadores de compras de matérias-primas (de 54,4 para 53,2 pontos) e de quantidade exportada (de 53,4 para 52,5 pontos). Os empresários gaúchos voltaram a projetar perdas nos próximos seis meses para o emprego: de 50,6 para 49,3 pontos. Resultados acima de 50 indicam perspectivas de crescimento; abaixo, de queda.
A intenção de investimentos também diminuiu em outubro. Apenas 47,3% das empresas responderam que pretendem investir nos próximos seis meses. Em setembro, este percentual era de 50,9%.

Confiança da indústria recua dois pontos em outubro

A confiança da indústria recuou 2,0 pontos em outubro, passando para 94,1 pontos, após ter caído 3,6 ponto em setembro a 96,1 pontos, aponta o Índice de Confiança da Indústria, da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado ontem. A coordenadora de sondagens da FGV, Viviane Seda Bittencourt, aponta que houve disseminação da queda por quase 60% dos segmentos industriais, que sofreram deterioração nas condições de negócios. "A piora do cenário externo e o câmbio parecem ter peso adicional negativo na demanda, gerando efeito redutor nas expectativas de produção. O fim do processo eleitoral parece já gerar um efeito positivo nos empresários, mas ainda insuficiente para reverter a tendência de queda da confiança no setor."
O componente que avalia a situação atual (ISA) sofreu queda de 2,3 pontos, para 92,9 pontos, também no terceiro recuo seguido. O fator que mais pesou sobre o ISA foi indicador que avalia demanda atual, recuando 3,6 pontos (para 91,2 pontos). "O percentual de empresas avaliando o nível de demanda como forte caiu de 9,2% para 7,9%, enquanto a parcela das que o avaliam como fraco subiu de 23,9% para 26,3% do total", aponta o Ibre/FGV.
Já o Índice de Expectativas (IE) teve queda de 1,6 ponto, para 95,5 pontos, no menor nível desde agosto de 2017. Em outubro, o IE foi pressionado pela perspectiva de produção nos próximos três meses, cujo indicador caiu 5,4 pontos (para 93 pontos). "Houve diminuição da proporção de empresas prevendo aumento da produção, de 36,6% para 30,9%, e também da parcela das que esperam redução, em menor magnitude, de 23,1% para 20,0% do total", diz a nota.

Sondagem da CNI aponta estagnação da construção civil em setembro

O setor de construção civil não apresenta sinais de recuperação. Ao contrário, mostra estagnação e cautela. É o que revela a Confederação Nacional da Indústria (CNI) na Sondagem Indústria da Construção de setembro, divulgada ontem. A produção e o emprego no setor fecharam o trimestre com resultados negativos. O índice de nível de atividade recuou de 47,8 pontos em agosto para 45,7 pontos em setembro, e o de emprego foi para 45,1 pontos em setembro, ante 46,1 pontos em agosto. Os indicadores variam de zero a 100 pontos e, quando estão abaixo dos 50 pontos, mostram retração.
De acordo com o levantamento, a ociosidade na construção caiu um pouco em setembro, com o Índice de Utilização da Capacidade de Operação (UCO) em 61%, um ponto percentual superior em relação ao mês anterior e o maior nível deste ano. Mesmo assim, ressalta a entidade, o setor mantém uma elevada ociosidade, com 39% das máquinas, equipamentos e pessoal parados. "O setor enfrenta uma série de problemas, como a baixa demanda, burocracia excessiva e situação financeira delicada. Além disso, há a incerteza com relação aos próximos meses. Por isso, os dados mostram sinais de estagnação e cautela", afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. O estudo classifica o fraco desempenho do setor "provavelmente como consequência das incertezas eleitorais em setembro e outubro".
A sondagem mostra ainda que as expectativas do setor para o curto prazo continuam fracas, o que comprova "um certo pessimismo". Com pequenas oscilações em relação ao estudo anterior, os indicadores de expectativas para os próximos seis meses se mantiveram próximos da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo.
O otimismo com o nível de atividade subiu 0,7 ponto e ficou em 51 pontos e o com novos empreendimentos e serviços caiu 0,4 ponto e alcançou 50 pontos. O índice de expectativa de número de empregados caiu para 49 pontos e o de compra de matérias-primas e insumos alcançou 49,5 pontos. "As expectativas para os próximos seis meses não apresentam bons resultados e comprovam um certo pessimismo do setor", diz a pesquisa. "Com isso, a disposição dos empresários para investir continua baixa. O índice de intenção de investimentos ficou estagnado em 32,5 pontos, inferior à média histórica de 33,6 pontos."
Ainda segundo a pesquisa, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção subiu 1,3 ponto, chegando a 52,1 pontos em setembro, mas ainda abaixo da média histórica, que é de 52,9 pontos. O indicador varia de zero a 100 pontos. Dados acima de 50 mostram que os empresários estão confiantes.
Dentre os principais problemas enfrentados pelo setor e destacados na pesquisa, estão a elevada carga tributária, com 40,2% das menções; a demanda interna insuficiente, com 34,7% das respostas; e a burocracia excessiva, com 27,9% das reclamações. A listra de problemas ainda inclui, por exemplo, falta de capital de giro, inadimplência da clientela, licenciamento ambiental, juros elevados, falta ou alto custo de trabalhador qualificado.