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Economia

- Publicada em 22 de Outubro de 2018 às 23:22

Elefante Letrado quer dobrar escolas atendidas

Projeto busca reverter a falta de investimento na educação, diz Mônica

Projeto busca reverter a falta de investimento na educação, diz Mônica


/ANDRÉA GRAIZ/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
Qual a importância da formação das crianças para a leitura se quisermos construir um futuro diferente, mais aberto ao diálogo? Toda, afirma a CEO do Elefante Letrado, Mônica Timm. E isso precisa ser urgente. "A nossa Nação é refém da falta de investimento em educação. Somos o reflexo de um povo iletrado, e isso não está apenas nas camadas mais baixas", alerta a executiva. O time da startup, projeto nascido no Rio Grande do Sul, está fazendo a sua parte para mudar essa realidade. O Elefante Letrado é uma plataforma de leitura para crianças que está presente em 10 estados brasileiros e cinco dos Estados Unidos. São mais de 500 livros em português e 450 em inglês disponíveis na biblioteca digital, criada em 2014. A meta para 2019 é ousada: dobrar o número de escolas privadas atendidas e ter pelo menos uma da rede pública em cada região do Brasil.
Qual a importância da formação das crianças para a leitura se quisermos construir um futuro diferente, mais aberto ao diálogo? Toda, afirma a CEO do Elefante Letrado, Mônica Timm. E isso precisa ser urgente. "A nossa Nação é refém da falta de investimento em educação. Somos o reflexo de um povo iletrado, e isso não está apenas nas camadas mais baixas", alerta a executiva. O time da startup, projeto nascido no Rio Grande do Sul, está fazendo a sua parte para mudar essa realidade. O Elefante Letrado é uma plataforma de leitura para crianças que está presente em 10 estados brasileiros e cinco dos Estados Unidos. São mais de 500 livros em português e 450 em inglês disponíveis na biblioteca digital, criada em 2014. A meta para 2019 é ousada: dobrar o número de escolas privadas atendidas e ter pelo menos uma da rede pública em cada região do Brasil.
Jornal do Comércio - Qual o principal reflexo que sentimos hoje em dia da falta de uma cultura para a leitura no Brasil?
Mônica Timm - Nossa Nação é refém da falta de investimento em educação. O momento do País é grave, com tantos extremismos e fake news. As pessoas não entendem os argumentos e se posicionam de maneira pouco polida e profunda. Somos o reflexo de um povo iletrado, e isso não está apenas nas camadas mais baixas, com menos condições socioeconômicas. Vemos a mesma coisa acontecendo nas elites. Somos uma das nações que menos lê por ano. Estamos há 260 anos atrás dos países mais desenvolvidos nos indicadores de leitura. Está na hora de tornarmos isso uma prioridade.
JC - Como o Elefante Letrado pode ajudar?
Mônica - O nosso projeto entra para ajudar a resolver essa mazela nacional de investimento na principal etapa da formação dos leitores, que é do primeiro ao quinto ano escolar. É nessa faixa que temos a melhor oportunidade para trabalhar o hábito da leitura. Se isso não acontecer neste período, os resultados serão atrasados pelo resto da vida. A nossa plataforma é uma forma de remediar a situação, não de resolver. Para construir isso, fomos entender como o cérebro aprende e criamos uma metodologia que ajuda as crianças, de forma lúdica, a aprender a ler as linhas, as entrelinhas e o que está por trás das linhas; o explícito e o que podemos completar com a nossa bagagem de conhecimento prévio.
JC - Como atua a plataforma?
Mônica - Fazemos uma curadoria para atender as necessidades das crianças nessa faixa de idade. São mais de 300 autores. As escolas compram uma assinatura anual, que varia de acordo com o número de alunos.
JC - Qual o estágio atual?
Mônica - O Elefante Letrado está em operação como projeto-piloto desde 2015. Em 2016, ampliamos o leque e, no ano passado, começamos a nos estabelecer no mercado. Com menos de dois a três anos, não se consegue fazer uma plataforma como essa. O custo para colocar a operação no ar é alto, especialmente em tecnologia (ativos de programação e codificação) e o braço dos direitos autorais. Para colocar as obras de autores consagrados, tem a cessão dos direitos, que é um custo permanente. Hoje cerca de 100 escolas no Brasil e em cinco estados norte-americanos usam nossa plataforma. Estamos em crescimento exponencial, com aumento superior a 300% ao ano. A meta é avançar no Brasil, e pelo menos dobrar o número de escolas privadas atendidas em 2019 e ter pelo menos uma da rede pública em cada região do País.
JC - Como tem sido a entrada no mercado internacional?
Mônica - A língua portuguesa está sendo muito valorizada lá fora. Tem muita gente que fala português no mundo, mas há uma evasão de pessoas talentosas indo estudar em países como EUA, Europa e Austrália que acabam ficando lá.
JC - Como esse trabalho pode ajudar na formação das crianças da escolas públicas?
Mônica - Uma das metas do Elefante Letrado é avançar com os projetos junto à prefeitura de Porto Alegre, para ofertar as soluções nas escolas municipais. Em 2017 foi feito um projeto-piloto. Temos o sonho de ajudar a nossa cidade a melhorar os seus resultados educacionais, e isso passa pela leitura.
JC - Os professores conseguem avaliar o desempenho dos alunos na plataforma?
Mônica - Sim, tudo é processado na medida em que as crianças interagem na plataforma. O professor consegue acompanhar o desempenho de cada aluno e ver, por exemplo, se ao ler os textos, eles conseguem identificar a ideia principal e perceber o que é fato, piada ou ironia. Isso é possível na medida em que eles precisam responder uma série de perguntas, que servem como referência para avaliar se a criança está compreendendo o que lê. O professor recebe relatórios de cada aluno e turma e, a partir disso, consegue tomar decisões pedagógicas.
 
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