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mercado financeiro

- Publicada em 18 de Outubro de 2018 às 01:00

Dólar à vista registra queda para R$ 3,6852

Cotação da divisa dos Estados Unidos baixou do patamar de R$ 3,70

Cotação da divisa dos Estados Unidos baixou do patamar de R$ 3,70


KAREN BLEIER/KAREN BLEIER/AFP/JC
O dólar encontrou fôlego para seguir em queda ontem, mesmo após recuar em oito dos 11 pregões este mês, acumulando desvalorização de 9,03% em outubro. A moeda norte-americana terminou o dia em R$ 3,6852, o menor valor desde 25 de maio (R$ 3,6636), em queda de 1%, na contramão do movimento do câmbio no exterior.
O dólar encontrou fôlego para seguir em queda ontem, mesmo após recuar em oito dos 11 pregões este mês, acumulando desvalorização de 9,03% em outubro. A moeda norte-americana terminou o dia em R$ 3,6852, o menor valor desde 25 de maio (R$ 3,6636), em queda de 1%, na contramão do movimento do câmbio no exterior.
A entrada de capital externo, por conta de novas captações de recursos lá fora, da JBS e da Invepar, ajudou a levar a moeda para abaixo dos R$ 3,70, nível em que a divisa estava encontrando resistência em romper nos últimos dias. Os investidores seguiram monitorando o cenário eleitoral e repercutiu positivamente nas mesas de câmbio a defesa de Jair Bolsonaro (PSL) da independência do Banco Central, embora siga relativizando o discurso sobre a reforma da Previdência.
A moeda norte-americana começou outubro valendo R$ 4,0299 e ontem, na mínima do dia, chegou a R$ 3,6652, a menor intraday desde o dia 28 de maio. Com o resultado das eleições praticamente já todo precificado, uma das questões nas mesas de operação é o que pode acontecer com o dólar nas próximas semanas.
A estrategista de moedas em Nova Iorque do Royal Bank of Canada (RBC), Tania Escobedo, acredita que o dólar pode cair a R$ 3,50 após o segundo turno, se Jair Bolsonaro, caso vença, começar a sinalizar mais claramente sua agenda de política econômica, que agora é o que interessa ao mercado. Mas esse patamar, ressalta ela, pode não ser sustentável, considerando que o cenário externo tende a continuar menos favorável aos emergentes, na medida em que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve seguir elevando os juros.
Outro ponto, ressalta a estrategista, é que Bolsonaro pode ter dificuldades no Congresso de avançar com a agenda de medidas econômicas. Outro ponto que pode estressar o mercado de câmbio é o relacionamento dele com o economista e futuro ministro, Paulo Guedes. "Bolsonaro já confrontou Guedes em alguns tópicos essenciais", disse Tania.
O diretor da CM Capital Markets, Fernando Barroso, avalia que o mercado tende nos próximos dias a permanecer na espera do detalhamento da agenda de Bolsonaro, caso seja o vencedor. Por isso, a tendência é que os agentes não alterem muito as posições nos próximos dias. No caso do dólar, ele ressalta que a queda que vem ocorrendo nos últimos dias foi reflexo de um desmonte de posições compradas na moeda americana, seguido por um fluxo de estrangeiros para aplicar na bolsa e mesmo em fundos de renda fixa, tipo de operação que andava parada por conta da incerteza eleitoral.

Realização de lucros faz Ibovespa terminar pregão com estabilidade

Um movimento discreto de realização de lucros impediu o Índice Bovespa de seguir ontem na trajetória de alta dos últimos dias, apesar da continuidade do interesse do investidor estrangeiro pelo mercado doméstico. O índice oscilou majoritariamente em terreno negativo ao longo do dia e terminou o pregão praticamente estável, aos 85.763 pontos ( 0,05%). Na terça-feira, houve alta firme, de 2,83%.
Entre a máxima e a mínima do dia, o Ibovespa oscilou de 86.167 pontos ( 0,52%) e 84.944 pontos (-0,90%). O viés de alta durou do início da tarde até próximo das 15h, quando o Fed divulgou a ata de sua última reunião de política monetária. O documento foi considerado um pouco mais "hawkish" (duro), por ter sugerido aumentos de juros "acima da taxa neutra". Com isso, teve reflexo indireto no mercado doméstico, uma vez as bolsas de Nova Iorque se firmaram em baixa após a divulgação.
Entre essas altas estiveram Banco do Brasil ON ( 0,86%) e B3 ON ( 1,20%). Vale ON avançou 1,91%. Já os papéis da Petrobras seguiram as fortes perdas dos preços do petróleo e caíram 0,67% (ON) e 1,05% (PN). O destaque de queda, no entanto, ficou com as ações do setor elétrico, em reação à rejeição do projeto de lei (PL) que destrava a venda das distribuidoras da Eletrobras no Senado, na terça-feira. Eletrobras ON e PNB perderam 3,72% e 5,38%, respectivamente. Outros papéis também foram penalizados, como Cemig PN (-0,84%), em meio a sinais de que Romeu Zema (Novo), candidato que lidera a disputa pelo governo de Minas Gerais, não está tão aberto à privatização da companhia.
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