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Consumo

- Publicada em 16 de Outubro de 2018 às 00:13

Só 31% dos brasileiros são consumidores conscientes

Apesar de a maioria dos brasileiros reconhecer a importância de atitudes sustentáveis de consumo, poucos vêm adotando práticas mais responsáveis no dia a dia. Foi o que constatou uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizada em todas as capitais do País. De acordo com o levantamento, a maioria dos brasileiros (55%) se encaixa no grupo de "consumidores em transição", ou seja, com hábitos de consumo consciente ainda aquém do desejado. Os pouco ou nada conscientes somam 14% dos entrevistados, ao passo que apenas 31% podem ser considerados "consumidores conscientes".
Apesar de a maioria dos brasileiros reconhecer a importância de atitudes sustentáveis de consumo, poucos vêm adotando práticas mais responsáveis no dia a dia. Foi o que constatou uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizada em todas as capitais do País. De acordo com o levantamento, a maioria dos brasileiros (55%) se encaixa no grupo de "consumidores em transição", ou seja, com hábitos de consumo consciente ainda aquém do desejado. Os pouco ou nada conscientes somam 14% dos entrevistados, ao passo que apenas 31% podem ser considerados "consumidores conscientes".
Os dados fazem parte do Indicador de Consumo Consciente (ICC), que, em 2018, atingiu 73%, mantendo-se estável em relação ao ano passado (72%). O ICC pode variar de 0% a 100%: quanto mais próximo de 100% for o índice, maior é o nível de consumo consciente. Para chegar-se ao resultado, são aplicadas perguntas relativas aos hábitos, atitudes e comportamentos da rotina dos brasileiros, considerando os aspectos financeiros, ambientais e sociais.
O estudo indica que, embora as pessoas enxerguem o consumo consciente como fator que pode fazer diferença na qualidade de vida, essa preocupação nem sempre se traduz em ações concretas. Prova desse contrassenso é que se, por um lado, os entrevistados demonstram não praticar com muita frequência atitudes sustentáveis, por outro, quase a totalidade (98%) considera importante ou muito importante ter uma vida com hábitos de consumo mais consciente seja pela economia de recursos de água e energia, reduzindo as compras ou pelo reaproveitamento das coisas.
"Muita gente entende a importância de transformar boas intenções em bons hábitos, mas só toma alguma atitude quando a conta fica cara. E não basta ter um esforço de conscientização apenas em situações críticas. Essa prática deve ser contínua, além de estar claro que a escassez de recursos é uma realidade bem próxima", ressalta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawaut.
Sair comprando de forma inconsequente tem diversas implicações negativas. A mais percebida pelo consumidor é aquela que impacta sua vida de forma imediata. Por essa razão, o aspecto financeiro é o que mais influencia as práticas de consumo consciente entre as pessoas ou seja, quando pesa no bolso.
O levantamento aponta que entre as várias práticas que já fazem parte da rotina dos brasileiros destacam-se: sempre pesquisar preço, que resulta na compra dos itens mais baratos (92%); avaliar previamente o orçamento para saber se é possível levar ou não um determinado produto (91%); e optar por não adquirir algo novo quando o bem ainda pode ser usado ou até mesmo consertado (90%).
Além disso, 88% dos entrevistados disseram ter o costume de fazer na própria casa alguns serviços que poderiam ser contratados fora para economizar, como manicure, pet shop, cinema e lanches. Outros 87% garantem que sempre planejam as compras do dia a dia, como supermercados, feiras e pequenas aquisições.
A pesquisa também indica que há um esforço por parte dos consumidores em controlar o orçamento e economizar ao máximo. Enquanto 78% sempre pedem descontos em suas compras, 77% não recorrem ao cheque especial ou ao limite do cartão de crédito para conseguir fechar as contas do mês. Para 75%, uma forma de economizar é consumir somente frutas e verduras da época, por serem mais baratas. Outros 72% evitam fazer compras parceladas para não comprometer o seu rendimento mensal.
"A crise, ainda que à força, vem ensinando aos brasileiros muitas lições valiosas sobre economizar e pesquisar antes de sair comprando. Não se trata de simplesmente frear o consumo, mas sim de entender que é preciso comprar com inteligência. Em vez de procurar sempre um produto novo, é possível buscar a reutilização, a troca, o aluguel, o conserto ou meios que não envolvam, exclusivamente, a decisão de jogar fora e comprar outro", avalia o educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.
JC
JC
JC

Maioria da população evita comprar marcas que usam trabalho escravo

Atitudes como poupar água preservam o ambiente e ajudam o bolso

Atitudes como poupar água preservam o ambiente e ajudam o bolso


/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC

Para entender o quanto as pessoas enxergam seu papel e seu lugar como indivíduos que agem em favor da coletividade, a pesquisa ICC, do SPC Brasil e da CNDL, quis saber quais ações estão sendo feitas. As práticas mais citadas são: incentivar as pessoas de casa a economizarem água e luz (93%); priorizar o tempo livre com família ou amigos em vez de ir a
shoppings ou fazer compras (89%); evitar compras de produtos de marca ou empresas que utilizam trabalho escravo (87%); e aconselhar outras pessoas a pensarem se realmente precisam daquilo que vão comprar ou se é apenas um desejo passageiro (82%). Um dado que chama a atenção no levantamento mostra que 58% acabam comprando, algumas vezes, mercadorias não originais pelo preço atrativo.

A pesquisa também revela quais são os aspectos que motivam o consumo consciente. Para 35% dos entrevistados, o uso racional de água e energia elétrica está ligado a ações que evitam o desperdício de um bem que pode acabar, ao passo que 22% afirmam dar o exemplo a filhos, família, amigos e vizinhos, influenciando suas atitudes.
Além disso, a maioria das pessoas ouvidas desaprova atitudes de consumo nocivas quando veem outros desperdiçando água, energia ou comprando produtos sem se preocupar com o meio ambiente. De cada 10 entrevistados, seis (60%) se sentem prejudicados por acreditarem que nada irá mudar se apenas eles próprios fizerem a sua parte.
Entre os principais obstáculos apontados quanto à adoção de atitudes de consumo consciente, o mais citado tem a ver com maus hábitos que vão se tornando rotineiros sem que a pessoa perceba. Quando o assunto é economizar água, luz e telefone, 33% reconhecem que a principal barreira é a distração ou o esquecimento. Já 22% afirmam ficar desmotivados por não verem resultados diante das mudanças de atitude, enquanto 20% mencionam falta de tempo.