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Economia

- Publicada em 15 de Outubro de 2018 às 01:00

Metade das estatais de saneamento tem gastos maiores que arrecadação

Má gestão de ativos e quadro de servidores inchado explicam cenário

Má gestão de ativos e quadro de servidores inchado explicam cenário


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
As estatais de saneamento básico não têm conseguido gerar receitas nem para cobrir as despesas do dia a dia. Na média, os gastos das companhias, responsáveis por um dos setores com mais deficiências do Brasil, superam em 12% a arrecadação, conforme levantamento feito com dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (Snis), do Ministério das Cidades. O resultado explica parte das dificuldades do País para investir no setor, que precisa de R$ 20 bilhões por ano para universalizar os serviços até 2033.
As estatais de saneamento básico não têm conseguido gerar receitas nem para cobrir as despesas do dia a dia. Na média, os gastos das companhias, responsáveis por um dos setores com mais deficiências do Brasil, superam em 12% a arrecadação, conforme levantamento feito com dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (Snis), do Ministério das Cidades. O resultado explica parte das dificuldades do País para investir no setor, que precisa de R$ 20 bilhões por ano para universalizar os serviços até 2033.
O levantamento reflete uma média nacional, em que as regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores carências. O resultado é compensado, no entanto, por algumas empresas com saúde financeira equilibrada, como Sabesp (SP), Copasa (MG), Sanepar (PR) e Compesa (PE).
De um total de 27 companhias estaduais, 14 têm insuficiência de caixa - ou seja, as despesas são maiores que a arrecadação. Na opinião de especialistas, esse quadro é reflexo de um problema comum entre estatais, como a má gestão dos ativos e o quadro de funcionários inchado. Exemplo disso é que há estatais de saneamento no País cujo índice de inadimplência chega a 50%, segundo dados do Bndes.
"Na prática, isso representa atraso no atendimento das metas de universalização, já que não sobra dinheiro para essas companhias investirem em melhorias ou expansão", afirma Percy Soares Neto, diretor da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos (Abcon), que compilou os dados do Snis. Sem dinheiro em caixa, essas companhias dependem do dinheiro do governo para fechar as contas e investir.
Em um cenário de crise fiscal, como o atual, a transferência fica mais complicada, e, consequentemente, os investimentos são comprometidos. Nos últimos anos, o setor tem recebido metade dos recursos previstos no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).
Para se ter ideia, o Brasil investiu, em 2016, R$ 11 bilhões, mas desperdiçou R$ 10 bilhões com perdas de água potável no sistema de distribuição, segundo o Instituto Trata Brasil (que estuda o setor). O resultado é que 100 milhões de pessoas continuam sem acesso à rede de esgoto e 35 milhões não têm acesso à água potável.
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