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Economia

- Publicada em 15 de Outubro de 2018 às 01:00

Ameaça à independência de BCs traz riscos, diz Mário Draghi

Draghi, do BCE, teme uma acentuada reprecificação de ativos

Draghi, do BCE, teme uma acentuada reprecificação de ativos


/DANIEL ROLAND/AFP/JC
Agência Estado
O presidente do Banco Central europeu (BCE), Mário Draghi, declarou que ameaças à independência de bancos centrais têm emergido como um risco significativo à economia global. Draghi participou do encontro do IMFC, o Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI, em Bali, na Indonésia.
O presidente do Banco Central europeu (BCE), Mário Draghi, declarou que ameaças à independência de bancos centrais têm emergido como um risco significativo à economia global. Draghi participou do encontro do IMFC, o Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI, em Bali, na Indonésia.
Draghi manifestou preocupação com a possibilidade de riscos geopolíticos levarem a um retorno abrupto das altas taxas de juros. Draghi citou três fatores considerados ameaças aos principais "pilares" da economia internacional: tensões comerciais, ameaças às regras sobre as quais a União Europeia foi construída e uma "disposição de discutir a independência dos bancos centrais". As declarações de Draghi ocorrem na semana em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou repetidamente o Federal Reserve (o banco central do país). Após as ações nas bolsas dos EUA terem registrado a maior queda em mais de sete meses, Trump afirmou que o Fed havia "enlouquecido" e estava cometendo um erro ao elevar as taxas de juros no país.
Também presente no encontro do IMFC, o vice-presidente do Fed Randal Quarles afirmou que "não será do interesse de ninguém no mundo que o Fed fique atrás da curva moderando o que considera o curso correto da política doméstica nos Estados Unidos". Quarles afirmou que a instituição considera em suas políticas o efeito que elas terão sobre os demais países, incluindo os mercados emergentes. Em setembro, o Fed elevou a taxa de juros para a faixa de 2% a 2,25%, e autoridades da instituição sinalizaram que continuarão aumentando a taxa ao longo de 2019.
Quarles disse, também, que o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), que monitora e faz recomendações sobre o sistema financeiro global, poderia ser mais metódico na avaliação de riscos futuros. O órgão poderia ser mais eficiente, na avaliação dele, se focasse em três áreas: riscos potenciais, respostas regulatórias a vulnerabilidades e avaliação de regras em vigor.
Draghi declarou, ainda, que os riscos geopolíticos poderiam levar a uma "acentuada reprecificação de ativos" na zona do euro, assim como um "agudo e repentino aumento das taxas de juros", que desacelerariam a economia por meio do maior custos dos empréstimos.
O presidente do BC europeu destacou que é possível observar, em reportagens da imprensa, que executivos têm feito pedidos a bancos centrais, "o que não é exatamente a forma de respeitar a independência do banco central". Draghi não mencionou o Fed ou Trump diretamente, mas observou que há outros países onde a questão também gera preocupação, como a Turquia, e disse que ele estaria expressando "um senso geral dos riscos na esfera geopolítica", não direcionado apenas a um país.
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