Um solução na nuvem que reúne tecnologias inovadoras como Internet das Coisas (IoT), Realidade Virtual (RV) e gamification vai ajudar amputados a terem uma prótese mais customizada e a enfrentarem os desafios da dor no membro-fantasma.
O aplicativo foi desenvolvido pela Accenture, a partir do Accenture Liquid Studio, com as tecnologias SAP Leonardo, e captura dados em tempo real para melhorar as medições e desenvolver os planos de terapia personalizados.
Com o uso de analytics, é possível entender o comportamento do paciente e customizar a prótese. Durante o jogo, sensores captam todos os movimentos dos músculos da pessoa. "Mesmo que o membro amputado seja o mesmo, cada indivíduo tem um perfil de terminação nervosa. Conseguimos medir tudo e ir entendendo a realidade", comenta o líder do Centro de Inovação da Accenture no Brasil e diretor executivo da Accenture Technology, Roberto Frossard. Com essa maior precisão, evita-se que o paciente passe pelo desgaste de voltar cinco ou seis vezes ao laboratório para moldar a prótese.
Os testes estão sendo realizados junto à equipe de fisioterapia do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Resultados iniciais indicam que pacientes que usam o novo dispositivo relataram aumento da autoestima e melhora no quadro geral, quando comparado com casos nos quais só é feita terapia. Já os fisioterapeutas destacam uma calibragem mais precisa das próteses e notam maior progresso no tratamento dos pacientes.
Frossard relembra que o projeto começou a partir de um Hackathon global realizado pela SAP, do qual o time da Accenture Brasil participou, e ganhou. "Foi uma ideia que tivemos para a competição e que deu certo. De repente, percebemos que queríamos investir o nosso tempo para desenvolver isso. O time se motivou", diz. Agora, passada essa primeira fase, a perspectiva é que essa aplicação tenha potencial para se tornar ainda mais impactante.
Um próximo passo é integrar à solução, além da RV, a tecnologia de Realidade Aumentada. Com isso, um paciente poderá treinar atividades do dia a dia, como passar manteiga no pão, em uma mesa projetada à sua frente. "Isso pode trazer engajamento do paciente para jogar e ajudá-lo no seu desenvolvimento." A expectativa é que pessoas do mundo todo possam contribuir com isso, criando novas fases para os games.
E é aí que entra uma fase do projeto na qual a Accenture Liquid Studio está trabalhando: crowdsourcing. A meta é que essa aplicação se torne uma plataforma capaz de receber a contribuição do mundo todo. O interesse das pessoas em participar já pode ser medido. "A SAP divulgou mundialmente, e já recebemos contatos de pessoas de vários países interessadas em participar", celebra Frossard.