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Economia

- Publicada em 03 de Outubro de 2018 às 21:56

Fórum de Inovação aborda a transformação digital

Meira lembrou a Kodak, que faliu após o boom do celular com câmera

Meira lembrou a Kodak, que faliu após o boom do celular com câmera


/CLAITON DORNELLES/JC
Carolina Hickmann
As metodologias necessárias para o mergulho de empresas tradicionais na nova onda tecnológica que culminem em transformação digital ainda têm potencial de causar desconforto em algumas corporações. Focado em desmistificar as novas possibilidades, o Fórum de Inovação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) aconteceu ontem, na Fiergs, e contou com palestras sobre AI Economy - Desafios e grandes oportunidades da nova era.
As metodologias necessárias para o mergulho de empresas tradicionais na nova onda tecnológica que culminem em transformação digital ainda têm potencial de causar desconforto em algumas corporações. Focado em desmistificar as novas possibilidades, o Fórum de Inovação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) aconteceu ontem, na Fiergs, e contou com palestras sobre AI Economy - Desafios e grandes oportunidades da nova era.
Um dos fundadores do Porto Digital, parque tecnológico de Recife, Silvio Meira explica que existe uma mudança radical dos fundamentos de suporte aos processos de criação e entrega de valor em todos os tipos de organização com bases analógicas sendo trocadas por digitais. Meira observa que, inclusive, o anteriormente visto em filmes de Inteligência Artificial (IA) dos anos 1990, hoje, é realidade.
Em Phoenix, no Arizona, cita, a possibilidade do carro autônomo como transporte individual de passageiros existe. Em um contexto muito mais próximo dos gaúchos, caminhões utilizados na colheita de cana-de-açúcar, em Maringá, no Paraná, valem-se de tecnologia semelhante e também dispensam motorista. A partir dessas disrupções, o pesquisador aponta as atualizações de modelos de negócios. "Os caminhões são da usina, o sistema que os move é da Volvo, logo mais poderemos usar o software em caminhões de outras marcas?", disse, ao questionar a partida da fabricante sueca de automóveis para a área de sistemas inteligentes.
Meira também discorreu sobre o que denominou como "maldição de Proctor", baseado no entendimento do vice-presidente e analista do Gartner, Paul Proctor, sobre as dificuldades de manutenção de empresas não digitais inseridas em mercados que já atingiram 20% de sua receita a partir do meio. "A Kodak faliu em quatro anos: em 2007, as câmaras de celular se disseminaram; em 2012, ela fechou as portas", exemplifica o especialista. Segundo Meira, o problema maior está na dificuldade de julgar um negócio consolidado como pouco resiliente em um mundo de atualizações tecnológicas.
O professor e colaborador de instituições como Insper, Fundação Dom Cabral e Pucrs, Gil Giardelli, lembra que, em razão dos avanços tecnológicos, a necessidade de busca constante por novidades, em especial, de gestores, tornou-se quase que literalmente constante. "Uma pesquisa revelou que são necessárias 160 horas semanais de estudo para manter-se atualizado; em uma semana de 168 horas, faltaria tempo", argumenta, sobre a dificuldade de compreensão de todos os aspectos da nova era.
Além disso, o encontro também tratou da falta de pluralidade das equipes de tecnologia da informação de empresas que promovem as disrupções. A cofundadora da Mastertech, plataforma digital de educação continuada voltada ao desenvolvimento de habilidades do século XXI, Camila Achutti, lembrou a necessidade de não se tratar vieses como tendências no momento de construção das novidades.
"Chegamos ao ponto de dispositivos de vozes não identificarem as femininas por terem sido criadas exclusivamente por homens. No momento da criação, precisamos supervisionar vieses para que não se aumentem as distorções sociais", salientou a cientista da computação, ao relatar o afastamento do público feminino das tecnologias.
 
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