As taxas de juros médias na ponta caíram, em agosto, 0,04 ponto percentual para pessoa física e 0,10 ponto para pessoa jurídica, apurou a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Para o diretor executivo da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o que pode estar por trás da queda do juro na ponta, uma vez que o Banco Central está mantendo a Selic inalterada, é a redução do depósito compulsório, a melhora do cenário econômico com redução do risco de inadimplência e o próprio patamar de juro e spread que possibilita a redução das taxas mesmo com a manutenção da Selic.
A queda de 0,04 ponto percentual do juro para pessoa física em agosto equivale a um recuo de 0,72% em relação a julho. Passou de 6,99% para 6,94%. No ano, a queda chega a 1,26 ponto percentual, de 124,97% para 123,71%.
No segmento pessoa jurídica, o recuo de 0,10 ponto percentual derrubou a taxa média em 2,62% na passagem de julho para agosto, de 3,82% ao mês para 3,72%.
De março de 2013 a agosto último, a Selic sofreu uma redução de 0,75 ponto percentual, ou 10,34%, de 7,25% ao ano para atuais 6,50% ao ano. Neste mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 35,74 pontos percentuais, ou 40,63%, passando de 87,97% ao ano, em março de 2013, para 123,71% ao ano em agosto deste ano.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 11,43 pontos percentuais, ou 26,23%, de 43,58% ao ano, em março de 2013, para 55,01% ao ano em agosto deste ano. Para os próximos meses, a tendência é de continuidade de queda das taxas de juros, segundo Oliveira, por causa da melhora do cenário econômico com menor risco de crédito e pelo fato de as atuais taxas de juros das operações de crédito estarem elevadas.
"Mas, frente às incertezas derivadas do quadro eleitoral que vêm pressionando a cotação da moeda norte-americana, bem como fatores externos, notadamente o quadro econômico em algumas economias emergentes, existe igualmente o risco de as taxas de juros voltarem a ser elevadas nos próximos meses", alertou o executivo da Anefac.