App auxilia no combate à resistência bacteriana

Os hospitais brasileiros ganharam um aliado no combate à resistência bacteriana. É o aplicativo Digital AMS, que auxilia os profissionais a organizarem e consultarem dados epidemiológicos das instituições em que trabalham para que, dessa forma, possam usar de forma mais racional os antibióticos.

Três cliques de navegação e, em dois a cinco minutos, os médicos poderão definir, com acuracidade, o tratamento mais adequado para cada paciente. "A ferramenta facilita o acesso aos dados que, muitas vezes, ficam esquecidos em uma gaveta ou na intranet, e que precisam estar na palma da mão dos profissionais na hora de definir o tratamento", explica a gerente científica de AMS da MSD Brasil, Suellen Rodrigues. A empresa é uma das líderes globais do ramo biofarmacêutico.

O aplicativo está instalado em um servidor externo da corporação. Cada hospital acessará seus próprios dados por meio de um login e senha, e a MSD ou outras instituições não terão acesso às informações, que são confidenciais.

Qualquer hospital pode ter acesso à ferramenta, basta que faça algum tipo de controle da microbiota. Por meio dela, os profissionais podem ter uma visão organizada dos microrganismos presentes em cada ambiente da instituição, além de poderem consultar protocolos internos de modo a identificarem o antibiótico correto para cada tipo de infecção.

"A ideia é ser uma interface para facilitar a disseminação do conhecimento no ambiente hospitalar e, com isso, permitir o mapeamento das bactérias que mais infeccionam pacientes e prescrição do tratamento inicial mais adequado", conta.

A ação faz parte do Antimicrobial Stewardship Program da MSD, iniciativa global da companhia. Até o fim de 2018, a expectativa é de que 50 hospitais, em todo o Brasil, façam uso da ferramenta. A ideia nasceu na Índia e, ao longo de 2017, passou por uma adequação para a língua portuguesa e a legislação local.

A gestora explica que a ferramenta pode ser usada sem qualquer contrapartida comercial. "A nossa intenção é sermos percebidos como parceiros na construção de uma estratégica de combate à resistência microbiana", conta. Dados da consultoria KPMG revelam que, até 2050, as bactérias multirresistentes poderão matar anualmente 10 milhões de pessoas no mundo.