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Economia

- Publicada em 16 de Agosto de 2018 às 23:16

Incertezas retardam recuperação econômica

Lazari Junior lembrou que greve dos caminhoneiros trouxe prejuízos

Lazari Junior lembrou que greve dos caminhoneiros trouxe prejuízos


MARIANA CARLESSO/JC
Jefferson Klein
Um clima sem tantas incertezas internas e globais fará com que a economia brasileira volte a cresce mais rapidamente. Essa é a aposta do presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, e do economista chefe do banco, Fernando Honorato, que estiveram nessa quinta-feira em Porto Alegre, palestrando na Casa NTX. Ambos também apontam o setor do agronegócio como fundamental para a recuperação.
Um clima sem tantas incertezas internas e globais fará com que a economia brasileira volte a cresce mais rapidamente. Essa é a aposta do presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, e do economista chefe do banco, Fernando Honorato, que estiveram nessa quinta-feira em Porto Alegre, palestrando na Casa NTX. Ambos também apontam o setor do agronegócio como fundamental para a recuperação.
"O Brasil só conseguirá superar as suas dificuldades com o agronegócio, que continuará sendo a locomotiva que puxará a economia nacional", defende Lazari Junior. O executivo ressalta que o setor representa 23% do PIB do País e 44% da pauta de exportações. O dirigente reforça a relevância de culturas como soja, café, arroz e milho, além da carne bovina (com aproximadamente 220 milhões de cabeças). O presidente do Bradesco recorda que com a expectativa de 229 milhões de toneladas de grãos, mesmo com redução de 4%, a safra deste ano será a segunda maior da história em quantidade.
Na área da pecuária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que se o Brasil conquistar a certificação de país livre de febre aftosa tenderá a aumentar o mercado de carne. Já segmentos como o de aves e suínos, segundo Lazari Junior, enfrentarão o desafio da elevação de custos e a diminuição dos preços finais dos produtos com o aumento da oferta mundial. O executivo salienta também o impacto para o agronegócio com a greve dos caminhoneiros, que trouxe incerteza na área de logística. O presidente do Bradesco lembra que, no momento da paralisação dessa classe, o País estava recuperando-se devagar. "O Brasil não merecia passar por aquilo que passou, seria uma realidade diferente agora", enfatiza.
Lazari Junior destaca que o Bradesco é um banco que prioriza a área do agronegócio e, desde abril, passou a participar da iniciativa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), uma estratégia de produção agropecuária que integra diferentes culturas para aumentar a produtividade do agronegócio, que conta com a participação da Embrapa. No caso do Rio Grande do Sul, o presidente do Bradesco cita que o Estado é líder na produção de arroz no País, com 14 milhões de toneladas, possui 7% do rebanho nacional de gado é o terceiro maior produtor de soja e o terceiro maior produtor nacional de grãos.
No âmbito global, o economista chefe do Bradesco adianta que a normalização das condições monetárias do mundo irá desafiar os países emergentes. "Vai tornar a nossa vida muito mais difícil e o Brasil terá que fazer a sua lição de casa", afirma. Entre as fontes de incerteza global, o economista cita a alta de inflação e juros nos Estados Unidos e a valorização do dólar. A guerra comercial do presidente norte-americano, Donald Trump, com a China também produz incerteza a médio prazo.
O economista chefe, Fernando Honorato, destaca que os Estados Unidos não conseguem dar conta do excesso de demanda por petróleo. Um exemplo dos desafios que serão enfrentados pelos países emergentes vem da Turquia, que teve uma desvalorização enorme da sua moeda. Outra nação que passará por dificuldades é a Argentina, com taxas de juros a 45% e a aproximação de um cenário de profunda recessão, o que deve afetar as exportações brasileiras, como no segmento de automóveis. Honorato ressalta que o Brasil deixou de crescer nos últimos dois a três anos e apresentou dificuldades com as contas públicas.
Mas, nem tudo está perdido, frisa o economista do Bradesco. Honorato cita como exemplo de boas notícias sobre vendas de caminhões, que vêm crescendo no acumulado do ano a 50,7%, a comercialização de automóveis, com incremento de 13%, e a metalurgia, com avanço de 6,3%. O ponto negativo ficou por conta do setor de serviços, que não cresceu devido ao desemprego. "A incerteza impede o consumo, há 13 milhões de desempregados e isso trava a recuperação econômica", argumenta.
Honorato comenta ainda que a inflação em torno de 3% a 3,5% faz acreditar que a taxa de juros continuará baixa. O economista salienta que o Brasil precisará tratar de alguns assuntos, como cuidar das contas públicas (previdência) e incentivar o crescimento econômico, mas para isso será preciso aumentar a taxa de investimento no País. O integrante do Bradesco adianta que, como o setor público encontra-se com pouca capacidade de investimento, terá que fazer parcerias com a iniciativa privada. 
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