O mercado de câmbio brasileiro não ficou imune à nova onda global de aversão ao risco e levou o dólar a uma alta expressiva na sexta-feira, dia 10, avançando no patamar dos R$ 3,80. A crise em torno da Turquia fez a lira derreter no mercado internacional, levando o dólar a se fortalecer globalmente. No Brasil, também pesaram as dúvidas quanto à corrida eleitoral, uma dia após o primeiro debate de presidenciáveis na TV, que foi considerado morno.
Nesse cenário de cautela e busca por proteção, o dólar negociado no Brasil terminou o dia em alta de 1,75%, cotado a R$ 3,8681 no mercado à vista. Foi a maior cotação desde 12 de julho. Os negócios somaram US$ 868,2 milhões. No acumulado da semana, houve alta de 4,32%, favorecida em grande parte pelo aumento do clima de especulação com o cenário político.
O humor no exterior azedou com a crise na Turquia, e a bolsa brasileira sucumbiu em meio ao ambiente de cautela que já havia se instalado por causa das incertezas eleitorais. O Ibovespa encerrou a sessão de negócios com perdas de 2,86%, aos 76.514,35 mil pontos. O giro financeiro foi alto em relação à média do mês e chegou a R$ 12,393 bilhões. Na semana, a queda acumulada chegou a 6,04% e, no mês, a 3,42%.
A queda na bolsa foi generalizada, entretanto, com ênfase nos papéis do bloco financeiro. As ações ordinárias do Banco do Brasil fecharam com perdas de 5,51%, seguidas por Bradesco PN (-4,98%), Itaú Unibanco (-3,63%) e as units do Santander (-3,90%).