Construsul reflete maior otimismo com negócios

A concorrida abertura da 21ª Construsul - Feira Internacional da Construção, realizada ontem no Centro de Exposições da Fiergs, em Porto Alegre, é uma prova de que o segmento tem boas expectativas quanto ao futuro. O evento, que se estenderá até sábado, espera atrair mais de 40 mil pessoas.

O presidente do Conselho Diretor e Deliberativo da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Marcos Gabriel Atchabahian, foi um dos participantes do primeiro dia de feira. O dirigente comenta que o setor de varejo de materiais de construção no Brasil espera um crescimento de 6% neste ano em relação a 2017. Alcançando essa projeção, a estimativa é de um faturamento na ordem de

R$ 200 bilhões. Atchabahian lembra que de janeiro a julho de 2018 o desempenho já foi 4% superior ao do mesmo período do ano passado, mesmo sofrendo os impactos da greve dos caminhoneiros e a valorização do dólar. Porém, os juros relativamente baixos, inflação sob controle e desemprego estável favorecem o segmento.

Já o presidente das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Jr., acredita que quando o Brasil conquistar uma estabilidade política, o aquecimento do setor da construção será cada vez mais intenso. O dirigente recorda que algumas medidas tomadas pelo governo federal, como o aumento do limite do FGTS para a compra de imóvel (até R$ 1,5 milhão), também tornam promissoras as expectativas, principalmente, para 2019. Molin Jr. defende que algo essencial para o segmento é que o poder público seja o mais ágil possível quanto à liberação de projetos.

Por sua vez, a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Susana Kakuta, frisa que, quando se fala em retomada de crescimento, sempre o tema da construção civil é uma pauta importante, gerando economia e renda local. Uma questão que será fundamental nesse campo, de acordo com Susana, será modernizá-lo com novas tecnologias. Quanto à Construsul, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Leandro de Lemos, enfatiza que a feira significa um evento importante para o turismo de negócios, representando reflexos em segmentos como o da gastronomia e hotelaria. Somente em negócios fechados devido à feira, Lemos recorda que os cálculos giram em torno de R$ 500 milhões. O secretário acrescenta que a capital gaúcha também é um espaço interessante para captar novos empreendimentos e vem percebendo uma retomada de investimentos, sendo um exemplo disso o novo Pontal do Estaleiro, lançado recentemente pela incorporadora Melnick Even.

O coordenador de treinamento da Vonder, Robson Eduardo da Silva, diz que é possível perceber uma retomada da construção civil e participar da Construsul é uma forma de se aproximar do público consumidor. No estande da companhia na feira, os destaques eram produtos como lixadeira de concreto e geradores de energia. A empresa tem sede em Curitiba, no Paraná, e conta com um centro de distribuição em Novo Hamburgo. O vice-presidente da Associação Sul-Rio-Grandense de Engenharia de Segurança do Trabalho (Ares), Nelson Burille, destaca que a Construsul já virou uma tradição no Estado e um momento de reunir os agentes de todos os segmentos do setor da construção. No caso específico da área de segurança de trabalho, o dirigente ressalta que o custo do Brasil com acidentes dessa natureza gira em aproximadamente R$ 5 bilhões ao ano. Para discutir temas dessa área, a Ares promove hoje e amanhã o 13º Prevesst - Encontro Sul-Rio-Grandense de Prevenção, Segurança e Saúde do Trabalho, que será realizado no Centro de Eventos da Fiergs, onde ocorre a Construsul.