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Economia

- Publicada em 31 de Julho de 2018 às 22:31

Angus aposta em novo modelo de cruzamento

Alternativa vai fomentar produção nos criatórios do Brasil Central

Alternativa vai fomentar produção nos criatórios do Brasil Central


/EDUARDO ROCHA /DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Uma das precursoras em programas de valorização da genética em bovinos, a Associação Brasileira de Angus investirá em um novo tipo de cruzamento industrial para maximizar a presença da raça no País. A aposta é na cobertura por touros Ultrablack nas fêmeas meio-sangue F1 (AngusxNelore), aumentando o percentual de sangue Angus nos animais e, consequentemente, o seu valor de venda.
Uma das precursoras em programas de valorização da genética em bovinos, a Associação Brasileira de Angus investirá em um novo tipo de cruzamento industrial para maximizar a presença da raça no País. A aposta é na cobertura por touros Ultrablack nas fêmeas meio-sangue F1 (AngusxNelore), aumentando o percentual de sangue Angus nos animais e, consequentemente, o seu valor de venda.
A raça sintética Ultrablack, com pelo menos 80% sangue Angus e o restante de zebuínos, já foi registrada em 2017, e começará agora a ser direcionada ao chamado "cruzamento industrial 3.0". A nova alternativa, potencialmente importante para criadores do Brasil Central e Norte, ainda está em fase de estudos e será debatida na Expointer, neste mês. No Sul, o clima temperado permite a criação de animais de raça pura.
"Estamos estudando esse cruzamento, porque o macho vai para o abate, mas qual o melhor caminho para a fêmea meio-sangue?", questiona o presidente da entidade, José Roberto Pires Weber, lembrando que a raça Ultrablack já é realidade em países como Austrália e Estados Unidos. Mesmo assim, Weber argumenta que não foram importados touros, optando pelo desenvolvimento desses animais no próprio País.
As avaliações ainda são preliminares, mas segundo o gerente do programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, estima-se que o produtor melhore o seu rendimento caso a fêmea F1 gere até dois bezerros F2, com cerca de 2/3 de genética da raça britânica. As fêmeas F1 - hoje em torno de 1 milhão de exemplares ingressam no Brasil por ano -, são defendidas pelo seu potencial e precocidade em todas as frentes. "Elas podem conceber com 12 a 14 meses de idade, e com menos de 30 meses podem ser direcionadas ao abate. Mesmo jovens, podem participar do programa de certificação", argumenta Medeiros.
O aumento na qualidade dos animais com a raça britânica pode ajudar, no futuro, o Programa Carne Angus Certificada a ultrapassar o patamar de 500 mil animais abatidos por ano, no qual se encontra relativamente estabilizado desde o início da crise brasileira. Mesmo assim, as vendas aumentam em média 20% ao ano, demonstrando melhor utilização das carcaças pelas 15 empresas frigoríficas (que possuem 40 unidades industriais) participantes do programa. "Passamos a focar não mais apenas na carne gourmet, para churrasco, mas também outros cortes que antes eram desprezados", comenta Weber. Isso tem facilitado, também, as negociações com os frigoríficos, que pagam um prêmio em torno de 10% sobre a carne certificada vendida pelos 6 mil criadores que participam do programa.
Na Expointer, a Angus ainda assinará um protocolo de intenções com a Associação Brasileira de Brangus, que prevê parcerias em exposições, remates e núcleo regionais. Weber afirma que ambas possuem muitos produtores em comum, e, com isso, ganharão força e reduzirão despesas.
A raça britânica levará 127 animais de argola a Esteio, aumento de 15% em relação ao ano passado, movimento visto como positivo pela entidade em meio a tendência de queda nos contingentes nas feiras agropecuárias dos últimos anos. Somados aos rústicos, cuja inscrição segue aberta, o presidente da Angus acredita que o contingente na Expointer passará dos 200 animais.
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