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Consumo

- Publicada em 29 de Julho de 2018 às 23:38

Brechós estão de cara nova

Strassburger conta que Vintage trabalha com marcas internacionais

Strassburger conta que Vintage trabalha com marcas internacionais


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Uma onda de brechós modernos, que mais parecem boutiques, seja pela aparência ou pelo preço, ocupou Porto Alegre nesta última década. Seguindo uma tendência internacional, que passou primeiro por Rio de Janeiro e São Paulo, as lojas oferecem roupas e acessórios das principais grifes da moda por preços bem mais acessíveis, mesmo que ainda não sejam tão em conta aos olhos da maioria dos consumidores. Acompanhando as marcas de peso, o novo conceito dos brechós chiques sobrepõe àquele que se tinha há 30 anos: estabelecimentos sujos, com cheiro de mofo e roupas de morto.
Uma onda de brechós modernos, que mais parecem boutiques, seja pela aparência ou pelo preço, ocupou Porto Alegre nesta última década. Seguindo uma tendência internacional, que passou primeiro por Rio de Janeiro e São Paulo, as lojas oferecem roupas e acessórios das principais grifes da moda por preços bem mais acessíveis, mesmo que ainda não sejam tão em conta aos olhos da maioria dos consumidores. Acompanhando as marcas de peso, o novo conceito dos brechós chiques sobrepõe àquele que se tinha há 30 anos: estabelecimentos sujos, com cheiro de mofo e roupas de morto.
Um exemplo desse novo modelo é o Vintage Boutique Brechó, que está há cinco anos no mercado e que dispõe de peças de estilistas brasileiros renomados, como Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho e Patrícia Bonaldi - esta, com vestidos de festa que chegam a R$ 900,00, mas que sem uso poderiam custar até R$ 6 mil. "Atualmente, a peça mais cara é uma bolsa de R$ 5 mil, mas que custaria em torno de R$ 50 mil se não fosse usada", conta Alex Strassburger, sócio-proprietário do Vintage Boutique Brechó, localizado na rua 24 de Outubro. A loja atua no segmento de moda feminina com as marcas internacionais Chanel, Gucci, Fendi, Prada, Le Lis Blanc, entre outras. "Buscamos trabalhar cada vez mais com o mercado de luxo. Será nosso diferencial", diz Strassburger.
Já no Me Gusta Brechó, fundado em 2012, uma bolsa clássica da Chanel pode chegar a R$ 9 mil (R$ 25 mil sem uso). "Tem gente que acha tudo caro, mas é porque elas buscam o preço dos antigos brechós, e não as marcas dos novos", diz George Guedes, sócio-proprietário do Me Gusta, localizado na rua Felix da Cunha. O empresário acrescenta que as pessoas vão à loja em busca de um vestido Dolce&Gabanna, por exemplo, e encontram por R$ 400,00 um que custaria R$ 9 mil sem uso.
"Esse novo conceito de brechós está mudando a visão que as pessoas tinham sobre as lojas de artigos usados", diz Strassburger. De acordo com ele, o Vintage Boutique Brechó, assim como as lojas da mesma modalidade que carregam a marca com o conceito chique, aplicam cuidados especiais que vão desde o aspecto visual e a organização das peças até a higienização do estabelecimento.
Seguindo alguns ritos tradicionais de brechó, os estabelecimentos com a proposta também recebem, diariamente, ofertas para a compra de novas peças. O Me Gusta Brechó faz negócios por consignação, pagando os fornecedores no final do mês em que a peça é vendida. No Vintage Boutique Brechó, é feito um orçamento do produto ofertado e são disponibilizados dois valores ao vendedor da peça: em dinheiro ou em crédito para compra no local. "Como a loja vende roupas de grife, o cuidado para identificar falsificações é muito maior. Podemos fazer um grande negócio ou sair lesados", diz Guedes, reafirmando que o poder de barganha, prática comum nos antigos brechós, ainda faz parte desse negócio.
Para o professor Cláudio Felisoni, do Programa de Administração de Varejo da Universidade de São Paulo (USP), que cobre os diferentes segmentos do varejo, o novo conceito das lojas de artigos usados acompanha a glamourização de produtos e serviços no varejo, consequência de um aumento na renda dos brasileiros.
"O surgimento e a disseminação desses estabelecimentos acontece com base na segmentação de mercado, calcado no crescimento de consumo das famílias, que aconteceu no Brasil a partir de 2003", ressalta Felisoni.

Lojas mais populares também investem na modernização para atrair clientes

Valéria aposta na humanização para fidelizar na Old Fashion

Valéria aposta na humanização para fidelizar na Old Fashion


/MARCO QUINTANA/JC
A modernização dos brechós não é exclusividade dos estabelecimentos que vendem peças de grife. Entre os espaços destinados às classes média e baixa, a otimização do ambiente e a organização das peças, ações de fidelização dos clientes e o uso das redes sociais estão cada vez mais presentes. A Old Fashion Brechó, inaugurada em Porto Alegre na rua Barbedo há cerca de um ano, é um desses exemplos.
A empresa criou um cartão-fidelidade e também estimula as vendas através da humanização do atendimento. "A cada compra na loja, a cliente ganha desconto para a próxima aquisição. Também são realizadas promoções conforme o estoque disponível", relata a proprietária Valéria Pinheiro. A empresária afirma que, desde o início do negócio, busca fugir do estereótipo criado sobre os brechós, oferendo um ambiente organizado e com peças atuais. "O mais importante, acima da modernização das lojas, é manter os preços acessíveis", ressalta Valéria. Entre os produtos mais caros estão casacos e blazers, que podem chegar a R$ 160,00.
O brechó Le Reji, localizado na avenida João Pessoa, na Capital, também mantém esse teto de preços. Há 20 anos neste segmento, a proprietária
Rejiane Luis afirma que os brechós, de uma maneira geral, já deixaram de ser locais de "garimpo". "Temos que facilitar a vida dos clientes. Separar os produtos por tamanho, cor e outras formas que os tornem visíveis", diz Rejine, que, após uma reforma em seu estabelecimento, renovou a mercadoria e prezou pela organização das peças.