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relações internacionais

- Publicada em 26 de Julho de 2018 às 01:00

Temer participa de reuniões bilaterais na cúpula do Brics

Representante do Brasil chegou na tarde de ontem a Joanesburgo

Representante do Brasil chegou na tarde de ontem a Joanesburgo


/PHILL MAGAKOE/DIVULGAÇÃO/JC
O presidente da República, Michel Temer, que chegou ontem a Joanesburgo, aproveitará a participação na 10ª Cúpula dos Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e o país anfitrião, para fazer reuniões bilaterais com o presidente da China, Xi Jinping, e com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Os dois encontros foram confirmados para hoje, o primeiro pela manhã, e o segundo à tarde. Temer discursará na abertura da reunião plenária da cúpula, também prevista para esta quinta-feira.
O presidente da República, Michel Temer, que chegou ontem a Joanesburgo, aproveitará a participação na 10ª Cúpula dos Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e o país anfitrião, para fazer reuniões bilaterais com o presidente da China, Xi Jinping, e com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Os dois encontros foram confirmados para hoje, o primeiro pela manhã, e o segundo à tarde. Temer discursará na abertura da reunião plenária da cúpula, também prevista para esta quinta-feira.
Temer também participará hoje à tarde de uma cerimônia de assinatura de atos e memorandos, como o acordo para instalação de uma sede do NDB, o Banco do Brics, em São Paulo, que deverá funcionar a partir de 2019. O presidente ainda tem agenda em aberto ao longo do dia.
Amanhã, antes de retornar ao Brasil, o presidente participará de discussões sobre o futuro do Brics, no encontro chamado Retiro dos Chefes de Estado e de Governo do Brics. Depois, se encontrará em reunião ampla com presidentes e primeiros-ministros de países convidados, como Argentina, Jamaica e Turquia, além de uma série de países africanos: Angola, Botsuana, Eitópia, Gabão, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurício, Moçambique, Namíbia, Ruanda, República Democrática do Congo, Seicheles, Senegal, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. Ele descartou inaugurar um centro de treinamento da Embraer no país, conforme a Presidência.
No encontro dessa manhã, o governo brasileiro vai pedir ao presidente chinês, Xi Jinping, uma cota para a exportação de derivados da soja. O tema está na pauta de encontro bilateral de hoje, no qual o Brasil pedirá também a eliminação de sobretaxas sobre o frango brasileiro para o mercado chinês. Segundo o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a ideia é pedir uma cota de cinco milhões de toneladas por ano para exportações de farelo e óleo de soja à China. Atualmente, o Brasil exporta cerca de 60 milhões de toneladas de grãos por ano para aquele país, mas não vende derivados.
Em abril, à China anunciou a taxação de soja americana, em retaliação a barreiras criadas pelo governo Trump a produtos chineses. A proposta brasileira tem como objetivo substituir parte da produção dos Estados Unidos.
Maggi disse que, embora as avaliações iniciais indiquem que os produtores brasileiros de soja se beneficiem com a guerra comercial entre China e Estados Unidos, a perspectiva de queda nos preços a partir de excedentes da produção americana pode gerar perdas no longo prazo.
No encontro, o governo vai tentar também convencer os chineses a eliminar sobretaxas sobre o frango brasileiro, impostas no início de julho sob a acusação de dumping. "Não fazemos dumping. Somos muito competitivos", afirmou Maggi, que integra a comitiva brasileira.
Desde junho, empresas chinesas que compram carne de frango do Brasil são obrigadas a depositar de 18,8% a 34,4% do valor das exportações.
O Brasil tentará ainda um encontro com o governo russo para discutir embargos à carne de porco brasileira, estabelecidos no fim de 2017. Ainda não há, porém, reunião agendada entre os dois países.

Xi Jinping faz críticas a medidas protecionistas dos EUA

O presidente da China, Xi Jinping, disse ontem que o mundo enfrenta "uma escolha entre cooperação e confronto" em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos, sobre a qual ele alertou que não haverá vencedor. "Aqueles que buscam hegemonia econômica só irão acabar se machucando", disse Xi durante o encontro anual do Brics.
"Unilateralismo e protecionismo estão aumentando, dando um duro golpe ao multilateralismo e ao regime multilateral de comércio", acrescentou ele, criticando a escalada tarifária promovida pelos EUA contra produtos chineses e outros parceiros comerciais. Apenas algumas horas antes, o presidente norte-americano, Donald Trump, acusou a China de táticas "viciosas" no âmbito comercial, ao tuitar que a China estava se direcionando especificamente aos agricultores americanos com tarifas retaliatórios porque "eles sabem que eu os amo e os respeito".
De acordo com Xi Jinping, "a atual ordem internacional não é perfeita", mas não deve ser descartada "desde que seja baseada em regras, seja equitativa e busque resultados com ganhos mútuos como seus objetivos". Durante o encontro, ele disse, ainda, que está "diante de uma escolha entre cooperação e confronto, entre abertura e uma política de portas fechadas".
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, também expressou preocupação com "o aumento de medidas unilaterais que são incompatíveis com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)" e são especialmente prejudiciais para países em desenvolvimento.