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Economia

- Publicada em 19 de Julho de 2018 às 22:47

Produtor rural volta a mostrar pessimismo

Queda no trimestre é a maior em cinco anos, informou André Pessoa

Queda no trimestre é a maior em cinco anos, informou André Pessoa


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Guilherme Daroit
Em um trimestre marcado pela greve dos caminhoneiros e a um passo das eleições presidenciais, o humor da cadeia do agronegócio brasileiro piorou. Entre abril e junho, o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) retornou a um patamar abaixo dos 100 pontos, limite que marca a divisão entre pessimismo (abaixo de 100) e otimismo (acima de 100). No segundo trimestre do ano, o indicador, divulgado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), registrou 98,5 pontos, queda de 8,6 pontos em relação aos 107,1 apurados nos primeiros meses de 2018.
Em um trimestre marcado pela greve dos caminhoneiros e a um passo das eleições presidenciais, o humor da cadeia do agronegócio brasileiro piorou. Entre abril e junho, o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) retornou a um patamar abaixo dos 100 pontos, limite que marca a divisão entre pessimismo (abaixo de 100) e otimismo (acima de 100). No segundo trimestre do ano, o indicador, divulgado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), registrou 98,5 pontos, queda de 8,6 pontos em relação aos 107,1 apurados nos primeiros meses de 2018.
A queda poderia ter sido ainda maior, segundo o consultor André Pessoa, da AgroConsult, responsável pela elaboração do índice, pois a paralisação dos caminhoneiros, em maio, não foi totalmente absorvida nos questionários. "Não se sabia ainda que o problema seria tão grande e com duração tão longa, com parte dos efeitos a ser sentida no próximo trimestre", argumenta Pessoa. Dentro de esforço de popularização do estudo, o IC Agro foi divulgado antecipadamente nesta quinta-feira, na Capital, para público formado por representantes de cooperativas gaúchas.
Mesmo de certa forma atenuada por conta disso, a queda de 8,6 pontos é a segunda maior enfrentada pelo índice em seus cinco anos de existência. Quem mais sofreu com a paralisação, segundo o consultor, foi o setor chamado de "antes da porteira", que são os insumos necessários à produção. A queda foi de 16,9 pontos na confiança, que vinha no seu melhor nível por conta das boas expectativas com a safra. Os produtores, com queda de 6 pontos (para 98,5), e o setor "depois da porteira", que são os operadores logísticos e a indústria processadora, com queda de 7,9 pontos (para 98,2), viram sua confiança reduzir com menos intensidade.
Outro fator que impactou é a falta de perspectivas da economia brasileira como um todo. Apenas a indústria ligada ao agronegócio diminuiu sua confiança nas condições do País de 114 para 55 pontos, passando, em um curto período, de um patamar otimista para outro profundamente pessimista. Já os produtores, "mais desconfiados do que a indústria", segundo o consultor, uma vez que nunca estiveram acima dos 100 pontos nesse quesito, diminuíram sua confiança na economia de 80 para 62 pontos.
Os aspectos mais bem avaliados, por outro lado, foram a produtividade, com 122 pontos, refletindo produção acima da expectativa inicial, e o preço. Com alta de mais de 20 pontos, a confiança no preço das commodities chegou a 127,1, refletindo os ganhos com a desvalorização do real e os efeitos da guerra comercial entre China e EUA.
O contraponto é visto nas expectativas quanto ao custo da próxima safra. Neste quesito, o produtor agropecuário não passa de 52,2 pontos, e, entre os pecuaristas, de 48,9 pontos. "O produtor sabe que o dólar reflete nos insumos, como fertilizantes e defensivos, e, além disso, fica desconfiado por conta dos efeitos da greve nos preços futuros", argumenta Pessoa.
Outro ponto bem visto pela cadeia do agronegócio brasileiro é o crédito agrícola, que, desde o ano passado, está em patamar otimista. No segundo trimestre, o quesito chegou a 111 pontos, mostrando satisfação com o modelo atual.
O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro-RS), Paulo Pires, entende que os resultados refletem a realidade dos produtores gaúchos. O momento, segundo Pires, é de certa insegurança ao produtor. "Há a satisfação, por um lado, com o preço da soja, por exemplo, mas a apreensão com o custo dos insumos está subindo muito", defende. A falta de clareza quanto às eleições também é vista como intensificador dessa incerteza.
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