Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Infraestrutura

- Publicada em 03 de Julho de 2018 às 23:07

Rio Grande do sul investe em unidade de biometano

Para Susana, projeto viabiliza um agronegócio mais sustentável

Para Susana, projeto viabiliza um agronegócio mais sustentável


/MARCO QUINTANA/JC
O protocolo de intenções para a criação do primeiro projeto de uma usina de biogás em escala industrial do Rio Grande do Sul foi firmado ontem entre governo do Estado e JMalucelli Ambiental. Com capacidade de produção de biometano em 35 mil m³ ao dia a partir de resíduos agrossilvopastoris e investimento de cerca de R$ 100 milhões, a planta ocupará área de cerca de 10 hectares de uma antiga pedreira no município de Montenegro, a cerca de cinco quilômetros do Polo Petroquímico.
O protocolo de intenções para a criação do primeiro projeto de uma usina de biogás em escala industrial do Rio Grande do Sul foi firmado ontem entre governo do Estado e JMalucelli Ambiental. Com capacidade de produção de biometano em 35 mil m³ ao dia a partir de resíduos agrossilvopastoris e investimento de cerca de R$ 100 milhões, a planta ocupará área de cerca de 10 hectares de uma antiga pedreira no município de Montenegro, a cerca de cinco quilômetros do Polo Petroquímico.
Segundo a secretária de Minas e Energia, Susana Kakuta, o Estado se organiza para a consolidação de outros dois projetos semelhantes, um previsto para Marau, na região do Planalto Médio, e outro para o Pampa Gaúcho, ainda sem cidade específica. Em sua avaliação, os projetos são importantes para a economia do Estado. "Assim se transforma um problema ambiental em uma fonte energética; sobre essa ótica, ele é definidor", ressalta, ao lembrar que o Rio Grande do Sul é importador do insumo da Bolívia. A usina de Montenegro, diz, teria capacidade de suprir cerca de 2% da demanda de 2 milhões de m3 ao dia, e seria um primeiro passo na direção de combustíveis sustentáveis para o Rio Grande do Sul.
A JMalucelli Ambiental possui experiência com produção de biogás em Santa Catarina, além de estar à frente do projeto da maior usina da América Latina, com capacidade de 160 mil m3 de combustível ao dia, no Rio de Janeiro. "No Rio Grande do Sul, temos o diferencial de o gás ser produzido a partir de resíduos do agronegócio. Nos demais estados, as fontes estão ligadas ao saneamento; e entendemos que o fruto mais nobre do biogás vem da lavoura, uma vez que o material digerido retornará à lavoura como componente", expõe o diretor da empresa, Eduardo Covas Barrionuevo.
As obras devem ter início ainda neste ano, com prazo de término em 24 meses. Barrionuevo explica que a pendência fica por conta de o processo ambiental não estar consolidado, uma vez que não havia a classificação para a atividade no Estado por se tratar de um projeto pioneiro. Na fábrica, estão previstos seis biodigestores de concreto com capacidade de 5 mil m3 de produção cada. A partir de tecnologia de membrana, será possível a separação do CO2 do combustível. "O gás carbônico será entregue para a indústria alimentícia, já o biogás deve ser negociado com a própria Sulgás ou com grandes indústrias da região. Sobre o material digerido, Barrinuevo explica que existe parceria prevista com marca do segmento organo-mineral para a sua conversão em composto orgânico.
Susana lembra que existe uma limitação ao crescimento de algumas áreas da suinocultura e da avicultura em razão de questões de descarte de dejetos. "O projeto vem ao encontro do desafio que é ampliar a produção gaúcha do agronegócio de forma sustentável." Ela ressalta que, para o governo, é inconcebível que, na Europa, haja 16 mil plantas de biometano instaladas, mas o Rio Grande do Sul não abrigue uma de natureza industrial. A secretária aponta que o Estado ganhará, inclusive, tributariamente. "Em todo o biogás que se vende, o ICMS é cobrado na entrada do Brasil, no caso, no Mato Grosso do Sul, então estaremos gerando emprego, renda e também tributação ao Estado", conclui.

Importações de combustível foram interrompidas após tabelamento

Segundo a Abicom, compras externas caem desde dezembro

Segundo a Abicom, compras externas caem desde dezembro


/CLAITON DORNELLES/JC
Desde que o governo decidiu tabelar o preço do frete, em decorrência da greve dos caminhoneiros, no fim de maio, as importações de combustíveis foram interrompidas, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a associação que reúne cerca de 60% das empresas que compram gasolina e diesel do exterior e revendem no Brasil.
Segundo Sérgio Araújo, presidente da Abicom, as importações já vinham em queda desde dezembro do ano passado, quando a Petrobras, para ganhar participação de mercado, passou a vender os combustíveis no Brasil abaixo da paridade internacional, prejudicando, segundo ele, a concorrência com as importadoras de combustíveis.
"Desde que o governo, via decreto, decidiu estabelecer o preço de referência abaixo da paridade internacional, as importações foram praticamente a zero. A revenda de diesel e gasolina no Brasil por essas empresas ficou inviabilizada. Estamos caminhando de volta para o monopólio", disse Araújo.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), as importações de diesel caíram 8,3% em maio em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já em comparação ao mês de abril, houve um tombo de 36,4%. No caso da gasolina, a queda chegou a 9,4%, na comparação anual, e a 26% em relação ao mês de abril. Para a ANP, as empresas privadas respondem hoje por cerca de 90% das importações de diesel e gasolina. Segundo Araújo, os combustíveis importados respondem entre 20% e 30% do que é consumido no País.
Segundo ele, pode ocorrer algum tipo de abastecimento se a demanda continuar em alta e se a Petrobras não conseguir atender ao consumo com as importações. "Já levamos esse alerta para a ANP. O ideal é que o preço do frete leve em conta as cotações internacionais, a margem e os custos de logísticas. A dúvida é saber se a Petrobras terá a velocidade necessária para importar o mesmo que as empresas privadas. A médio e longo prazos, o risco é mais estrutural, uma vez que não há previsão de novas refinarias no País. E, agora, com a decisão da Petrobras de suspender a busca de parceiros no refino, não haverá investidor privado para fazer esses investimentos, que são necessários no setor", afirmou.
O consultor David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da ANP, lembrou que o Brasil está importando cada vez mais combustíveis. Sobre o risco de desabastecimento a curto prazo, ele diz que há uma dúvida sobre se a Petrobras consegue atender todo o mercado. "O tabelamento do preço do frete, feito pelo governo, afasta investidores, sim, para o setor de refino. Não faz sentido esse tipo de iniciativa, pois beneficia as empresas menos competitivas. Não tem como controlar o preço do diesel na bomba. É preciso segurança jurídica para dar uma maior estabilidade e atrair investidores", destacou Zylbersztajn.

Acordo entre Shanghai Electric e Eletrosul deve sair em agosto

Até o dia 28 de agosto, deve ser formada a Sociedade de Propósito Específico (SPE) entre a Eletrosul e a empresa chinesa Shanghai Electric para a construção de quatro novas linhas de transmissão de energia elétrica, conforme autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A data refere-se ao prazo de seis meses após a publicação da decisão da Aneel, que ocorreu em 29 de abril.
As quatro linhas troncos de transmissão, pertencentes ao lote A, adquirido em leilão pela Eletrosul em 2014, irão cortar o Rio Grande do Sul. A obra está orçada em R$ 4 bilhões e vai gerar cerca de 10 mil empregos diretos.
A confirmação foi divulgada pelo deputado Frederico Antunes (PP) em conversa com o presidente da Eletrosul, Gilberto Odilon Eggers. "Estamos com a expectativa mantida de que a obra seja iniciada ainda neste ano. Isso é estratégico, necessário e prioritário", disse Antunes.