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Economia

- Publicada em 26 de Junho de 2018 às 21:34

Entidades debatem desafios do Rio Grande do Sul

Longo (Agas), Pereira (ACPA) e Debus (CDL-POA) foram entrevistados por editores do JC

Longo (Agas), Pereira (ACPA) e Debus (CDL-POA) foram entrevistados por editores do JC


FREDY VIEIRA/JC
Carga tributária, tamanho do Estado, educação, união por políticas públicas, incentivo ao médio e pequeno empresário. Esses foram alguns dos temas mencionados por líderes empresariais que participaram da terceira edição deste ano do ciclo Conexões de Negócios, do Jornal do Comércio, em que se debateram questões importantes para o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul e do Brasil neste ano eleitoral.
Carga tributária, tamanho do Estado, educação, união por políticas públicas, incentivo ao médio e pequeno empresário. Esses foram alguns dos temas mencionados por líderes empresariais que participaram da terceira edição deste ano do ciclo Conexões de Negócios, do Jornal do Comércio, em que se debateram questões importantes para o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul e do Brasil neste ano eleitoral.
O evento, realizado ontem, no salão de eventos do JC, reuniu representantes de três entidades ligadas ao comércio - o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo; o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-POA), Alcides Debus; e o presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Paulo Afonso Pereira, que foram sabatinados por editores do Jornal do Comércio.
De acordo com os empresários, um dos desafios nos próximos anos será superar as adversidades políticas e econômicas que o Brasil atravessa, o que afeta o setor privado e atrapalha o desenvolvimento.
"O País vive um problema conjuntural que será o ônus de quem chegar à presidência da República", projetou o presidente da Agas. Longo apontou o corporativismo e gastos com estatais como pontos a serem enfrentados pelos próximos governantes no Estado e no País. Citou a perda de ação trabalhista bilionária pela Petrobras e, em nível local, a CEEE, que deve ICMS ao Estado.
O presidente da Agas criticou a alta do custo da energia na região da RGE e advertiu que, a cada aumento de impostos - a exemplo dos aplicados na conta de luz -, a população empobrece mais, o que afeta o consumo.
Longo ainda observou que os consumidores não estão sentindo a alta da inflação por conta do sacrifício das empresas, que têm mantido estabilidade dos preços. "No entanto, a estabilidade forçada da precificação dos produtos, ao mesmo tempo em que ajuda a manter as vendas, a médio ou longo prazo, será prejudicial, uma vez que resultará em estabelecimentos fechados ou sucateados - porque alguém vai ter que pagar esta conta."
O presidente da CDL Porto Alegre, Alcides Debus, concordou que o atual ambiente é hostil para empresários, com entraves como "economia recessiva, impostos altos e desemprego." Debus ainda destacou que falta convergência nos diferentes projetos para o Rio Grande do Sul, e comparou com os vizinhos Santa Catarina e Paraná, onde há união e as iniciativas avançam. "Em outros estados, as entidades se reúnem para buscar soluções em conjunto. Se houver união para trabalhar a médio e longo prazos, dentro de uma pauta positiva - focada no crescimento a partir da inovação, por exemplo -, é possível tirar o Estado da crise."
Além de criticar a polarização nas discussões, Debus defendeu a contratação de uma consultoria que defina objetivos a serem atingidos pelo Estado. E ainda criticou a concorrência desleal que o comércio sofre, citando o exemplo de Porto Alegre, onde ambulantes "são repassadores que não têm nota fiscal nem pagam impostos". O presidente da CDL observou que as famílias têm se esforçado para comprar menos, uma vez que a incerteza política gera receio no que se refere à economia e ao desemprego.
O presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira, também bateu na tecla da concorrência desleal com os comerciantes informais e pediu fiscalização. Ele avaliou que "ser empresário neste país é ser um herói e lutar contra a maré. Trabalhamos para manter um governo ineficiente, que gerou a crise que aí se apresenta". Para ilustrar a tese, o dirigente da ACPA mencionou privilégios e distorções nos vencimentos do funcionalismo, como o fato de o auxílio-moradia ser o dobro do salário de um professor.
Para ele, o corporativismo sequestrou o caixa dos governos, que se limitam a gerir o pagamento de salários e da Previdência. E ressaltou que temas que deveriam ser priorizados, como educação e infraestrutura, foram descuidados pelos gestores nos últimos anos.
Na opinião de Paulo Afonso Pereira, uma forma de incentivar o desenvolvimento econômico do Estado seria o governo atentar para os pequenos e médios empresários. "É preciso orientar e qualificar, o que não é fácil", admite.
"Todos os dias, quando o empresário abre as portas, precisa ser eficiente", concorda o presidente da Agas. "É a eficiência que mantém as pessoas consumindo, e não o bairrismo ou a tradição."
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