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Economia

- Publicada em 25 de Junho de 2018 às 13:30

Cenário adverso motiva investidor a procurar alternativas no exterior

Queda na Selice e na Bolsa de Valores amplia incerteza doméstica

Queda na Selice e na Bolsa de Valores amplia incerteza doméstica


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Agência Estado
Com a Selic estacionada em sua mínima histórica de 6,50% e a Bolsa com prejuízo de 7,54% em 2018 - sensível à incerteza doméstica e à economia americana -, a vida não está fácil para o investidor brasileiro. Não à toa, cresce no mercado a procura por opções que prometem driblar o risco Brasil.
Com a Selic estacionada em sua mínima histórica de 6,50% e a Bolsa com prejuízo de 7,54% em 2018 - sensível à incerteza doméstica e à economia americana -, a vida não está fácil para o investidor brasileiro. Não à toa, cresce no mercado a procura por opções que prometem driblar o risco Brasil.
São aplicações, em geral, lastreadas em ativos internacionais, como fundos de moedas estrangeiras e ações de empresas negociadas nos Estados Unidos. Mas apesar da boa perspectiva de rentabilidade desses produtos nos últimos 12 meses, especialistas alertam para os riscos que esses negócios carregam.
Para o investidor qualificado, como é chamado quem tem mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras, não faltam opções para acessar mercados externos. A novidade é que, recentemente, produtos similares tornaram-se acessíveis também para quem tem a partir de R$ 1,1 mil para desembolsar.
Exemplos são os fundos negociados na Bolsa que replicam índices, conhecidos como ETFs (Exchange Traded Funds). Há dois deles que têm como objetivo atingir performance similar ao do S&P 500, maior índice da principal bolsa de Nova Iorque. São o iShares S&P 500, gerido pela gestora americana BlackRock, que mantém um escritório em São Paulo, e o It Now S&P500, do Banco Itaú. Eles têm taxas de administração próximas de 0,25% ao ano e apresentaram rentabilidade média de 18,5% em 2018.
Há também os recibos de ações de companhias estrangeiras listados na B3, os chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts), onde é possível adquirir ações de 130 empresas do exterior pela Bolsa brasileira, embora apenas oito estejam abertos para o investidor comum.
Em tempos de dólar em alta (a moeda já se valorizou 14,01% neste ano), outro produto da moda neste momento são os fundos cambiais, que investem pelo menos 80% de seus ativos em moedas estrangeiras.
De janeiro a maio de 2018, a captação líquida desses produtos ficou em R$ 448 milhões, contra uma captação negativa de R$ 81 milhões em igual período do ano passado, segundo dados da associação do setor, a Anbima.
Mas, mesmo com essas possibilidades, especialistas do mercado recomendam cautela com a diversificação dos ativos da carteira. Para eles, a exposição internacional pode ser uma boa pedida, mas ela deve ser focada para o longo prazo - e não como uma proteção pontual. Além disso, trata-se de uma estratégia para ser utilizada com parcimônia.
O gerente de portfólio do Itaú Asset, Rodrigo Leal, é um dos especialistas que relata o aumento pelo interesse de clientes em produtos em ativos de fora do País. Na opinião dele, diversificar geograficamente os investimentos é uma estratégia recomendável.
Dessa maneira, é possível se proteger de choques em um mercado específico. Entretanto, ele pede cuidado com a euforia de acreditar que, já que a rentabilidade de algumas aplicações foi positiva nos últimos meses, isso irá garantir o mesmo desempenho no futuro. "Percebemos um aumento na demanda por produtos do tipo (no exterior). Mas não gosto de incentivar esse tipo de comportamento. A estratégia de diversificar o investimento deve ser de longo prazo, e não de olhar tanto para o curto prazo, com o cenário volátil que teremos no Brasil até as eleições", diz.
Para Vinícius Maeda, diretor de relações com investidores da Magnetis, observar os novos produtos expostos no exterior pode ser uma ferramenta importante para o investidor conseguir capturar valor, independentemente dos movimentos do mercado. No entanto, ela deve ser compatível ao nível de risco e ao objetivo que o aplicador deseja. "É difícil até para profissionais adivinhar movimentos de mercado fora do Brasil. Para o investidor comum, é mais difícil ainda. Por isso, é importante pensar em estratégias de longo prazo, para não acabar entrando e saindo de posições em momentos ruins", afirma.
O economista Eduardo Moreira, Sócio da Insight Consultoria, alerta para os perigos de alocar uma fatia muito grande do capital em mercados estrangeiros. Segundo ele, o risco de exposição cambial é alto e pode comprometer grande parte do patrimônio. "Investimento no exterior deve ser complementar. Existem boa opções no cenário doméstico", diz.
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