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Conjuntura

- Publicada em 11 de Junho de 2018 às 23:50

Mercado prevê alta de 1,94% no PIB em 2018

A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia continua em queda, enquanto a projeção para a inflação sobe, a projeção para a expansão do PIB cai de 2,18% para 1,94%. Essa foi a sexta redução seguida, de acordo com o Boletim Focus, publicação divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia continua em queda, enquanto a projeção para a inflação sobe, a projeção para a expansão do PIB cai de 2,18% para 1,94%. Essa foi a sexta redução seguida, de acordo com o Boletim Focus, publicação divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
Até a previsão de crescimento do PIB para 2019, que permanecia inalterada há 18 semanas seguidas, foi ajustada de 3% para 2,80% no boletim divulgado nesta segunda-feira.
A estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu de 3,65% para 3,82% neste ano, no quarto aumento seguido. Para 2019, a projeção foi ajustada de 4,01% para 4,07%.
Mesmo assim, a expectativa para a inflação permanece abaixo da meta, que é 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
Para alcançar a meta, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação. A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera suficientes para chegar à meta as alterações anteriores. Para o mercado, a Selic deve permanecer em 6,5% ao ano até o fim de 2018 e subir ao longo de 2019, encerrando o período em 8% ao ano.
Na semana passada, com a disparada dos juros futuros e do dólar, que chegou a superar R$ 3,90, investidores consideraram a possibilidade de o Copom elevar a taxa Selic, mesmo com a inflação abaixo do centro da meta e a economia em recuperação. Entretanto o presidente do BC, Ilan Goldfajn, descartou a possibilidade de usar a Selic para interferir no câmbio, mas apenas para controlar a inflação. "Na próxima reunião, o comitê analisará essas condições com foco como sempre nas projeções e expectativas de inflação e o seu balanço de riscos", disse.
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,50, tanto para o fim deste ano quanto para o final de 2019.
Os economistas do mercado financeiro alteraram também a projeção para a balança comercial em 2018. A estimativa de superávit comercial passou de US$ 57,00 bilhões para US$ 57,15 bilhões. Um mês atrás, a previsão estava em US$ 55,60 bilhões. Para 2019, a estimativa de superávit foi de US$ 49,30 bilhões para US$ 49,60 bilhões.
JC

Chefe do IBGE confirma impacto de paralisação no crescimento, mas evita projeções

Para Olinto, processo eleitoral recomenda cuidado redobrado

Para Olinto, processo eleitoral recomenda cuidado redobrado


/MARCO QUINTANA/JC
O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, disse, nesta segunda-feira, não ter dúvida de que a paralisação dos caminhoneiros terá reflexos no PIB, mas que ainda não é possível fazer projeções.
"Sem dúvida nenhuma, vai ter impacto, mas precisamos ter cuidado ao analisar", disse ele, em café da manhã com jornalistas. Olinto preferiu ter cautela ao comentar projeções do mercado.
Nesta segunda-feira, a pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, mostrou queda na projeção do PIB de 2018 para 1,94%, ante 2,18% na semana anterior. Pela primeira vez em 18 semanas, o mercado reduziu também a projeção para 2019, de 3% para 2,8%.
"É inegável que houve crise de oferta. Mas o País vive um processo eleitoral, o que gera crise e uma série de projeções que têm outros interesses. Então o cuidado do IBGE tem que ser redobrado", comentou o presidente do instituto.
Segundo ele, um dos pontos sensíveis é a "destruição de mercadorias perecíveis" durante os dias de paralisação. Já produtos não perecíveis que ficaram presos nas estradas acabaram chegando ao mercado depois do fim da paralisação, ressaltou Olinto.
Os números do PIB do segundo trimestre serão divulgados no dia 31 de agosto. No primeiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,4%, superando projeções de analistas ouvidos pela Bloomberg, que falavam em 0,3%.
O IBGE tenta aprovar no governo concurso para a contratação de até 1,8 mil empregados, com o objetivo de repor pessoal que está deixando o instituto por tempo de aposentadoria.
Segundo Olinto, esse é o número de pessoas que se aposentaram nos últimos oito anos. Hoje, diz ele, cerca e 10% do quadro de empregados tem abono permanência - ou seja, já cumpriram os requisitos para se aposentar, mas continuam trabalhando.
"Temos 536 agências pelo País: 13 agências sem ninguém, e 46 com uma única pessoa. Em 60% delas, tem gente com abono permanência", disse ele. "Em quatro meses em 2018, 220 pessoas se aposentaram."
O instituto tem hoje cerca de 5,3 mil empregados. Olinto defendeu uma revisão do marco regulatório da estatística no Brasil, criando a obrigação de repor quadros do IBGE periodicamente.
O presidente do IBGE defendeu ainda a definição de prazo obrigatório de cinco anos para a realização de pesquisas cujos resultados são essenciais para a definição de parâmetros para as pesquisas conjunturais, como o censo agropecuário e a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares).
O último censo agropecuário foi divulgado em 2006. No momento, o IBGE está concluindo uma versão 2018, que visitou cerca de 7 milhões de domicílios no último ano e deve ter os primeiros resultados divulgados em julho.
Uma nova POF também está em curso e deve ter resultados em meados de 2019. Essa pesquisa levanta os hábitos de consumo dos brasileiros e é usada para a definição da fórmula de cálculo da inflação - apontando quais gastos têm maior peso no orçamento.
Agora, diz o presidente do IBGE, as negociações giram em torno do orçamento para o censo demográfico de 2020, que o instituto calcula em R$ 3,4 bilhões. Ele disse contar com a realização da pesquisa no prazo estipulado, apesar das dificuldades orçamentárias do governo.
A verba está sendo negociada com o Ministério do Planejamento. Cerca de 70% dos gastos seriam feitos em 2020, com a contratação de 300 mil pesquisadores para visitar os domicílios brasileiros. No censo, o IBGE faz um retrato da população brasileira - o último foi realizado em 2010.