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Logística

- Publicada em 07 de Junho de 2018 às 22:37

Falta de dragagem em Rio Grande preocupa

Representantes de terminais portuários receiam que problema no local possa se prolongar por mais tempo

Representantes de terminais portuários receiam que problema no local possa se prolongar por mais tempo


/TECON RIO GRANDE/DIVULGAÇÃO/JC
Considerada uma das iniciativas mais importantes para a logística do Estado, a dragagem parcial do porto do Rio Grande recentemente teve o aval do Ibama para ir adiante. No entanto, ainda falta a liberação de verbas do governo federal para que isso aconteça. Apesar do secretário estadual dos Transportes, Humberto Canuso, prever que, neste segundo semestre, o dinheiro necessário para iniciar a obra seja concedido, representantes de terminais portuários receiam que essa questão possa se prolongar por mais tempo.
Considerada uma das iniciativas mais importantes para a logística do Estado, a dragagem parcial do porto do Rio Grande recentemente teve o aval do Ibama para ir adiante. No entanto, ainda falta a liberação de verbas do governo federal para que isso aconteça. Apesar do secretário estadual dos Transportes, Humberto Canuso, prever que, neste segundo semestre, o dinheiro necessário para iniciar a obra seja concedido, representantes de terminais portuários receiam que essa questão possa se prolongar por mais tempo.
"Para a dragagem realmente sair, não basta ter discurso, a draga tem que estar em Rio Grande", adverte o diretor-presidente do Terminal de Contêineres (Tecon), Paulo Bertinetti. O executivo reitera que houve a liberação do Ibama, mas, agora, é preciso assinar o contrato, a ordem de serviço. Bertinetti salienta que, atualmente, os órgãos governamentais pensam mais de uma vez antes de liberar recursos para obras. O dirigente lamenta essa situação e ressalta que o Rio Grande do Sul é prejudicado com esse cenário.
O coordenador da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, diz que gostaria de ser otimista, entretanto, admite que não está entusiasmado com as perspectivas. Para o dirigente, a iniciativa privada vai ter que, cedo ou tarde, encontrar soluções para viabilizar as dragagens do porto do Rio Grande e da hidrovia gaúcha. Uma sugestão é implementar uma espécie de pedágio para os navios, pago para a empresa que fará a dragagem.
Os três dirigentes participaram, nesta quinta-feira, do Fórum Internacional de Infraestrutura e Logística, promovido pela Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, no Hotel Plaza São Rafael. Na ocasião, o secretário dos Transportes comentou sobre a concessão de rodovias estaduais. Canuso acredita que seja possível realizar as privatizações também neste ano. Entre as estradas mais "maduras" para serem licitadas, conforme o secretário, estão a RSC-287 (Santa Maria-Tabaí) e a RSC-324 (na região de Passo Fundo, Marau e Nova Prata).
Outro empreendimento rodoviário mencionado durante o fórum foi a construção da segunda ponte sobre o Guaíba. Em sua palestra, o engenheiro da Construtora Queiróz Galvão Thiago Dias Pinto ressaltou que a estrutura já deverá estar apta para ser utilizada a partir de março de 2019. No entanto, ainda é necessário fazer 1.122 reassentamentos de famílias e comerciantes localizados nos arredores das obras. Se essa ação não for realizada, o empreendimento poderá avançar somente até 90% do seu total.
A extensão completa do complexo será de 12,3 quilômetros, e a previsão é de um tráfego de cerca de 50 mil veículos ao dia. O engenheiro diz que, como houve um momento em que o foco da obra era na industrialização de elementos pré-moldados, para o observador leigo, não foi possível perceber o avanço dos trabalhos. A segunda ponte do Guaíba absorverá 139.470 metros cúbicos de concreto, o que equivale a 25 edifícios de 15 andares cada um, e 21 mil toneladas de aço, o que representa duas torres Eiffel.

Naturovos planeja utilizar o terminal Santa Clara

Greve dos caminhoneiros gerou prejuízos à empresa, diz Herbert

Greve dos caminhoneiros gerou prejuízos à empresa, diz Herbert


LUIZA PRADO/JC
Os problemas criados com a paralisação dos caminhoneiros fez com que os agentes logísticos buscassem outras opções ao transporte rodoviário. Uma alternativa que volta a ganhar força é o uso das hidrovias. Um exemplo prático disso é a empresa Naturovos, que pretende utilizar o terminal Santa Clara, em Triunfo, para escoar parte da sua produção.
O gerente comercial da Naturovos, Anderson Herbert, lembra que a empresa já usou, no passado, os serviços do terminal Santa Clara, mas, quando o complexo parou de operar com contêineres para o polo petroquímico receber etanol, a companhia deixou de aproveitar essa solução logística. Com a volta da atividade com contêineres na estrutura, a Naturovos também planeja retomar essa modalidade de transporte de cargas. O terminal fica a cerca de 40 quilômetros da unidade do grupo localizada em Salvador do Sul. A ideia é levar a mercadoria do complexo localizado em Triunfo até o porto do Rio Grande e dali até mercados internacionais, como Japão e Oriente Médio.
Sobre os impactos da greve de caminhoneiros, Herbert destaca que a Naturovos está mensurando o prejuízo, mas adianta que foi algo expressivo. A empresa perdeu um enorme volume de produção em função das aves terem ficado sem ração durante o período da paralisação. O executivo comenta que a companhia ainda não conseguiu retomar os padrões normais de produção e deve levar todo o mês de junho para esse patamar ser alcançado. O nível médio de produção da Naturovos é algo em torno de 45 milhões de ovos por mês.
Herbert recorda que, durante a greve, tiveram que ser doadas pela empresa 150 mil galinhas devido à falta de condições para alimentar as aves. O presidente da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, Marcus Coester, reforça que a greve dos caminhoneiros demonstrou a fragilidade estratégica da estrutura de transporte do País, absolutamente dependente do caminhão.
Com objetivo de fortalecer as potencialidades logísticas no Estado, a Câmara Brasil-Alemanha está promovendo o encontro de empresas e representantes do governo gaúcho com o grupo alemão Duisport. Coester adianta que o governo do Estado foi convidado pelo chairman da Duisport, Erich Staake, para conhecer o maior porto fluvial do mundo, às margens do Reno, em Duisburg. A intenção é que essa visita ocorra durante o EEBA 2018 - Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que se inicia em 24 de junho.