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Patrimônio

- Publicada em 28 de Março de 2022 às 16:22

Instituto de Artes da Ufrgs reivindica melhoria e ampliação de espaços para realização de aulas

Estudantes, professores e trabalhadores do IA/Ufrgs apontam a necessidade de infraestrutura adequada para os cursos de teatro, artes visuais, música e história da arte

Estudantes, professores e trabalhadores do IA/Ufrgs apontam a necessidade de infraestrutura adequada para os cursos de teatro, artes visuais, música e história da arte


LUIZA PRADO/JC
Adriana Lampert
Um grupo de cerca de 150 pessoas se reuniu durante toda a manhã desta segunda-feira (28) em prol da retomada de uma série de ações que reivindiquem infraestrutura adequada para as aulas dos cursos oferecidos pelo Instituto de Artes (IA) da Ufrgs. A demanda parte de estudantes, professores, técnicos, trabalhadores e conselheiros de unidade, e já está em negociação com a administração da Universidade há 25 anos.
Um grupo de cerca de 150 pessoas se reuniu durante toda a manhã desta segunda-feira (28) em prol da retomada de uma série de ações que reivindiquem infraestrutura adequada para as aulas dos cursos oferecidos pelo Instituto de Artes (IA) da Ufrgs. A demanda parte de estudantes, professores, técnicos, trabalhadores e conselheiros de unidade, e já está em negociação com a administração da Universidade há 25 anos.
No final da manhã, parte da comunidade acadêmica que havia se reunido no pátio interno do prédio do Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS) no Campus Central se dirigiu até o prédio da Reitoria, e, apesar de ter sido impedida de entrar, segundo relatos, conseguiu agendar uma reunião com a administração da Universidade. O encontro ocorrerá somente entre a direção do IA e o reitor Carlos André Bulhões Mendes e foi agendado para esta sexta-feira (1), às 14h30min. Na ocasião, uma nova mobilização de professores e estudantes do IA deve ocorrer.
No decorrer de mais de duas décadas, as instalações físicas dos cursos de Teatro, Música, Artes Visuais e  História da Arte foram se tornando cada vez mais "precárias e insuficientes" para atender a contento as atividades de ensino do IA. Reconhecendo isso, a administração da Universidade chegou a oficializar que tomaria providências ainda no ano de 2009, quando quem estava à frente da Ufrgs era o reitor Carlos Alexandre Netto. 
"O propósito da reunião aberta desta segunda-feira é reivindicar, principalmente, o cumprimento deste acordo segundo o qual o prédio do ICBS seria destinado às atividades acadêmicas e administrativas do Instituto de Artes, que neste momento acontecem em espaços precários", informa a professora e chefe do Departamento de Artes Visuais do IA, Jéssica Becker.
Para relembrar a promessa, o ofício 0416/2009 - assinado por Netto - foi lido durante o encontro desta segunda-feira por um dos estudantes do Departamento de Artes Visuais, o ator e diretor Caco Coelho. "O documento afirma que o IA permanecerá nas ruas General Vitorino e Senhor dos Passos, além de ocupar cerca de 5 mil metros² do prédio da antiga Faculdade de Medicina", que até o início deste mês abrigava o ICBS, informa Coelho. "Está completamente claro no texto, que isso deveria ser feito imediatamente, a promessa inclusive era para que ocorresse em 2009 - tanto a recuperação dos prédios do IA, como a passagem gradual para este outro espaço". 
Isso nunca aconteceu, destaca Jéssica. "Pelo contrário: tão logo o ICBS desocupou o prédio, os espaços que estavam sendo liberados foram entregues para setores da Reitoria, como a Corregedoria e o Departamento de Atenção à Saúde (DAS)." A docente emenda, que o fato da atual gestão marcar uma reunião para escutar a direção do IA já é uma "vitória". "Antes desta conquista, desde 2020 enviamos dois ofícios ao gabinete do Reitor, mas nem sequer obtivemos resposta."
"Eu, como aluno, posso garantir: não cabemos ali na Senhor dos Passos, a gente tem aula em vários campus da universidade, em salinhas espalhadas", aponta Coelho. "O campo da arte é de convívio, caso contrário só se aprende o básico e se perde uma oportunidade positiva de ter um lugar apropriado. No caso das artes visuais, por exemplo, não são salas comuns - são ateliers, que precisam de uma adaptação e de um conjunto", explica o estudante de licenciatura.
Jéssica destaca que além do escasso espaço físico destinado ao IA, tanto no prédio da rua Senhor dos Passos, onde estão instalados os cursos de Artes Visuais e os de Música; como no prédio situado na rua General Vitorino, que abriga os cursos de Teatro, existem diversos problemas estruturais, acarretando em infiltrações de água em função de chuvas, dificuldades nas redes elétricas, a falta de ventilação natural em função de aberturas e janelas emperradas e apodrecidas, entre outros problemas.
A docente destaca que embora tenham ocorrido ações para a conservação e reparação, considerando o valor histórico destes prédios antigos, as dificuldades físicas destas instalações seguem existindo, muitas vezes atrapalhando e até inviabilizando diversas atividades essenciais. Outro fator negativo, pela arquitetura destes prédios e pela sua precariedade de recursos, é a dificuldade de fornecer acessibilidade aos portadores de deficiências e necessidades especiais.
O professor e chefe do Departamento de Arte Dramática do IA, Henrique Saidel, observa que a pauta é de "união e de negociação" e lamenta que há anos a Reitoria venha evitando o diálogo com a direção do IA. "Apenas reivindicamos que o ofício assinado em 2009, após anos de negociação desde o final da década de 1990, seja aplicado. Não queremos o prédio que estava com o ICBS seja entregue todo para o IA, mas queremos integrar o espaço prometido." 
Até o fechamento desta matéria, a reportagem do JC ainda não tinha recebido uma resposta da Reitoria da Ufrgs. Quando isso ocorrer, o texto será atualizado.
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