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- Publicada em 20 de Março de 2022 às 09:59

Inspiração para as artes cênicas do Estado, Luiz Paulo Vasconcellos é homenageado em livro

Luiz Paulo Vasconcellos - Maestro Soberano recebe lançamento no Foyer Nobre do Theatro São Pedro

Luiz Paulo Vasconcellos - Maestro Soberano recebe lançamento no Foyer Nobre do Theatro São Pedro


FLAVIO WILD/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
Carioca de origem, o ator, diretor, dramaturgo e professor de teatro Luiz Paulo Vasconcellos soma inúmeros trabalhos em solo gaúcho, onde estabeleceu uma série de parcerias e conquistou muitos afetos no meio. Essa turma, que engloba ex-alunos, colegas de cena, colaboradores e também amigos de uma vida toda, foi procurada pelo diretor teatral Luciano Alabarse para falar da relação de trabalho ou amizade com Vasconcellos, através de depoimentos. A compilação dos textos - que incluem também histórias escritas pelo próprio biografado - pode ser conferida no livro Luiz Paulo Vasconcellos - Maestro Soberano, que também apresenta uma série de fotografias de toda a trajetória do artista.
Carioca de origem, o ator, diretor, dramaturgo e professor de teatro Luiz Paulo Vasconcellos soma inúmeros trabalhos em solo gaúcho, onde estabeleceu uma série de parcerias e conquistou muitos afetos no meio. Essa turma, que engloba ex-alunos, colegas de cena, colaboradores e também amigos de uma vida toda, foi procurada pelo diretor teatral Luciano Alabarse para falar da relação de trabalho ou amizade com Vasconcellos, através de depoimentos. A compilação dos textos - que incluem também histórias escritas pelo próprio biografado - pode ser conferida no livro Luiz Paulo Vasconcellos - Maestro Soberano, que também apresenta uma série de fotografias de toda a trajetória do artista.
O lançamento o ocorre nesta terça-feira, a partir das 17h, no Foyer Nobre do Theatro São Pedro (Mal. Deodoro, s/n). Na ocasião, o homenageado participa, ao lado de Sandra Dani, de um bate-papo com Alabarse, mediado pelo curador e diretor Fernando Zugno, seguido de sessão de autógrafos.
"Me sinto muito honrado e estou muito feliz, mas também muito nervoso com toda essa movimentação em torno da minha biografia", comenta Vasconcellos. "É uma responsabilidade muito grande enfrentar toda essa gente", brinca o artista, que, entre outras características, é conhecido por ser muito bem-humorado.
A lista de mais de 40 depoimentos em torno de sua carreira é grande e inclui nomes como Dilmar Messias, Zé Adão Barbosa, Adriane Mottola, Liane Venturella, Airton Tomazzoni, Mauro Soares e Luiz Augusto Fischer, entre outros tantos. Também parentes e outros amigos, como seu afilhado André Vicente Esteves de Carvalho, e a atriz Aracy Esteves integram a turma de colaboradores. "Para além de um registro biográfico, o livro é um resgate da memória do teatro porto-alegrense nos últimos 50 anos", afirma Alabarse. Além dele, também a produtora Letícia Vieira e o fotógrafo Flávio Will trabalharam na publicação.
Nascido em 1941 no Rio de Janeiro, no bairro das Laranjeiras, Vasconcellos adotou o Rio Grande do Sul como lar a partir dos anos 1970. Formado pelo Conservatório Nacional de Teatro do Rio, em 1969, migrou para Porto Alegre quando foi chamado para preencher uma lacuna no curso de Filosofia e Teatro do Departamento de Artes Dramáticas (DAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Naquele período, muitos professores haviam sido presos pela ditadura militar.
"Eu havia passado pela cidade no ano anterior (1969), com o espetáculo A Ópera dos três vinténs (Bertolt Brecht), que fez muito sucesso e ficou em cartaz por meses", recorda o biografado. O convite para o trabalho partiu de Gerd Bornheim, professor de Filosofia e Diretor do Curso de Arte Dramática da Ufrgs. Cassado pelo regime militar, ele precisou se exilar na Alemanha e na França. "Se o Luiz Paulo não atendesse ao pedido, o curso seria extinto na Ufrgs", observa Alabarse.
Antes de se estabelecer definitivamente na Capital gaúcha, Vasconcellos ainda terminou o último ano do curso de Direção Teatro no Rio de Janeiro. Pouco depois de chegar em Porto Alegre, conheceu duas pessoas, que seguiriam juntas com ele na vida e nas artes: o amigo e parceiro de projetos, Luciano Alabarse, e a esposa e colega de cena, Sandra Dani. Ambos foram alunos de Vasconcellos. "Aliás, ele formou praticamente todos os que passaram pelo DAD e hoje estão na ativa no teatro", observa Alabarse.
O organizador de Luiz Paulo Vasconcellos - Maestro Soberano explica que a iniciativa foi uma forma de homenagear o biografado não somente por sua trajetória, mas também pelo seu aniversário de 80 anos, completados em 2021. Aposentado desde o final da década de 1990, Vasconcellos se manteve ativo. No currículo do artista, somam-se 37 montagens teatrais dirigidas por ele entre os anos de 1967 a 2010, além de seis óperas. Como ator, participou de 23 espetáculos, alguns dirigidos por Alabarse. Entre as produções mais lembradas, ele contracenou com a esposa em Oh! Os belos dias (2013), clássico de Samuel Beckett, que teve estreia em São Paulo.
Famoso pela produção do livro Dicionário de Teatro, publicado pela primeira vez em 1987 pela L&PM Editores, Vasconcellos também escreveu um livro de poemas, Comendo Pelas Beiradas e publicou a peça O Consultor Dramático, vencedora do Oitavo Prêmio Carlos Carvalho, concurso de dramaturgia oferecido pela Secretaria Municipal de Cultura.
"Atualmente, Luiz Paulo é o nome (vivo) mais importante do teatro gaúcho", destaca Alabarse. "Um dos seus traços é que ele sempre tratou os alunos com muita generosidade e jamais humilhou, sempre colocando todos em uma posição muito confortável, impulsionando a vontade de fazer bem a profissão." Ao descrever a relação "profunda de admiração, afeto, consideração, de agradecimento e de reconhecimento", Alabarse ainda emenda que o artista homenageado é um "homem absolutamente inteligente, criativo, mordaz".
"A gratidão é gigante, ele é a voz guia da minha vida profissional, e é realmente importante não só para mim, mas para dezenas de profissionais das artes cênicas que foram formados através de aulas com ele", emenda o organizador do livro, que traz histórias de Vasconcellos desde sua tenra infância. De acordo com Alabarse, parte dos 500 exemplares impressos devem ser distribuída para instituições de ensino e bibliotecas públicas do Estado.
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