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Cultura

- Publicada em 03 de Janeiro de 2022 às 19:44

Uma comédia obsessiva compulsiva para abrir a temporada em Porto Alegre

Espetáculo TOC consolida a retomada das apresentações presenciais e volta a cartaz nesta sexta-feira

Espetáculo TOC consolida a retomada das apresentações presenciais e volta a cartaz nesta sexta-feira


/PEDRO MENDES/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
A temporada teatral de 2022 inicia no dia 7 de janeiro em Porto Alegre, com novas apresentações do espetáculo TOC - Uma comédia obsessiva compulsiva. A peça, que voltou aos palcos em novembro de 2021, ficando em cartaz durante três dias no Theatro São Pedro, agora seguirá até 13 de fevereiro no Teatro CIEE (Dom Pedro II, 861), com sessões nas sextas e sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h.
A temporada teatral de 2022 inicia no dia 7 de janeiro em Porto Alegre, com novas apresentações do espetáculo TOC - Uma comédia obsessiva compulsiva. A peça, que voltou aos palcos em novembro de 2021, ficando em cartaz durante três dias no Theatro São Pedro, agora seguirá até 13 de fevereiro no Teatro CIEE (Dom Pedro II, 861), com sessões nas sextas e sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h.
A retomada definitiva ao modelo presencial é celebrada pela equipe do espetáculo, que em 2020 precisou cancelar mais de 40 apresentações agendadas na Capital e em cidades do Interior do Estado, por conta da pandemia de Covid-19. "Na época, foi muito sofrido e dolorido passar pela experiência de termos um produto bacana, que as pessoas queriam assistir, sendo impossibilitado de cumprir novas temporadas, pela necessidade do isolamento social", recorda o diretor da montagem, Lutti Pereira.
"É um grande orgulho colocar este espetáculo em cartaz por seis semanas, é um 'peitaço' que estamos dando", emenda o ator e figurinista Daniel Lion. "A gente precisa trabalhar", pondera, explicando que é uma necessidade que vai além da questão financeira. "Precisamos emocionalmente estar em cena, isso nos faz muita falta." O ator destaca que todos os protocolos vigentes serão seguidos: medição da temperatura de quem chega ao teatro, exigência da máscara e disponibilização de álcool em gel.
Sobre a longa temporada agendada, Lion afirma que a aposta vem do bom resultado na experiência recente no Theatro São Pedro, que teve a plateia (com público reduzido) lotada nas três datas. "Percebemos, pelo retorno, que os expectadores estavam sedentos para assistirem um espetáculo presencial", destaca. O ator observa que TOC "caiu no gosto das pessoas" desde sua estreia, em 2019, e o cancelamento da agenda de 2020 acabou "represando" também o desejo dos 10 profissionais envolvidos no trabalho em seguir com o espetáculo.
Ao ser abordado sobre a analogia do tema do transtorno compulsivo na montagem e os efeitos psicológicos que a epidemia de Covid-19 causou em muitas pessoas, o diretor avalia que a peça "furou a pandemia". Ele explica: a personagem vivida por Letícia Kleeman, (premiada em 2016 com o Açorianos de melhor atriz coadjuvante por Como gostais) sofre com extremo cuidado com limpeza, germes, e gotículas que saem da boca de outras pessoas. Em cena, ela passa álcool em gel nas mãos constantemente e borrifa álcool em objetos e no ambiente.
A peça, escrita por Artur José Pinto, ainda conta histórias de outros três personagens (vividos por Lion e pelos atores Vinícius Petry e Juliana Barros) com diferentes tipos de TOC (Transtornos Obsessivos Compulsivos) e paranoias, que se encontram para uma sessão de terapia. Enquanto esperam a chegada do psiquiatra, que promete resolver todos os seus problemas, compartilham suas vidas e desenvolvem uma estranha e hilária relação.
"É uma montagem atemporal", pondera Pereira, ao afirmar que "pode passar 15 anos e a história apresentada pelo espetáculo seguirá íntegra". "Aquelas pessoas ainda existem e continuarão existindo", diz o diretor, ao avaliar a contemporaneidade da peça. Ele destaca ainda, que, apesar de ser apresentado de forma bem-humorada nos palcos, o assunto é tratado com respeito e seriedade pela equipe.
Todas as sextas-feiras, após o fim do espetáculo, um profissional da área da saúde mental (em geral, psiquiatra) permanece no teatro, para um bate-papo com o público. "E a plateia fica: as pessoas se identificam com os personagens e identificam em si algumas manias que estão um pouco exacerbadas", destaca Pereira. "Este é um serviço que a peça presta, e agora estamos novamente engajados na campanha nacional Janeiro Branco, que chama atenção para a questão da saúde mental, que é fundamental para a qualidade de vida."
"Nesse movimento de retomada dos palcos e das nossas vidas, o humor é fundamental", reitera Pereira. O diretor adianta que, após a temporada de verão, a equipe pretende retomar os contatos para levar a montagem para cidades como Bagé, Santa Maria, Pelotas, Passo Fundo e Ijuí.
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