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Cultura

- Publicada em 22 de Novembro de 2021 às 20:09

Erasmo Carlos retorna aos palcos no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre

Tremendão faz show que celebra o poder transformador da juventude - de ontem e de hoje

Tremendão faz show que celebra o poder transformador da juventude - de ontem e de hoje


GUTO COSTA/DIVULGAÇÃO/JC
Igor Natusch
A Jovem Guarda é uma energia que nos fala da renovação do mundo. Era assim desde os tempos em que a frase de Lênin ("o futuro pertence à jovem guarda") foi usada como base para batizar o vibrante movimento que deu vida ao rock no Brasil: longe de maiores elaborações políticas, a ideia era valorizar o ar de novidade, o ímpeto da juventude que surge como onda para levar embora o que já virou caretice. E haverá momento melhor para celebrar a Jovem Guarda do que agora, nesse início de década marcado por tanto desamor, nesse final de 2021 que pede a celebração dos novos começos após o pior da pandemia ter passado por nós?
A Jovem Guarda é uma energia que nos fala da renovação do mundo. Era assim desde os tempos em que a frase de Lênin ("o futuro pertence à jovem guarda") foi usada como base para batizar o vibrante movimento que deu vida ao rock no Brasil: longe de maiores elaborações políticas, a ideia era valorizar o ar de novidade, o ímpeto da juventude que surge como onda para levar embora o que já virou caretice. E haverá momento melhor para celebrar a Jovem Guarda do que agora, nesse início de década marcado por tanto desamor, nesse final de 2021 que pede a celebração dos novos começos após o pior da pandemia ter passado por nós?
É no meio desse contexto todo, sempre trazendo a celebração do amor e dos bons sentimentos como elemento central de sua carreira, que Erasmo Carlos sobe ao palco do Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685) no próximo sábado (27), a partir das 21h, com o show O futuro pertence à Jovem Guarda. A apresentação marca o retorno do Tremendão aos palcos, depois de quase dois anos afastado em meio às restrições impostas pela Covid-19. Ingressos, entre R$ 45,00 e R$ 310,00, podem ser adquiridos no site Sympla.
Para o cantor, detentor de um nome e uma trajetória que dispensam introduções, a volta aos shows deverá ter um sabor quase de primeira vez. E não se trata de uma simples figura retórica. "(Durante a pandemia) eu esqueci um monte de coisas, bicho, e agora estou reaprendendo. Esqueci que era artista. As pessoas me pedem uma selfie na rua e eu fico até um pouco assustado, sabe, porque perdi esse costume", conta o compositor, em entrevista ao Jornal do Comércio. "Quando eu pisar no Araújo Vianna, vai ser um teste maravilhoso para mim, porque vou estar reaprendendo isso também, essa coisa toda do show. Vai ser um dia muito importante para mim e vou estar muito nervoso. Mas ainda bem que vou voltar aí, num lugar onde sou querido para caramba", anima-se.
Ao menos parte desse reaprendizado é literal. Infectado pelo novo coronavírus no segundo semestre deste ano, Erasmo teve alta em setembro, mas ainda está em processo de recuperação. "Estou fazendo fonoaudiologia, porque fiquei com a voz um pouco prejudicada. Como fiquei 12 dias internado no CTI, perdi musculatura. Tenho diabetes, algumas coisas que pesam mais, então mexeu em muita coisa no organismo. Mas estou bem, cara. Recuperando terreno."
Afinal de contas, se há algo que o Tremendão mantém intocado nessas mais de cinco décadas de carreira, é o ímpeto da juventude. E o espetáculo O futuro pertence à Jovem Guarda traz esse sentimento para o palco, em uma celebração dos dias em que esse tal de rock and roll dava seus primeiros e animados passos no País. Unindo músicas do próprio Erasmo com outros clássicos daquela época, o projeto - que também vai virar disco, e deve lançar o primeiro single em 10 de dezembro - está sendo, antes de tudo, uma curtição para o cantor.
"Eu ia me lembrando das pessoas, lembrando das músicas e aí experimentando para ver se elas combinavam comigo", explica. "Achei o resultado excelente. (O disco) vai ter músicas da Jovem Guarda que eu nunca gravei como Devolva-me (Leno & Lilian), O bom (Eduardo Araújo), Tijolinho (Bobby de Carlo), gravadas com roupagem contemporânea. Várias músicas que, cantando, descobri como são maravilhosas, muito bonitas, muito amorosas. É impressionante o poder das músicas da Jovem Guarda, bicho, elas têm um público fiel, elas batem no coração das pessoas realmente", afirma, empolgado.
Seja como for, a ideia de O futuro pertence à Jovem Guarda não é apenas fazer uma viagem saborosa pelo passado, mas também celebrar a energia da juventude de ontem e hoje. "A frase vai mais além, ela propõe que você cuide das novas gerações, com educação, saúde e amor, porque elas é que vão consertar o mundo. Não foi esse mundo que os poetas, os profetas e pensadores imaginaram que seria o hoje não, bicho. Ninguém está satisfeito com os rumos que o mundo está tomando, e a jovem guarda será a salvação, as novas gerações é que vão mudar essas imperfeições todas que vão ser herdadas. Daí vem a profundidade da frase", analisa.
Novas gerações que estão chegando também na vida do Tremendão: em setembro, nasceu Lua, primeira bisneta do cantor. "A família está nos EUA, então eu ainda não a vi (pessoalmente), só foto e filminho. Bonitinha ela", ri. Mais um gás de juventude e renovação para um artista que já sacudiu a história da música brasileira muitas vezes, mas que se vê muito longe de pendurar a jaqueta. "Cara, eu estou vivendo e aprendendo as coisas. Estou aprendendo com a vida", relata, com simplicidade. "Às vezes me perguntam em entrevistas: 'Como é um cara de 80 anos vivendo no palco?', e eu não sei, estou descobrindo agora. O mundo ainda está me ensinando e estou aprendendo. Vontade eu tenho, sou movido por amor ao que faço, então vou fazer, eu vou realizar. O trajeto a Deus pertence."
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